Epílogo

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Vamos ver um filme, ter dois filhos

Ir ao parqueDiscutir CaetanoPlanejar bobagens
E morrer de rir

(Vagalumes Cegos - Cícero)




6 ANOS DEPOIS

Sexta-feira, 05:58


Ramiro abriu os olhos e viu um feixe de luz iluminar uma pequena parte do rosto de Kelvin, que dormia tranquilamente. A luz do sol nesse ponto específico do rosto, evidenciava as sardas, que Ramiro achava lindo.

Pensou em voltar a dormir, mas tinha certeza que o despertador deles iria tocar em pouquíssimos minutos, então decidiu apenas abraçar Kelvin e aproveitar os últimos momentos de descanso e do quentinho da cama. Era agosto e estava no auge do inverno, tudo que ele não queria era levantar daquela cama confortável quando muito provavelmente faziam uns 10 graus fora dali.

Dois celulares começaram a fazer um barulho baixo ao mesmo tempo, Kelvin acordou imediatamente e Ramiro desligou os alarmes rapidamente.

Kelvin suspirou e se aninhou ao outro, desejando muito voltar a dormir, mas sabendo que não podia.

– Bom dia, amor – Ramiro disse rouco e beijou a testa do marido

– Bom dia... Eu to com tanto sono. Sexta-feira é sempre tão difícil de acordar...

– Eu sei. Eu também tô com sono, cansado... E tem a festa de aniversário do Francisco amanhã, né? Então temos pouco descanso no fim de semana também

Kelvin suspirou pesado antes de começar a falar

– Meu Deus, sim! Amor, nosso fi...

Ele foi interrompido pela babá eletrônica que fez barulho de alguém se movendo, eles ficaram imóveis até ter certeza do que era. Logo depois, uma voz infantil invadiu o quarto através do aparelho.

- Papai?

Um início de choro baixinho começou.

– Bom, esse é um despertador de verdade – Ramiro falou se levantando rapidamente, sem ter tempo de pensar muito e Kelvin o acompanhou

– Você vai com a Ceci e eu acordo o aniversariante – Kelvin disse ainda sonolento, dando um selinho no marido

Eles então abriram a porta do quarto para iniciarem mais uma manhã que tinha tudo para ser caótica como todas as outras, pois ao ter dois filhos, a tranquilidade matutina não é uma opção.

Ramiro seguiu para o quarto da criança de três anos e Kelvin seguiu para o quarto do pré-adolescente aniversariante. E assim eles começaram mais um dia.

Cecília, que estava ensaiando um choro manhoso, parou quando viu o pai entrar pela porta, mas reclamou de fome e ensaiou começar mais alguns choros até finalmente Ramiro conseguir alimentar a filha. Tudo isso com Britney também latindo, pois provavelmente também tinha fome.

Francisco não queria acordar. Kelvin usou todas as táticas para fazer o filho levantar, mas ele insistia em não abrir os olhos. Só levantou, enfim, quando Kelvin lembrou que ele ainda não havia ganhado seu presente de aniversário.

Kelvin pegou a toalha e deu nas mãos do filho, que começou a caminhar sonolento até o banheiro.

– Ei... Vem cá! – Kelvin disse e o garoto parou no meio do caminho, coçando os olhos – Feliz aniversário, meu filho

Apartamento 73 - KELMIROOnde histórias criam vida. Descubra agora