Haverá conteúdo extremamente sensível, não se aventure caso não goste. Menção a violência, sendo física e mental. Dark romance, esteja ciente disso ao iniciar sua leitura.
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" O som das correntes faziam um barulho ensurdecedor na cabeça do rapaz moreno, evitava se mexer tanto apenas para não ouvir e relembrar o quão miserável estava sua situação. Suas mãos ardiam, seus pés sangravam assim como todo o resto de seu corpo, haviam marcas que nem ele sabia como tinham sido criadas, provavelmente desmaiou no processo para obter-las. Assim como um bicho rastejando as mãos doloridas se fincavam no gramado baixo, repuxando para mover o corpo para cada vez mais longe, estava fraco, faminto e em desespero. Depois de meses mantido daquela forma achou uma força de sair, pareceu fácil de mais no início e isso o preocupou, ele não seria tão desleixado assim, seria? Não havia como saber, mas na primeira oportunidade correu para o mais longe possível daquele lugar, mas seu corpo fraco cedeu ao chão e sua única opção foi se rastejar o quanto pôde.
Era óbvio que havia algo errado, mas sua mente medrosa só o avisava que precisa ir o mais rápido possível, foi descuidado assim como ele queria que fosse, porque ao virar sua cabeça para trás o avistou. O rosto másculo estava concentrado em si, um sorriso manchava os lábios carnudos, seu caminhar era lento assim como seu rastejar que logo se tornou tropeços ao forçar o corpo levantar e correr, o que era humilhante porque logo ele cedeu novamente, as lágrimas já vinham com força, se misturando ao sangue seco de suas bochechas e lábios. Mesmo com todo seu esforço para continuar a tentar fugir, era irritante como o sorriso na boca do loiro só aumentava, era nítido sua satisfação ao vê-lo naquela situação. Tudo começou a se tornar barulhento de mais, seu coração que palpitava, seus rastejos e os passos lentos do outro, seu choro que cada vez se tornava mais audível e a sua cabeça desesperada que o mandava sinais de alertas, mas então tudo parou. Sua respiração travou e o grito logo foi preso em sua garganta com o toque dos dedos frios e grossos em seu couro cabeludo já sensível em um puxão com uma força aparentemente sútil a olho nu, mas que para Minho pareceu a dor mais dolorosa, ele o pegou novamente.
- Querido, para onde pensa que está indo? Achei que estávamos prontos para jantar. - A voz rouca soou, fazendo o corpo já trêmulo se arrepiar em nervosismo. O tom era baixo, manso vindo de quem era, aparentava desapontamento como um chamar atenção de uma criança, mas Minho não era uma criança, era sua presa. O silêncio reinou novamente e a respiração descontrolado do moreno nem era mais ouvida, seu corpo estava travado e só as lágrimas escorregavam. Ao não ouvir respostas o puxão se tornou bruto, e então o grito veio e com ele o desespero, sabia o que viria. - Seus pais não te ensinaram que não responder a uma pergunta é indelicado, amor? - Rangeu entre os dentes, começando a se irritar com o choro do amorenado. - Pois bem, então eu te ensino.
- P-por favor!!! Por favor!! - Não sabia que sua voz estava tão quebradiça e rouca até gritar, mais uma vez implorando para viver, pedindo incansavelmente por uma misericórdia. Achava que não aguentaria, era de mais para si. E então o gargalhar desdenhoso alcançou seus ouvidos, com ele puxões de cabelo vieram seguidos com os tapas em seu rosto, mas ele não parava de gritar e implorar da mesma maneira, achando que assim uma misericórdia pelo menos o encontraria. Um grito estre tendente arranhou sua garganta seca com o soco em sua mandíbula, podendo jurar que ouviu algum nervo se dissipar, então pela primeira vez ele parou e o olhou com os olhos arregalados e uma expressão arrependida.
- Oh... o que eu estou fazendo com você? Como e-eu poderia... - Minho soluçou com seu tom falsamente arrependido, os olhos escuros do outro o fixando com um olhar perturbador enquanto os seus transmitiam dor e medo, foi a última coisa que avistou antes de perder a consciência."
- MINHO! - A voz desesperada gritou cansada, assustando quem estivesse por perto e por ironia era o próprio mencionado, que no susto se sentou na cama assim como o platinado. As íris se encontraram e só então, as lágrimas começaram a rolar de maneira incansável, seus soluços soaram altos.
- Chan? Chan... o que aconteceu? Ei, não chora. - Mesmo confuso Minho se inclinou em sua direção na cama, o puxando lentamente pelos ombros para perto, afagando a região em preocupação do porquê o amigo acordou o gritando daquela forma. Era comum dormirem juntos, mas era a primeira vez que o via acordar daquela maneira. - Shh... channie, calma.
Os ouvidos de Chan pareciam querer explodir, assim como seu coração que palpitava dolorosamente rápido, a sensação de estar sufocado logo se fazendo presente junto da tremedeira pelo corpo, sua mente em branco e a única coisa que saía de sua boca era repetidos pedidos de desculpas para Minho.
Essa não era a primeira vez que isso acontecia com o Bang, mas ao lado de Minho sim, e, tudo que ele menos precisava era acordar do lado do próprio rapaz que ele repetidas vezes maltratava em seus sonhos. Acordar e ver os olhos de Minho, seu rosto um pouco inchado pelo sono e os fios bagunçados seria a última coisa que gostaria de vê depois daquela cena, ele estava belo como sempre, saudável e sem medo de si, ele não estava com medo e nem machucado, como em todas as noites ele aparentava estar em seus sonhos. De certa forma isso aliviava Chan, mas o deixava apavorado.
- Me perdoa, min... me perdoa, não vai embora! - Mais soluços e mais confusões na mente de Minho, o que havia acontecido para o rapaz parecer tão desesperado, suas mãos trêmulas o agarravam com tanta força que julgava que os dedos de Chan já deveriam estar brancos. Um pouco desnorteado Lee o trouxe para seu colo com um pouco de dificuldade já que o platinado não parecia querer se mover para longe, então ao o acomodar sobre suas coxas começou o ninar, afagando os fios curtos da nuca lentamente e com o outro braço abraçando sua cintura, aos poucos isso parecia funcionar.
- Shh... eu não vou a lugar algum querido, se acalme. - Mesmo a voz estando mansa, seu coração também palpitava forte no peito, preocupação transparecendo em suas ações. Aos poucos o choro se tornou mais baixo e os soluços mais amenos, isso relaxou não só o corpo que estava rígido de Minho sem ele nem perceber como também o de Bang, que o segurava pelos braços com precisão, como se a qualquer momento ele fosse fugir.
- Eu não queria ter feito isso com você, Min... - Minho franziu o cenho com a voz abafado do platinado alcançar seus ouvidos. - Me perdoa...
- Feito o que, meu doce? Você não fez nada.
- Eu fiz sim, Minho, eu fiz. - A voz do platinado ameaçava mais um início de choro, mas Minho foi rápido em o acolher em um abraço mais apertado.
- E o que você fez?
- Eu te matei.
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the dark rain - minchan
Hayran KurguDe acordo com estudos, os sonhos são capazes de expressar nossas emoções mais profundas, desejos ou medos mais inconscientes. Para outros, os sonhos são a maneira de se conectar com o que já foi visto ou experimentado, avisos em geral. Ainda há quem...