Conversa de Dois "Amigos"

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Florentina estava em seu quarto colocando algumas roupas e coisas em sua bolsinha azul em forma de estrela, já que iria dormir na casa de Scorpio sempre as sextas.

Dessa vez estava vestindo um vestido com uma mistura de azul e roxo com estrelas para combinar com sua bolsa.

Ela termina e vai até o Floreante que estava do lado de fora da carroça pegando algumas frutas que tinham em uma árvore próxima.

-Estou pronta!

-Ok! - Ele pula de cima da árvore pro chão, e vai até Florentina. -Gostaria de uma marroxa?

A fruta era meio que uma maçã roxa mas que ainda tinha algumas diferenças.

-Claro! - Ela pega 4 das que estavam no cesto de Floreante e coloca em sua bolsa.

-Agoras vamos.

Os dois entram na carroça, e antes que pudessem fazer mais algo o Floreante estala os dedos e puxa Florentina pra fora. Quando ela olha, vê que está no grande jardim dos fundos da casa do Scorpio, além de sua tia Pandora.

-Olá! Achei que você voltaria pra cá só no domingo? - O Floreante diz se aproximando de sua irmã.

-Consegui vir mais cedo, oi Flor, o Scorpio já chegou e tá lá em cima.

-Certo.

Ela dá um beijo na bochecha dela e de seu tio, e logo corre para o andar de cima para encontrar seu amigo. Ao chegar no quarto dele, vê ele em sua escrivaninha escrevendo algo em um caderno, ela joga suas coisas na cama dele e vai pra cima de seu ombro espiar o que ele faz.

-O que está a fazer?

-Flor, eu já ia falar com tu, não precisa ficar em cima de mim. - É possível perceber a vermelhidão de seu rosto junto da surpresa com a ação de Flor. -Só estou terminando minha lição de casa.

-Professora malvada essa sua em, mandar lição de casa justo no final de semana. - Enquanto diz isso ela se desaproxima e só fica atrás do amigo.

-Não sei porque diz isso, eu amo fazer lição, ainda mais que é de matemática. - Ele vira sua cadeira para ficar de frente com Flor, enquanto mastiga seu lápis.

-E eu odeio, ainda bem que o Floreante só me ensinou até a parte útil dela. Porque eu não sei porque diabos eu preciso de X nas minhas contas, nunca precisei, vou precisar agora? - Ela se apoia na cama mas continua em pé.

-Nunca se sabe.

-Dane-se, se eu precisar eu tenho minha calculadora, também chamada de Scorpio.

-Só por isso não vou te ajudar.

-Como eu disse: nunca precisei, vou precisar agora?

-Chega disso, eu já sei muito bem a inimiga da matemática que eu tenho como amiga. Deixa eu terminar esse bagulho que eu já te ajudo a arrumar as coisas. - Ele volta com sua cadeira virada para a mesa, e volta a prestar atenção nas contas de sua lição.

-Esqueceu? Eu vou pra casa da minha amiga.

-Agora? E como exatamente se vai fazer esse ato? - Mesmo continuando a conversar ele ainda continua a tentar resolver suas contas.

-Querido, você esqueceu que tenho uma se não a melhor magia de Florentia! - Ela pula para cima da cama de Scorpio e faz uma pose parecida com as de super-heróis. - É só eu me teleportar, eu sei que eu ainda não treinei isso com o Floreante, mas eu fiquei tentando a noite toda.

-E quantas vezes conseguiu?

-Duas vezes... e eu também não consegui ir pra cozinha como queria, eu fui numa linha de trem, mas isso não importa! - Ela pula na cama uma vez e se senta nela. - Mas agora eu tô cem por cento confiante que vou conseguir!

-Se você não se matar, por mim você só precisa voltar para a nossa noite.

-Pode deixar, mas se eu morrer você cuida da Nebulosa?

-O que eu não fasso que você pede né?

-Se bem que ela tá na minha bolsa... então cuida dos meus cadernos de desenho por favor.

-Pode deixar. - Ele finalmente termina as duas contas que faltava, se levanta e se senta ao lado de sua amiga. - Aliás, você acha mesmo que só com as minhas mentiras eles não vão desconfiar que você tá lá no fim do mundo?

-Não é tão fim do mundo, e eu também treinei ilusões, elas não falam mas já acho que vai ser o suficiente pra enganar seus pais.

-Espero que seja, tô te ajudando demais e não ganhando nada em troca.

-Aí, eu vou me arrepender disso... - Ela meio que segura sua fala nervosa, mas logo desemboca. - Eu vejo um filme de terror com você, mas é só um, tá?

-Eu não acredito que você está sendo tão generosa assim, você é mesmo a minha Flor?

-Infelizmente eu sou. Bem, como disse já vou indo. - Ela aponta para o lado, de seu dedo sai uma magia que forma uma ilusão iqual a ela.

-Até que ela é mais perfeita do que eu imaginei.

-Ainda bem que ela é realmente perfeita, fiquei com medo de ser eu mesma tentando me enganar que ela estava boa. - Ela se levanta da cama e vai até sua ilusão. - Faz o que o Scorpio mandar, tabom eu? - A ilusão confirma com um movimento da cabeça.

-Vou ter finalmente minha Florentina dos sonhos ainda bem.

-Não abusa dela em, só estou fazendo isso para "eu" entre aspas te ajudar a arrumar as coisas pra nossa noite.

-Não se preocupe, vou tratar muito bem você. - Ele se levanta, indo para o lado da ilusão e pondo a mão dele no ombro dela.

-Vou logo indo! - Ela pega sua bolsa e dá um beijo na bochecha de Scorpio. - Me deseje sorte! - Ela fecha os olhos e logo desaparece para Scorpio que já está novamente vermelho.

-Se ela morrer antes de eu me declarar, aí é que eu vou me tacar numa linha de trem.

A ilusão olha para Scorpio.

-Tá olhando o que? Vai fazer algo útil! E aí se você contar pra ela o que eu falei. - Ela dá uns empurrões leves nela.

A ilusão se recusa a se mover e olha com raiva para Scorpio.

-O que foi? Tem problema é? - Ao terminar a frase ele percebe a indiotici que falou. -Você não pode falar não é?

A ilusão só revira os olhos, vai até a escrivaninha de Scorpio, pega a última folha do caderno e o lápis, e começa a escrever. Após terminar ela mostra pra Scorpio.

-"Mandar eu fazer o que logo", já vi que você não tem paciência igual a minha Flor, mas tá bom vamos arrumar as coisas no telhado! Eu já deixei as coisas lá!

um reconto de o diário de uma princesa desastrada Onde histórias criam vida. Descubra agora