30- reunion

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Heidi e Tom foram pra casa. Dove acabou dormindo aqui também. Abrimos o sofá e dormi junto com Bill, Dove aos meus pés. Quando acordei pela manhã, o braço de Bill estava na minha cintura. Lutei contra a vontade de não querer sair e me levantei, acordando Dove devagar. Precisávamos nos arrumar para reunião com Paul. Ela foi pra casa e eu, fui para o banho.
Separei uma calça flare e um moletom marrom claro. O tempo estava meio frio e úmido, então coloquei galochas e soltei e cabelo. Preparei café e deixei a mesa posta para Bill. Peguei um pedaço de papel e escrevi:

"Bom dia, Billy.
Reunião com Paul agora de manhã, volto rápido. Não vai embora antes de eu chegar.
Beijinhos, Penny."

Dei um beijo em seu ombro e saí, encontrando Dody no corredor. Descemos até a garagem e ela pegou o carro, seguindo para o escritório de Paul.
— Bom dia, meninas — Paul disse assim que nos viu.
— Bom dia. Essa é Dove, creio que já se conheçam.
— Claro, estamos trocando emails há alguns dias sobre a nossa estrela.
Fomos para a sala onde tinha uma mesa relativamente grande para apenas três pessoas, e nos sentamos. Conversamos sobre os nossos planos, alguns rascunhos de música e finalmente: a turnê.
— Creio que a América do Sul seja um destino que não pode faltar.
— Não mesmo. Vai ser uma das primeiras, na verdade.
— Colocamos na cabeça dela que é a melhor região.
— E é mesmo. O público é encantador. Estava pensando, será que a banda talvez não queira abrir os shows? Podemos dividir em dois, você é próxima de Sabrina. E a turnê de Taylor está chegando ao fim.
— É uma boa ideia. Acho que topariam se fosse dividido.
— Quando tiver por aqui pela Europa, podemos mesclar com Måneskin.
Dove me olhou, esperando uma resposta à ideia de Paul.
— Acho que pode funcionar.
— Perfeito. Em 2 semanas saímos? Mando o calendário hoje mesmo.
— Fechado.
— Ótimo. Nós vamos nos falando — Dove diz — acho que consigo uma sessão de fotos para algumas revistas com algumas entrevistas.
— Seria ótimo, principalmente se for de outros países.
— Deixa comigo.
— Penny, o que você consegue de material autoral em duas semanas?
— Posso conseguir muito ou quase nada.
— O seu melhor.
— Vou te surpreender — digo e Dove sorriu orgulhosa ao meu lado.
— É isso, meninas. Muito bom recebe-las. Em breve nos falamos.
— Obrigada, Paul.
Saímos do escritório e voltamos pra casa. Temos cinco dias até o ano novo, e mais 9 dias até começar a turnê. 9 de janeiro. Certo. Vai funcionar.
— Vou fazer umas ligações. E Sissy — ela me chamou, antes de fechar a porta de casa — estou muito orgulhosa.
Sorri. Entrei e Bill estava assistindo TV.
— Ei, como foi?
— Incrível. Quer sair pra almoçar? Te conto tudo.
— Uhul!
Apesar de Dove dizer que estaria ocupada, ofereci o convite, mas em troca, ela só pediu um capuccino do Starbucks.
Peguei as chaves do carro e seguimos para um restaurante à céu aberto na cidade. Saímos do carro e andamos lado a lado.
— Vou entrar em turnê daqui a duas semanas — disse, de repente, não conseguindo mais conter a língua.
— O QUÊ? Sério? Mas já? — Bill diz e me abraçou, quando nos afastamos, ele segurou meu rosto — Não acredito.
— É sério! E tem mais: preciso compor algumas coisas autorais nesse período. Tô nervosa.
— Vai ser ótimo. Você tem o contato de alguns compositores. Vamos trabalhar nisso.
— E tem mais uma coisa.
— Meu Deus?
— Estávamos coletando nomes para abrir o show. Pensamos na Sabrina, Måneskin — Bill me encarou — eu sei, mas eles tem potencial e me ajudariam nisso. E...
— Vão querer pedir alguma coisa? – um garçom de pele escura e olhos castanhos claros perguntou. Acho que ele é novo. É muito bonito.
— Marinada de salmão, por favor.
— Risoto de cogumelos.
— Perfeito — ele se afastou, dando um sorriso encantador.
— Bonitinho — Bill disse, observando.
— É mesmo.
— Ok, ok. Continue.
— Citei o nome de vocês. Falei que Måneskin poderia ser na Europa, mas como vai ser a primeira, preferia que fosse com vocês. Se quiserem, é claro.
— Pennellope! Claro que sim!
Bill deu um beijo no topo da minha cabeça.
— Quer dizer, preciso ver com os meninos. Mas não tenho dúvida. Se bobear, eles fazem todas as aberturas.
Rimos juntos. Eles iriam começar uma turnê no fim de março, então o tempo seria bem certinho. Um tempo depois, nossos pratos chegaram e eu e Bill pedimos nossas bebidas. Ele, uma stella artois e eu, uma tônica. Novamente o rapaz volta com as bebidas.
— Bom apetite.
Brindamos e finalmente começamos a comer.
— Sente falta? Da bebida?
— Não, na verdade. Mas me sinto destacada às vezes.
— Imagino como é. Tem notícias dele?
— Não. Não sei se fiz certo.
— Sabe, as coisas se ajeitam, de uma forma ou de outra. Se tiver que voltarem, de alguma forma isso vai acontecer. Se não, os momentos juntos foram ótimos.
— Acho que tem razão.
Me peguei pensando nos detalhes de Damiano. A textura da pele, o cheiro, a voz com o sotaque carregado. Suspirei fundo.
— Mas, se a banda realmente for participar da sua turnê — Bill limpou a boca — acho melhor não entrar em contato diretamente com ele. Pelo menos, não por agora. Pelo seu bem e o dele.
— Certo. Anotado.
Rimos juntos e terminamos o almoço. Quando pedimos a conta e pagamos, antes que pudéssemos sair, o rapaz bonito nos abordou.
— Desculpa incomodar o passeio. Eu nem poderia estar fazendo isso. Mas poderiam tirar uma foto comigo?
— Claro, com certeza — digo e ele tira o celular do bolso — quer que eu tire?
— Nossa, seria uma prazer.
Fizemos a selfie e devolvi o celular. Seu rosto foi iluminado por um sorriso lindo.
— Muito obrigado.
Peguei algumas notas e entreguei à ele. Tips.
— Boas festas e se cuida.
Saímos e acenei uma última vez antes de andarmos até o Starbucks. Meu celular vibrava no bolso, mas não parei pra ver. Não agora.
— Quer alguma coisa?
— Acho que um milkshake.
— Ainda bem, tava me sentindo culpado por querer isso sozinho depois desse almoço.
Rimos juntos e pegamos nossas bebidas e a de Dove, e voltamos pra casa.


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Honey, are u coming? - 1º TEMPOnde histórias criam vida. Descubra agora