Depois de ter pintado e estar aprendendo a coleção numérica, na hora da saída ele ganhou um bombom de nozes mas jogou fora por medo. Engelbert chegou em casa..–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
– Boa tarde, neto.. como foi seu primeiro dia? – Perguntou Freydis
– Foi como eu disse! Ninguém quis ser meu amigo! Até me empurraram!.. Por que eles me chamam de menino alemão? Eu não sou alemão! Sou? – Disse e Perguntou Engelbert com raiva.
– Querido.. é que.. – Freydis estava muito branca, ela parecia querer dizer algo mas sua boca não conseguia.
– Você ainda é novo de mais para isso.. Engelbert. – Disse Freydis
– ISSO NAO É JUSTO! – Disse Engelbert furioso
– Vá para o seu quarto Bert. – Disse Freydis
– Por que você não me diz? – Perguntou Engelbert respirando fundo
– Você é novo demais para isso. Quando você for maior eu prometo dize-lo. – Freydis demonstrava preocupação mas também demonstrava mentira em seu tom.
– Mas vovó, eu sou ou não sou alemão?! – Perguntou Engelbert antes de adentrar seu quarto.
– Não, você é um cidadão completamente Norueguês. – Disse Freydis rispidamente
– Vá para seu quarto, eu levo sua comida lá. – Disse Freydis
Engelbert já estava no quarto, chorando com a cara na cama. Enquanto Freydis estava na cozinha colocando a comida em um pratinho.
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Engelbert escutou uma batida na porta.
Pelo lado de fora, Freydis disse
– Bert, você precisa comer. – Disse Freydis batendo na porta
– Entra. – Disse Engelbert de dentro do quarto com a voz abafada
– Arroz e brócolis com ervilha e salsicha? – Perguntou Engelbert ainda com a cara no travesseiro.
– Sim, neto querido.. nossa situação está difícil, todo nosso dinheiro está indo pro meu tratamento no hospital. – Freydis se sentou na cama
– Vamos lá, tire essa cara do travesseiro. – Freydis puxou Engelbert pela nuca
Engelbert estava tão vermelho que parecia estar extremamente corado, como se tivesse levado um soco no rosto. E lágrimas ainda escorriam de seu rosto.
– Não chore, já passou. – Freydis esticou seu dedo polegar até o rosto de Engelbert e limpou seu rosto molhado.
– Vamos, coma.. – Freydis pegou a colher e encheu de arroz e salsicha.
Engelbert abriu a boca e recebeu a comida, Freydis ainda se impressionava com a inteligência e obediência do garoto. Só tinha 5 anos e já era mais comportado que várias crianças por aí. Já falava como se fosse maior, mas ele só tinha 5 anos.
Depois de um tempo alimentando-o já estava anoitecendo. Engelbert comia bastante, geralmente 3-4 vezes. E parecia nunca engordar.
– O sol já foi dormir.. e a Lua vai ficar acordada nos vigiando. – Disse Engelbert se deitando novamente
– Seu professor passou alguma coisa pra você fazer em casa? – Questionou Freydis
– Não.. – respondeu Engelbert seco
– Na verdade até passou, mas eu fiz lá mesmo.
– Que bom querido, você é inteligente. – Respondeu Freydis feliz
– Vovó vai deitar, qualquer coisa, você me chama lá no quarto. – Freydis se levantou e abriu a porta e saiu
Hoje, Freydis passou numa papelaria e comprou um diário para anotar a dificuldade de cuidar de Engelbert, e no futuro quando ele tiver maior, ela entrega a ele.
Freydis Fjellvvik
Um diário a Engelbert
Meu neto querido
hoje das 16:30 às 19:30
Engelbert Fjellvvik, hoje estou fazendo este diário a ti por que não posso falar em palavras. O que eu temia está acontecendo, desde que fugimos com você, eu temia que seu sangue alemão te prejudicasse de alguma forma, nos primeiros bairros que visitamos já vi que dificultaria nossa vida aqui na Noruega, pessoas ainda têm aquele preconceito com os alemães, não é tão atoa que hoje, em seu primeiro dia de aula você foi apanhado. Sua mãe, minha filha, foi uma mulher muito inteligente e capaz, mas se envolveu com seu pai, irmão de Adolf Hitler, quando lhe entregar isso você vai saber quem é.. Na próxima página eu lhe explico melhor.
