Capítulo 2 - ilusões reais: parte 4

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Capítulo 2 - ilusões reais: parte 4: escondido no escuro

Academia de horizontes pessoais

        Mesmo tendo vindo aqui tantas vezes para concluir com meu treinamento de Sonhador, não acredito que possa um dia me acostumar com o tamanho da Academia, muito menos com sua exuberância. No ar da noite, a academia exala assombramento hipnótico, de uma forma que me faz perder o fôlego. Paro de andar, encarando um ponto específico no chão. Eu vi Logan ali a poucas horas.

        Estremeço, me recordando do encontro.

        — Você está com frio? – Ash surge ao meu lado, encostando de forma leve suas mãos em meus braços, dando a confiança de que eu poderia me soltar se quisesse. Seu tom preocupado juntamente de seus olhos brilhantes fizeram com que meu estômago afundasse, um vazio que logo foi preenchido por reviravoltas, como se o aspirador que tirou tudo de lá estivesse devolvendo.

        Balanço a cabeça, negando. Ash esfrega meus braços, sua palma quente me confortando.

        — Oque houve? – hesito

        — Logan me mandou um sonho novamente... Ele... – minhas palavras somem e o aperto de Ash sobre mim se torna mais firme.

        — Ei... Logan está bem. Me conte oque aconteceu no sonho.

        Mesmo com as palavras sumindo a cada frase, conto a ele sobre o encontro com meu irmão, me fixando em seu pedido.

        Ash ri.

        — Isso é tão a cara dele. Sempre disse que ele tem o dom para o dramático.

        É minha vez de rir.

        — De alguma forma pertubadora, te contar sobre isso fez com que eu me sentisse melhor.

        — Como se não estivesse mais sozinho...a – ele escorrega – sozinha...

        — Talvez – o observo, desconfiado.

        Ash sorri em um bufo e percebo sua determinação em esconder seu deslize. Um blush rosa cobre suas bochechas, atravessando o nariz.

        Ele realmente tinha...?

        — Sabe, não é fraqueza admitir que é bom não estar mais sozinha.

        — Você nunca vai me ouvir admitindo isso – contrario ele.

        — Quer apostar?

        — Claro – balanço os ombros – se prepare para perder – Ele sorri de forma reconfortante.

        — Não se preocupe, mesmo não admitindo, não vou te deixar sozinha. Desta vez e nas próximas, terá um acompanhante.

        Apenas reviro os olhos, divertido.

        Voltamos a andar, lentamente, perceptiveis as mudanças que poderiam ocorrer a qualquer momento. A guarda sempre em alta para não sermos pegos desprevenidos. Apesar da tensão, sentia como se nossa presença estivesse perturbando a paz do lugar.

        Encontramos a biblioteca e, em algum momento durante nossa pesquisa de campo, Ash me parece ansioso para conversar.

        — Então, como vamos saber se encontramos o livro certo? – o olho atentamente – talvez a gente devesse se separar?

        — Por que falou no plural?

        — hum...?

        — Vamos. A gente – cito – oque te faz pensar que estamos nessa juntos?

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