23:00 da noite,
Oslo, Noruega.
Hospital de GrendVield.
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A mulher se contorcia na cama, o rosto tremendo como se tivesse tendo um derrame, a barriga mexendo como nunca, as pernas tremendo. Tudo doía.
Então, um grito agudo se estendeu pela sala.
— AAAAAAAHHHH!! — Se contorceu, as mãos quase dando um 360.
Ao lado dela, a mulher que estava em trabalho de parto, estava outra. Uma idosa, rosto sereno e calmo, enquanto segurava a mão da filha. Anneliese.
— Fique calma, Anneliese... — Sua voz soava calma, mas por trás havia uma preocupação eminente.
Ao lado, a enfermeira estava arrumando as luvas, enquanto respirava de forma soberba, como se falasse. “Já faço isso há anos, mulher.”
— Senhora, tente ajudar sua filha a respirar corretamente. — Ela inspirou fundo.
A senhora começou a tremer-se e rapidamente agarrou as mãos da filha.
— Anneliese.. — Ela respirou profundamente, e falou. — Está vendo como estou fazendo, querida? Faça igual. — Elas começaram a respirar em uníssono.
Outra enfermeira entrou na sala de forma rápida, trancando o local como se tivesse visto um fantasma.
E então, correu para ajudar a outra, começando a massagear a barriga de Anneliese.
A filha, em desespero, a respiração fraca, começou a sentir o corpo enfraquecer.
— Mãe.. estou.. aqui há tantas horas.. — Respirou fundo, se esforçando para manter a consciência ativa.
A senhora mudou de expressão, quase instantaneamente.
– Isto é consequência de tuas próprias ações. Pensaste em abortar meu neto, isso não permitirei. — A senhora estava segurando a mão da filha ainda mais forte.
Anneliese sentiu uma pontada, o corpo estremeceu e então sentiu tudo de si começar a se retrair e a sensação de ter algo a rasgando por dentro. O grito agudo invadiu a sala novamente.
— AAAAHHH!!! — Anneliese usou a força para segurar ainda mais a mão da mãe, a dor era visível.
Uma das enfermeiras se aproximou e falou com a senhora.
— Senhora Freydis, precisamos que segure firme ela, pois ela está dilatando bastante. — Começou a fazer massagem na barriga da grávida.
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05:00 da manhã,
Oslo, Noruega.
Bert Fjell.
Depois de muito esforço, dedicação e força, ali estava. Chorando ao véu do mundo, ele estava aqui com elas.
— Oh, céus. — A enfermeira estava com os olhos marejados.
Uma delas agarrou o bebê.
— Liv, pegue o lenço umedecido por favor. — Falou a enfermeira com o bebê em mãos.
A enfermeira Liv andou rapidamente até o armário da sala e pegou um pacote de lenço umedecido, a outra enfermeira levou a criança até um trocador. E as duas começaram a limpar a criança cuidadosamente.
Na cama, a gestante e a idosa conversavam.
— Viu filha? Você conseguiu..! — Chorou olhando no fundo dos olhos de Anneliese.
Pouco tempo depois, as enfermeiras voltaram com a criança.
— Segure seu filho, Sra. Fjellvvik — A enfermeira estendeu a criança levemente.
A mãe parecia.. receosa, o rosto escureceu e ela permaneceu em silêncio, não erguendo as mãos ou sequer olhando para cima.
— Eu.. — Fez-se silêncio.
