Capítulo 6

333 38 39
                                    

Pov Thiago

Quando eu e a Liz acordamos fomos nos encontrar com o Chris no hall do hotel, e de lá fomos direto para o hospital.

Os meninos ainda estavam com as feridas muito recentes e as enfermeiras não queriam deixar eles irem embora de jeito nenhum. Mas nada que o bom e velho Thiagão não conseguisse resolver na lábia.

O clima estava meio tenso. Estávamos esperando a Ivete sair do quarto do Arthur para que pudéssemos conversar com ela sobre o que aconteceu.

— Oi guris. — Ivete apareceu e nos cumprimentou com uma expressão indecifrável.

— Como o Arthur está? — Liz perguntou.

— Ele está bem, conversamos bastante. Ele me explicou tudo. — Respondeu e se virou para o Chris. — Desculpa pela grosseria de ontem grandão, eu estava com raiva.

— No problems. — Sorriu para ela. — Nós sabemos que essas coisas não são fáceis.

— Com licença família. — Um enfermeiro veio até nós. — Vocês estão esperando eles? — Apontou para o corredor.

Nos viramos rapidamente e encontramos Joui, César e Arthur caminhando juntos e sorrindo quando nos viram.

— Só não fazemos um abraço em grupo porque não quero que os pontos estourem. — Joui falou vindo até nós.

— Eu vou ficar com uma cicatriz sinistra. — Arthur apontou para o rosto.

— Vai ficar descoladíssima!

— Quem bom que estão bem meninos. — Liz falou.

— Filho! — Christopher foi até o César. — Passou a noite conversando com a sua namorada, a Lou?

— Passei sim. — Vi todos darem uma risadinha.

— O que vamos fazer agora? — Perguntei.

— Eu queria dar um enterro digno aos Gaudérios. — Arthur disse meio cabisbaixo. — Podemos?

[...]

Depois de algumas idas e voltas na casa do Dr. Lunático, nós conseguimos trazer todos os corpos dos gaudérios, ou o que restou deles.

Arthur quis por conta própria e sozinho cavar as covas deles atrás do bar. E era uma cena horrível de se assistir.

Para piorar tinha começado a chover, e toda aquela terra estava virando barro. Além de nos deixar encharcados.

— Vocês não morreram. — Arthur foi de túmulo em túmulo jogando moedas. — Enquanto o meu coração bater, vocês estarão vivos aqui dentro.

Nós observávamos um pouco afastados, dando a Ivete e ao Arthur espaço para que prestassem suas homenagens em particular. Mas atentos para caso eles precisassem de alguma coisa.

Depois de bons minutos debaixo da chuva e completamente encharcados, Ivete e Arthur vieram até nós e nos chamaram para entrar no bar.

— Eles não gostariam de nos ver assim. — Ivete pegou algumas garrafas de bebidas diferentes e colocou no balcão. — Hoje é por conta da casa gurizada.

— Aqui tem essas camisas dos gaudérios e uns cobertores. — Arthur chegou com um embolado de panos na mão. — Peguem aqui para ninguém gripar.

— Vou trocar de blusa, já volto. — A Liz me avisou saindo.

— Vamos fazer uma rodinha no chão! — Joui
esticou um dos cobertores no chão.

— Que tal jogarmos eu nunca? — Cesinha deu a ideia.

Efeito Borboleta | LizagoOnde histórias criam vida. Descubra agora