Capítulo 1

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ATENÇÃO!

Rubi Montez Cordeiro 20 anos, nascida em 03 de Março de 1999, no Hospital Gregory Albuquerque

Filha de Joana Martini Montez e Andrew Fialho Cordeiro, falecidos em Abril de 2009.

Você tem uma missão e foi convocada para comparecer à AIPM - Agência de Inteligência e Proteção Mundial.

Sua presença é indispensável.

Compareça ao local e a você será encaminhada para a base de nossa agência.

Deixamos claro, a obrigação de discrição e sigilo absoluto.

Grato!

Ponto de encontro: Praça dos Santos

Dia: 07/07 Horário: 07:00


Deitada em seu sofá velho enquanto assista o noticiário, Rubi notou um pedaço de papel escorregar por baixo de sua porta, preguiçosamente se arrastou até a porta e o tomou em suas mãos. Pensou em quem poderia ter colocado o tal bilhete ali, certamente os filhos bagunceiros de seus vizinhos de frente, aqueles gêmeos eram verdadeiros pestinhas, ou quem sabe o vizinho do bloco ao lado que tinha um certo amor platônico por ela, e a simples menção ao homem fez com que um calafrio subisse por toda a sua espinha.

Rubi decidiu por ignorar completamente o bilhete e fingir que isso nunca tinha acontecido, quem quer que fizera tal brincadeira sem graça, não merecia sua atenção. Sua certeza não durou mais que alguns minutos, tal bilhete a instigava,  como um imã a atraia ao ponto de brincar com suas emoções e com sua sanidade mental. Perguntava para si mesmo se realmente estava disposta a encontrar quem quer que fosse, e a resposta pela qual sua mente gritava a assustava demasiadamente

A jovem tomou o bilhete novamente e percebeu atrás um pequeno código juntamente com um texto que havia passado desapercebido por ela.

Passe a câmera de seu celular no papel e será direcionada para o site da Agência de Inteligência e Proteção Mundial.

E assim ela o fez, passou seu aparelho no pequeno e quase imperceptível código no verso. Automaticamente, Rubi foi direcionada para o site que apesar de seu design futurista não continha muitas informações, demorou alguns minutos até que finalmente um holograma saltasse pela tela de seu celular como uma animação e começasse a falar.

Se você está aqui é porque foi convocada para fazer parte da Agência Mundial de Inteligência e Proteção Mundial.

A nossa missão é salvar pessoas e ajudá-las quando estão em apuros. Nossos agentes são escolhidos e treinados da melhor maneira possível, para combater aqueles que querem o mal da humanidade e de seus seres viventes. Uma missão de causa nobre!

Ao chegar na agência se apresente como Agente 00145 e eles te direcionarão em todo protocolo necessário. Precisamos de pessoas dispostas e queremos contar com você.

Automaticamente o celular de Rubi voltou a tela inicial, ela tentou passar sua câmera novamente no papel, no entanto nada aconteceu. Inúmeras pesquisas equivaliam a nada, nenhuma informação na internet, nenhum depoimento ou qualquer outro tipo de dado. Nem mesmo a mais potente ferramenta de pesquisa conseguiu dar nenhum dado relevante sobre a tal agência. Porém tinha dois dias para decidir se ouviria sua razão ou sua insanidade gritava alto em seu coração.

No dia 06 de Setembro a jovem não conseguia pensar em mais nada, em todo momento sua mente era totalmente bombardeada por conflitos sobre ir ou não, nem mesmo conseguira dormir a noite diante de tanta ansiedade, sabia da possibilidade de ser sequestrada e morta, não que tivesse algo a perder, no entanto não estava em seus planos morrer de forma tão trágica.

Decidida a levar esta loucura adiante, fez um café forte  e algumas torradas, aquela seria sua refeição. Não sabia quando comeria novamente, entretanto aquele era o melhor que seu nervosismo lhe permitiria.

As 06:00 da manhã Rubi estava trancando a porta de seu apartamento e se preparando para o que viria a seguir. A praça não ficava tão perto de sua casa, sendo assim ela teria que gastar com táxi o que ela achou um absurdo pois haviam duas praças em sua vizinhança e mesmo assim marcaram tão longe. Às 06:50 o motorista estacionou no local, ao notar uma praça completamente deserta e coberta de neblina arrependeu-se de estar ali, dividida entre sair do carro e esperar ou simplesmente pedir para que o taxista desse meia volta e a levasse de volta para casa. Apesar da loucura que seria ficar, era atraída para continuar e seguir com o plano e decidiu seguir.

- A senhorita tem certeza que deseja ficar aqui sozinha? – O taxista perguntou visivelmente preocupado.

- Olha, certeza eu não tenho. – Suspirou aflita. – Eu vou ficar bem, obrigada. 

Desceu do carro antes que sua coragem pudesse se esvair.

Inquieta, Rubi conferia os minutos a cada segundo em seu celular, quando o relógio marcou 07:05 decidiu que voltaria para casa.

- Talvez me trouxeram até aqui para roubarem meu apartamento, perderam tempo nem comida tem lá, quem dirá dinheiro. - Pensou consigo mesma.

Antes mesmo que pudesse chamar o motorista pelo aplicativo, tudo ficou escuro e ela se arrependeu imensamente por ter escolhido dar ouvidos àquele bilhete tosco.

AIPM - Agência de Inteligência e Proteção MundialOnde histórias criam vida. Descubra agora