Entre a dor e o conforto

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Seu corpo estava dolorido, assim como sua entrada, mas ele não ligou, porque qualquer coisa era melhor do que lembrar de seu pai, que o esperava impacientemente em sua casa.

Luffy passa mais alguns segundos naquela posição exposta, tentando reassumir o controle do seu corpo quando foi erguido nos braços por Law.

- Ei, o que est-

 - Fiz do jeito que você queria. - Law o interrompeu, pegando o moreno no colo com cuidado. - Agora você vai ficar quieto, porque vai ser do meu jeito. 

E a firmeza na voz dele, fez Luffy parar de protestar mesmo que estivesse desconfortável ao ser pego no colo daquela forma. Law não teve dificuldade em carregá-lo devido ao corpo atlético. Além do mais, Luffy era um pouco mais baixo e parecia mais leve do que deveria. 

Chegou com ele em seu quarto. Não sabia a razão de estar fazendo isso, mas sentia aquela necessidade de cuidar ao menos um pouco do moreno. Talvez se sentisse responsável de algum modo após transarem tão violentamente. 

Pegou a caixinha de primeiros socorros e se posicionou entre as pernas de Luffy, que o encarava confuso.

Law ainda estava completamente vestido, já que só tinha desabotoado a calça e abaixado a bóxer, ao contrário do menor, que, incomodado com a própria nudez, pegou um edredom e se cobriu entre as pernas.

- Você não precisa fazer essas coisas, Torao. - Luffy reclamou, mas não impediu quando o moreno levou um algodão com antisséptico até seu pulso cortado, o passando com cuidado. 

- Você é a pessoa mais imprevisível que eu já conheci, pivete. - Resmungou, limpando delicadamente o corte de Luffy. - Mas sei lá, porque eu estou no meio dessa história toda, mas não vou te deixar se destruir dessa forma.

Luffy se sente incomodado com o que ele havia dito, cogitando ser cuidado pelo mesmo.

- Isso não tem nada a ver com você! - Disse enfurecido, ameaçando sair da cama quando Law ao perceber isso o segurou com força no lugar e se encaixou mais entre as pernas dele. 

Passou a ter a partir do momento que você pediu para que eu te fodesse. - Disse, segurando o braço dele com certa força. - Luffy sente constrangimento pela fala, se sentindo envergonhado por ter agido daquela forma.

- Aliás, o que foi aquilo? Achava que você fosse um virgem inocente, não um safado sem vergonha.

Luffy arregala os olhos, ficando vermelho e pendendo a cabeça para o lado. - Eu sou virgem, não um puritano! - Ele profere, enquanto o olha sínico. 

Law se aproximava para mais perto entre as pernas. Luffy fez uma careta, mas não o afastou, apenas olhou fundo naqueles olhos claros enquanto ele continuava a falar.

- Bom, agora não é mais virgem e está longe de ser puro. - Luffy revirou os olhos pelo comentário.

Alguns segundos em silêncio se passam enquanto Law enfaichava o braço de Luffy, então o moreno decide dar partida ao assunto que o deixava novamente inquieto.

- Mas… falando sério agora. Qual é a porra do seu problema, Luffy-ya? - Ele pergunta, e agora com um olhar sério. - Quem te desestabilizou a esse ponto? Me diz.

Luffy olha receoso para ele, cogitando falar o que se passava em sua mente. - Era só meu pai. Não me dou muito bem com ele. - Fala olhando para baixo. 

Luffy não queria falar sobre o assunto. Odiava se abrir sobre algo, com medo de que alguém o culpasse ou o rejeitasse como seu pai. Tinha inseguranças ao ser julgado, não querendo que ninguém soubesse o que realmente sentia.

Law enfim vê uma luz no fim do túnel surgir, tendo uma informação crucial sobre a vida de Luffy em mente. Se sentiu animado por isso, mas não esboçava reação quanto a isso.

- Você não está sozinho Luffy-ya. Não sei como, mas você não tem que passar por tudo isso sozinho, seja lá qual for o seu real problema. 

Luffy sentiu uma pontada meio dolorosa no peito ao escutar aquilo e mesmo que não tivesse se manifestado a favor dessa decisão de Law, ele sentiu algo confortável e quente se espalhar por todo seu corpo.

O moreno finaliza o cuidado com o pulso, que agora estava enfaixado e tratado. 

Law o fitou por alguns segundos e lentamente aproximou seus lábios com os de Luffy em um selinho demorado e carinhoso.

 - Agora você está comigo. - Law sentenciou em um tom que soava estranhamente carinhoso para os dois.  

Law tinha realmente a intenção de apenas o usar, mas agora parecia ser algo além disso. Claro que não assumirá a si mesmo. Iria ser complicado ganhar a confiança do menor, mas estava gostando de como a situação estava caminhando. E aquele pensamento de tomar Luffy para si, se alimentava mais e mais. 

- Torao... Não diga essas coisas… - Luffy resmunga envergonhado, não lembrando de quando se sentiu tão acolhido daquela forma. 

- Eu falo sério, pivete. Só não posso te ajudar se continuar agindo como um suicida perturbado. Por que realmente se feriu? - Ele pergunta, olhando nos olhos negros de Luffy que não quebrava o contato por nada.

- Porque a dor no corpo é melhor que a dor na alma. É fácil de suportar.

Após ouvir aquilo, Law suspira pesadamente, se aproximando para um abraço.

 - Você é realmente imprevisível. - Ele se afasta, se levantando e guardando as coisas que usou para tratar o machucado de Luffy. Abre seu closet e pega algumas mudas de roupa mais pequenas que ele tinha, colocando-as em cima da cama.

 - Pode escolher algo e se vestir, vou tomar banho agora. - Luffy não fala nada, apenas observando Law ir em direção ao banheiro e fechar a porta atrás de si.

 Luffy respira fundo e olha ao redor do quarto escuro. 

- Que merda eu tô fazendo aqui? - Luffy se perguntava, enquanto ia em direção às peças. 

Estava exausto pelo dia de trabalho, e quando se levantou da cama, sentiu suas pernas fraquejarem, logo se xingando por ter se submetido a tudo aquilo. A rotina pesada pesava sobre seus ombros, e a sensação de que algo estava errado não saia da sua cabeça. Em meio a esses pensamentos, ele pegou uma camiseta cinza escura e mais algo para a parte de baixo, tentando encontrar algum conforto na simplicidade do ato.

Se deitou na cama e pensou novamente nas palavras de Law: “Agora você está comigo.”

Luffy não soube dizer o porquê, mas por um segundo desejou que aquilo fosse verdade. Relembrando a sensação de conforto e do abraço apertado, ele se deixou levar pela sonolência. Contudo, uma dúvida perturbadora surgiu em sua mente: "Pode uma pessoa patética como eu encontrar alguém que me ame pelo resto da minha vida? E se as coisas continuarem dessa forma problemática? O que acontece comigo? Vou envelhecer e ficar sozinho?"

Fechando os olhos, ele se permitiu mergulhar na escuridão do sono profundo, nem sequer lembrando da existência do pai naquele momento. Quem sabe aquele moreno sádico e egocêntrico não fosse mesmo a sua salvação.

Uma promessa para seguir - LawluOnde histórias criam vida. Descubra agora