AIPM - Agência de Inteligência e Proteção Mundial

Capítulo 2

Dentro da van finalmente tiraram o saco de seu rosto, porém era impossível para Rubi ver qualquer detalhe do caminho por onde a estavam levando, já que os vidros eram totalmente escuros. Existia também uma divisória totalmente negra que impossibilitava manter qualquer tipo de contato com os condutores do veículo e isso lhe ocasionou um pequeno desespero. Por fim, conformada que não sairia tão cedo daquele lugar decidiu esperar para ver o que aconteceria, apenas ansiava com todas suas forças para que absolutamente nada de ruim acontecesse.

Passaram-se o que para ela parecia horas em um caminho que aparentava nunca ter fim, até que Rubi sentiu que o veículo parou, seus instintos então se aguçaram completamente podia-se ouvir o barulho de um mínimo alfinete cair no chão.

A porta da van foi aberta com brutalidade revelando dois agentes mascarados que entregaram a jovem um tampão para cobrir seus olhos. Após colocar o acessório eles a direcionaram para fora do veículo e todo momento diziam que não era necessário que ela temesse, já que era  um procedimento a fim de manter o total sigilo da agência e segurança daqueles que se vinculavam a organização. Rubi foi instruída que poderia voltar atrás caso fosse sua preferência, porém a garota apenas meneou a cabeça como uma permissão para que continuassem a jornada e por dentro seu razão implorava para que aquela fosse a decisão correta. A agencia e todo o mistério que a cercava a seduzia assim como o polo norte de um ímã e atraído pelo sul.

Ao retirar a venda de seus olhos percebeu estar dentro de uma aeronave, Rubi assentou-se no primeiro assento vago que encontrou colocando o cinto logo em seguida. Suas pernas tremeram quando o avião levantou voo, pensava em como seria sua vida de agora em diante. As piores atrocidades passavam-se por sua mente, se seria vendida e morta, traficada e forçada a trabalhar em uma boate, ou até mesmo ser levada ao trabalho escravo como havia assistido na tv.

- Você precisa vir conosco, o chefe te espera na sala de reuniões. - Uma jovem mulher com a aparência amigável falou.

Ela vestia um uniforme totalmente preto com uma pequena sigla AIPM dourada no canto superior esquerdo, no canto superior direito escrito N0320. Sua calça assemelhava a calças militares e ela também usava um coturno totalmente preto com um pequeno pingente na lateral do calçado que continha a mesma sigla.

- Onde eu estou? Vocês vão me levar aonde? Vão me vender para o tráfico internacional de pessoas? - Àquela altura, Rubi nem mesmo se preocupou em estar sendo ridícula ou não, inúmeras vezes ela havia desejado a morte, mas não de uma forma cruel.

A mulher riu tanto que Rubi começou a ficar vermelha com tamanha vergonha. O que o desespero não nos faz fazer? Pensou.

- Fique tranquila agente 00145, você não será vendida para o tráfico. - Falou enxugando as lágrimas que ainda desciam resultado da recente crise de riso. - Nós da agência AIPM realizamos as reuniões com os recém convocados em nosso jato particular para que não haja nenhuma quebra de protocolo ou sigilo. Afinal, temos muitos inimigos e tudo isso é para proteção de agentes e de toda base. - Sorriu amigavelmente.

O que ela falava em nada tranquilizara a jovem, pelo contrário, fez com que ela ficasse ainda mais apreensiva. Ainda não tinha decidido se confiaria em suas palavras, porém decidiu dar-lhe um voto de confiança, não que tivesse outra escolha naquele momento.

- O dono da agência quer conversar com você. Vamos? - Disse após falar em um rádio comunicador. - Não precisa ter medo, A1 é a própria bondade e misericórdia, ele não machucará você.

No corredor em frente a uma porta de madeira, estava um homem muito alto com o mesmo uniforme da moça, que Rubi deduziu ser um segurança, só que diferente da maioria que já havia visto, o homem à sua frente ostentava um semblante que trazia paz, era como se ao olhá-lo, ela se sentisse paz em seu interior.