Capítulo 10

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Pov Thiago (para me redimir com vocês)

A morte do Chris abalou todos nós, principalmente o César, que até agora não dialogou com a gente.

Assim que Santo berço ficou em chamas, nós saímos de lá e corremos na direção que imaginávamos ser a estrada.

Conseguimos achar nosso carro, e decidimos que não iriamos passar nem mais um dia em Carpazinha. Iriamos fazer nossas malas, ir para o aeroporto e pegar o próximo voo.

Nossa primeira parada foi o suvaco seco, onde conversamos com a Ivete e o Arthur, e eles decidiram que iriam embora conosco para São Paulo.

Deixamos que eles fossem para suas casas enquanto eu, Liz, Joui e César íamos para o hotel juntar nossas coisas.

Assim que paramos no hotel, César foi o primeiro a descer do carro, entrando rapidamente no hotel.

— Eu vou falar com ele. — Joui avisou.

— Ele quer ficar um pouco sozinho Joui. — A Liz colocou a mão em seu ombro.

— Dá um tempinho para ele Joui, depois vocês conversam. — Falei e ele assentiu cabisbaixo.

Nós três entramos no hotel, e como de costume, depois que o Joui entrou para seu quarto eu e a Liz ficamos sozinhos no corredor.

— Você está bem? — Perguntei para ela.

— Você ainda pergunta Thiago? — Respondeu um pouco grosseira.

— Desculpa, foi uma pergunta idiota. — Puxei ela para um abraço apertado.

— Não, eu que fui grosseira com você, desculpa. — Sorri com o pedido de desculpas, quando a conheci ela não era alguém que costumava se desculpar. — Estou triste com a morte do Chris, mas aliviada que finalmente acabou.

— Eu vou sentir falta dele. — Suspirei. — Ele estava sendo uma espécie de figura paterna para mim esses últimos tempos.

— Eu sinto muito, Thiago. — Ela colocou a minha cabeça em seu ombro. — Você sabe que não precisa ser forte o tempo todo, não sabe? Você pode se deixar sentir a perda também.

Eu não sei o que aquela frase despertou em mim, mas comecei a chorar escondendo meu rosto na curva de seu pescoço, enquanto ela acariciava meus cabelos.

— Nós vamos ficar bem. — Ela seguia fazendo os carinhos. — Enquanto estivermos juntos estaremos bem. — Repetiu a mesma frase que eu disse a ela na casa do Virgulino e eu sorri.

Ficamos um pouquinho naquela posição, até que eu respirei fundo e me afastei. Eu me sentia um pouquinho mais leve agora.

— Obrigado, Liz. — Falei sorrindo.

Ela não respondeu, apenas levou as mãos até meu rosto e me surpreendeu com um selinho rápido.

— Eu vou arrumar as minhas malas, qualquer coisa me chama. — Ela entrou para o quarto me deixando meio abobado no corredor.

Entrei para o meu quarto e fui direto para o banheiro tomar um banho. E como eu não estava com muita cabeça para organizar as minhas coisas, apenas abri minha mochila e joguei tudo lá dentro.

Dei uma última olhada no cômodo para ver se não estava ficando nada para trás, coloquei a mochila nas costas, sai trancando a porta e fui até o quarto da Liz.

— Precisa de ajuda com alguma coisa? — Ela perguntou abrindo a porta e vi que ela também tinha tomado banho.

— Não, já acabei de juntar minhas coisas. — Apontei para a mochila nas minhas costas. — Posso entrar?

Efeito Borboleta | LizagoOnde histórias criam vida. Descubra agora