Capítulo 3

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Rubi tinha em suas mãos a opção de voltar para casa e continuar vivendo sua vida pacata ou se tornar uma agente de uma organização secreta que arriscaria sua vida por várias outras pessoas desconhecidas.

O Agente A1 a olhava com expectativas e paciência por sua resposta, ele sabia ser uma escolha difícil, pois  mudaria toda história da vida da jovem, entendia a importância de não pressioná-la.

- Acredito que esteja com fome, enquanto pensa irei buscar algo para comermos. Fique à vontade e leve o tempo que precisar – Falou o Agente marchando em direção a porta.

Rubi apenas meneou a cabeça em concordância, se sentiria mais à vontade para tomar decisão estando sozinha. E realmente estava com muita fome, já tinham se passado muitas horas desde o escasso café.

Eles ainda estavam em voo, Rubi levantou em direção a pequena janela da aeronave que ficava atrás da poltrona que outrora A1 estava sentado, e passou a admirar a beleza das nuvens, buscando nelas talvez uma clareza. Até que uma foto que estava em cima da mesa do Agente, chamou sua atenção, nela estava A1 e um outro homem muito parecido com o líder, porém mais jovem. Ambos ostentavam uma fisionomia serena e alegre, olhos que transmitiam paz e confiança.

Rubi rapidamente colocou o objeto de volta ao seu lugar após uma leve batida na porta e logo em seguida a mesma foi aberta. Era A1, e ele trazia consigo um carrinho com vários alimentos que poderia até mesmo alimentar um batalhão.

- Sempre encontro paz quando olho para o céu, por isso decidi pensar olhando para esta janela. – Explicou-se.

O homem apenas meneou a cabeça em um sinal positivo e sorriu.

Rubi direcionou seus olhos para o porta retratos, era como um enigma olhá-lo e sua curiosidade não colaborava para manter discrição.

- Deve estar se perguntando quem é esse jovem. – Pontuou ao notar a curiosidade da jovem.

- Ele se parece muito com você, entretanto não precisa falar se não quiser.

- É o meu filho. – Sorriu genuinamente.

- Ele também é um agente? – Já havia desistido de manter a fachada de desinteresse, já que estava prestes a tomar uma decisão tão complexa, o mínimo seria satisfazer toda sua curiosidade.

Havia encontrado uma ótima oportunidade de saber onde estava se metendo também, e tudo que ouvisse teria peso em sua decisão final.

- Era, os agentes do inimigo o capturaram e o torturaram até a morte. O intuito deles era me atingir, acabando com a agência e com o plano de salvação para as vidas.

- Eu sinto muito. – Rubi por um momento arrependeu-se de ter mencionado o assunto.

- Foi uma dor necessária, pois apesar de toda angustia e sofrimento que sentimos foi um sacrifício que teve como resultado a salvação de milhares de agentes e de outros que juntariam a nós no futuro. Foi culpa do inimigo que tanto combatemos, e graças a ele meu filho teve que morrer.

Rubi se compadeceu pelo Agente A1, que mesmo perdendo seu filho continuou com a agência por acreditar que o que faz é a solução para que o tal inimigo fosse de uma vez por todas derrotado. Queria ter um pouco dessa persistência, mas não tinha nada a se apegar com tanta força, pelo menos não mais.

Após comerem e conversarem, Rubi sabia que precisava tomar uma decisão, suas pernas tremiam de medo e ansiedade mediante a incerteza que a aguardava. A partir daquele momento, se sua resposta fosse sim ela teria que viver  confiante nas palavras de um total estranho que acabara de conhecer e essa seria sua única certeza.

- Rubi, o que me diz? – Perguntou o homem.

- Sim, eu quero fazer parte dessa agência, só não sei como poderei ser útil. – Respondeu enquanto limpava as mãos suadas em sua calça surrada.

Ele sorriu, sabia que ela aceitaria pois não havia errado quando a escolheu.

- Não se preocupe quanto ao ser útil, eu a direcionarei a partir daqui como faço com todos os outros agentes que estão sob minha proteção.

Ele se levantou e prontamente a nova agente imitou o gesto.

- Neste momento retornaremos ao aeroporto, e você será levada pelos nossos agentes até sua casa e trará apenas o necessário, nós providenciaremos tudo que você precisa. – A olhou com mais intensidade desta vez. – É extremamente necessário que você não comunique a ninguém que se tornou uma agente em primeiro instante. Pode ser perigoso para você e também para os agentes que te acompanharão, cedo ou tarde o inimigo irá saber, todavia precisamos ganhar tempo.

Rubi apenas meneou a cabeça.

- Após isso você será levada a uma de nossas bases e será treinada. E então, saberemos em qual setor você se encaixa. Não é você que escolhe a função, ela já está em você e precisa ser aperfeiçoada. – Deu uma pausa. – Algo importante que você também deve compreender, é que não importa em área você estará localizada não existem pessoas maiores ou menores aqui dentro, desde lideranças até liderados, todos são iguais e o que muda são apenas responsabilidades.

- Entendi. – Meneou a cabeça em concordância.

- Todo o restante você será orientada com o passar do tempo, não se preocupe. – Ele olhou o computador com um semblante preocupado. – Parece que já sabem quem é a nossa nova agente.

- Mas como eles conseguiriam saber? – As mãos de Rubi estava novamente molhadas de suor, desta vez devido ao medo.

- Assim como nós, Rubi, eles também têm agentes infiltrados em todos os lugares, a única diferença é que nós lutamos pelo que é certo e eles não.

- A agente N0320 te levará para descansar enquanto ainda estamos no alto, partiremos em direção a agência, lá existe um contrato com todo o restante que será relevante para você nos momentos iniciais.

Ela quase não conseguiu prestar atenção em nada que A1 lhe dizia, estava com muito medo do que aconteceria agora que o inimigo a conhecia.

- Não tema, ele não tocará em você. – Tranquilizou-a. – Seja bem-vinda à Agência de Inteligência e Proteção Mundial, agente 0145.

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