Alice se deitou na cama macia, observando as sombras dançando pelas paredes do quarto. A atmosfera estava carregada de uma tensão que ela não conseguia explicar. Após Feyre deixar o quarto, um sentimento estranho a envolveu, como se algo estivesse fora do lugar.
Com o coração apertado, Alice afundou nas cobertas, tentando afastar os pensamentos incômodos. A escuridão do quarto parecia engolir tudo, mas mesmo assim, ela não conseguia ignorar a sensação de que algo estava muito errado.
A escuridão a sugou, lançando-a em um labirinto onírico de caos. As figuras se contorciam ao seu redor, uma coreografia surreal de sombras e formas distorcidas. O chão tremia sob seus pés, uma sensação de queda livre que nunca chegava ao fim.
Figuras se moviam rapidamente ao seu redor, e ela lutava para focar em qualquer detalhe.
E então, uma sala se materializou diante dela. Uma jovem, amarrada a uma mesa de metal frio, olhos arregalados de terror. Feéricos trajados como médicos rodeavam-na, mascaras frias escondendo rostos indiferentes. Alice gritou, mas a mordaça sufocou suas palavras, transformando-as em gemidos abafados.
A jovem estava conectada a pedaços de aço, como se fosse uma marionete presa a cordas invisíveis. Alice tentou se aproximar, mas a visão escorregava como areia por entre seus dedos. A chuva batia nas janelas, um som incessante, uma melodia macabra.
Alice sentiu-se afundar em um torvelinho de imagens, onde a realidade se desfazia como fumaça. A sala estava repleta de sombras, e ela podia ouvir o eco de vozes distantes. Ela tentou se focar, mas tudo era como tentar agarrar fumaça entre os dedos
A visão de Alice saltou de uma cena para outra, como se alguém estivesse trocando canais rapidamente. A dor na cabeça de Alice intensificou-se, uma dor que ela não conseguia entender.
As janelas batiam violentamente, como se o vento tentasse invadir o espaço sagrado. Alice estava presa em um redemoinho de imagens distorcidas. Raios cortavam o céu, e a eletricidade estava no ar, lançando flashes elétricos pela sala, iluminando as faces dos feéricos, agora distorcidas por máscaras sombrias
A jovem na mesa parecia sofrer, algo estava terrivelmente errado com sua cabeça. Alice sentiu a aflição crescer dentro dela, uma angústia que a consumia. As imagens se misturavam, tornando-se cada vez mais caóticas. Uma dor ainda mais intensa rastejou por sua própria cabeça, pulsando em sincronia com os gritos ecoando na sala.
Janelas batendo. Gritos abafados. A chuva se transformando em tempestade.
Então, um raio iluminou tudo com uma luz elétrica intensa. A jovem na mesa contorceu-se em agonia, e a visão ficou embaçada, como se a própria realidade estivesse desmoronando. A visão se tornou um borrão de agonia. O metal retumbou, e a eletricidade dançou como serpentes enfurecidas.
A cena se fragmentava, uma colagem de horrores desconexos.
A dor na cabeça de Alice atingiu o ápice, e ela gritou, mas não havia som. Era como se sua voz estivesse perdida na tempestade que rugia ao redor.
E então, num piscar de olhos, tudo desapareceu.
Um clarão ofuscante.
Alice acordou ofegante, o quarto silencioso e imóvel. O suor escorria por sua pele, e seus olhos se ajustavam à suave luz que se infiltrava pela janela. A sensação de euforia se misturava à confusão, como se as imagens do sonho ainda a envolvessem, mas já escapavam como névoa entre seus dedos.
Os detalhes do pesadelo se dissolviam rapidamente, deixando-a com uma sensação de urgência inexplicável. O eco das janelas batendo persistia em seus ouvidos, mas o que ela tinha visto naquele labirinto de sonhos desaparecia como se nunca tivesse existido.
Alice se sentou na cama, com a respiração irregular, tentando agarrar os vestígios fugazes daquele mundo onírico. Mas como uma sombra que se esconde ao primeiro sinal de luz, as imagens se dissiparam, deixando-a com um vazio desconcertante.
E assim, ela se viu de volta à realidade, onde o sonho escapava como areia entre os dedos, deixando apenas a perplexidade de um pesadelo que desvanecia no despertar.
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Joker - Azriel
FantasiaSeu riso, embora constante, escondia um eco de desespero. Anos de tormento haviam deixado cicatrizes invisíveis em sua mente, e Alice muitas vezes se perdia em devaneios, sonhando acordada e falando palavras desconexas que flutuavam no ar como pétal...