Capítulo 9

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Amanda

Não pode ser. Deve ser algum engano. Ele estava dormindo bem antes de eu sair. Fiquei em choque, parada ali. Após absorver um pouco daquilo, procurei meu celular e lembrei que tinha deixado na minha bolsa.
"Onde está a porra da bolsa?!"

Sai do banheiro às pressas em direção ao estúdio onde eu estava gravando o programa e encontrei Bel com minha bolsa

— Calma. Eu falei com sua mãe, ele foi levado a um hospital perto daqui. — afirmou.

— Como assim? — levei minhas mãos à cabeça. — ele estava bem. O que aconteceu?

— Amanda, você precisa ficar calma. — ela disse colocando a mão em meu ombro.— vamos fazer assim: vou comprar uma água enquanto você vai pro carro, dai nós vamos até o hospital,ok? — Assenti meio perdida.

Caminhei até o carro e durante o trajeto me permiti chorar, senti as lágrimas umedecendo meu rosto e minha cabeça latejava. Abri o carro da Bel com a chave que ela tinha me dado, sentei no banco e fiquei ali pensando sobre tudo que eu deveria ter feito.

"Eu deveria ter levado ele no hospital ontem mesmo com sintomas comuns"

"Eu deveria ter ficado com ele esta manhã"

Quanto mais pensava mais me culpava, por um momento me senti como uma criança indefesa, uma criança que não sabe como agir nessas situações. Me senti inútil.

Quando Bel entrou no carro e deu partida o silêncio só não foi completo por causa do meu choro que, por mais que estivesse mais calmo, ainda existia

— Eu não entendo, acabei de falar com Lucas. Ele estava em casa, parecia normal.— quebrei o silêncio.

— Ele estava em casa mas teve que seguir como se nada estivesse acontecido. Vocês estavam em rede nacional.

— sinceramente isso não me importa, se algo está acontecendo com meu Antonio eu tenho o direito de saber!— falei um pouco severa. Bufei em uma tentativa de limpar a minha mente e segui — O que aconteceu com ele?

— Sapato teve uma convulsão essa manhã, logo após uma série de vômitos e foi levado ao hospital por uma ambulância.

Em silêncio tentei absorver tudo o que havia escutado. Eu não entendo, era só uma gripe.Porque que isso foi acontecer logo no dia que eu saí, no dia que a gente se descobriu mais que amigos... eu realmente não consigo entender.

Antonio

Enquanto estava sentado no sofá esperando o começo do programa, senti tremores como descargas elétricas pelo meu corpo. Logo percebi que aquilo não se tratava de uma crise de Tourette, minha visão embaçou e o que eu via era apenas cores extremamente fortes. Meus membros tremiam cada vez mais e era incontrolável. Percebi que os gritos de quem estava em volta de mim foram ficando cada vez mais baixos e inaudíveis. Eu estava morrendo. Por um estante escutei apenas a voz de Victoria, mas não entendi nada do que ela falou. Presumi que a médica estava me movendo. Senti os tremores mais fracos e achei que finalmente aquilo tudo estava acabando, até que eu apaguei. Quando acordei confuso percebi que estava no chão e Victoria de joelhos ao meu lado olhando para trás e falando com alguém, quando fui perguntar o que havia acontecido, senti outra onda elétrica percorrer meu corpo. Tudo de novo, e de novo...

Abri meus olhos e olhei em volta. Uma sirene alta tocava e meu corpo se mexia pra todos os lados, logo percebi que estava dentro de uma ambulância. Vic estava ao meu lado e um —acho que — enfermeiro estava mexendo em uns aparelhos.

Vic, rapidamente, percebeu que eu tinha acordado e colocou a mão em meu ombro quando viu que eu ia tentar levantar.

— Calma aí, campeão. Você está amarrado e provavelmente muito fraco. Preciso que você se acalme. Estamos indo ao hospital porque você teve 5 convulsões em série.

Olhei para ela assustado

— E você me pede calma?

— Sim, se não você pode ter outra. — Assenti e fiquei deitado com medo de fazer qualquer coisa e ter aquilo novamente.

Chegando ao hospital fui levado até um lugar que pelo que eu entendi, era a sala de emergência la fizeram uma triagem e me medicaram e logo eu estava no quarto. Adormeci por conta dos remédios.

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