Two Days

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Contando com hoje, faltam dois dias antes do casamento.

Eu estava pensando seriamente em dizer que não estava bem para não ir, já que Akutagawa tinha Dazai-san e Chuuya-san como seus padrinhos ainda. Os padrinhos por parte de Higuchi seriam Gin, Tachihara e Hirotsu, visto que, ela chamou a Akutagawa mais nova antes que Ryuu pudesse ter tal oportunidade.

E agora eu estou sentado no sofá na casa do Dazai-san sem saber o que fazer a respeito disso.

- olhe, Atsushi, eu acho melhor você ir falar com ele. Exclarecer tudo, é melhor. Se ele te rejeitar, e daí? Venha correndo que eu irei estar aqui para te ouvir. - deu um sorriso sincero. Dazai pode ter um jeito doido suicida, mas quando quer, é um ótimo concelheiro.

- eu... Eu não sei como falar, como agir. Você já passou por isso? - perguntei aflito.

- nós somos pessoas diferentes, Atsushi-kun. Você tem o seu jeito de ser em determinadas situações e eu tenho o meu. Não sei te dizer como é a melhor forma para falar o que você sente. Você apenas... Sente que as palavras precisam ser ditas, e quando vai ver, a merda foi feita.

- é verdade, Dazai-san... Parece fácil, porém quando eu tento, me faltam as palavras. Tenho a sensação de que a minha garganta dá um nó e as palavras não saem. - desabafei olhando para o chão.

- o seu subconsciente deve saber que não é o momento certo ainda, então não te permite dizer, por quê ele sabe que, se o fizer, vai acabar por se arrepender de ter dito. Não estou dizendo para não o fazer, pelo contrário, você tem que falar o que sente antes que seja tarde demais.

- entendi... - levantei do sofá. - obrigado, Dazai-san. Vou tentar! - acenei e fui em direção à porta.

- até logo, jovem Nakajima. - acenou de volta e eu saí de sua casa, no caminho da residência de um certo moreno.

Chegando lá, fui bater na porta e percebi que a mesma estava aberta, então decidi entrar.

- Akutagawa, você deveria trancar a por... - paralisei ao ver a cena à minha frente.

Higuchi e Ryuunosuke estavam se beijando. Claro, são noivos, mas eu realmente não esperava ver tal cena.

Vi ele perceber minha presença e se assustar, porém eu apenas fechei a porta e saí correndo de lá.

- Jinko! Espera! - ouvi ele gritar. Fingi que não ouvi.

Eu só queria chegar em casa, tomar banho e me afundar na cama para dormir e imaginar que isso não aconteceu.

Correndo pelas ruas de Yokohama tentando chegar em minha casa, acabei por esbarrar em alguém.

- m-me desculpa, eu não tava olhando por onde andava. - olhei para cima vendo Lucy. Digamos que ela é a minha melhor amiga desde aquele quase desastre da Guilda.

- o que aconteceu para você estar chorando, Sushi? - perguntou preocupada. - melhor, não me conte aqui. Vamos para a cafeteria, lá você me conta tudinho.

E nós seguimos até lá. Estava tentando me acalmar um pouco para falar o que houve.

Chegamos lá e sentamos numa mesa perto da janela, visto que os bancos no balcão estavam todos ocupados.

- agora me conta. O que aconteceu para você estar nesse estado?

Contei à ela sobre tudo. Desde o casamento e o plano maluco do Dazai até ao que aconteceu agora pouco.

- nossa, tigrinho... Você deveria ter contado tudo para ele desde o início! Talvez não estivesse tão tarde e você não teria que ver essa cena. - me aconselhou.

- eu sei, mas... Eu não sabia o que dizer ou como dizer. Eu tô tão confuso. - falei e deitei a cabeça na mesa.

- e agora já foi. Não adianta chorar pelo leite derramado. Nem tudo está perdido! Ainda dá tempo de vocês conversarem e exclarecer tudo! Não gosto muito daquele cachorro raivoso, só que eu percebo o jeito que ele te olha. - falou e mexeu nos meus cabelos.

- eu nunca percebi. Será que não é coisa da sua cabeça? - levantei a cabeça da mesa e voltei à posição normal.

- não me chame de louca, eu sei o que vi. - cruzou os braços. - e vocês precisam se resolver logo! Vão ficar nessa de cão e gato fingindo que se odeiam até quando? Inclusive, que atuação horrível viu.

- tá bom. Mas eu vou falar com ele só amanhã. Hoje eu preciso colocar as ideias no lugar e descansar.

- isso mesmo! Se amanhã não se resolverem, eu mesma resolvo por vocês! - nos levantamos e saímos da cafeteria.

Saindo de lá, antes de eu seguir meu rumo, ela puxou meu braço.

- se cuida, tigrinho. - falou no meu ouvido e deu um risinho. Não entendi, porém tive a impressão de ver alguém alí perto.

Depois disso, nos despedimos e cada um foi para uma direção.

Hoje eu só quero dormir e acordar amanhã de manhã para seguir os concelhos da Lucy. De amanhã não passa!

Seven Days - Shin soukoku Onde histórias criam vida. Descubra agora