26: Way Down we go.

5 2 0
                                    

"Porque eles vão te perseguirAté a escuridão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Porque eles vão te perseguir
Até a escuridão.
Sim, e eles vão perseguir você
Até você cair."

Way Down we Go. - Kaleo.

                       _______ ☆ ______

Coreia do Sul / Tailândia.
23 de março de 2023.

Era de manhã cedo, eu já tinha resolvido minha matrícula e minha demissão. Fiz o necessário sem demonstrar muitos sentimentos, mesmo que quisesse chorar na frente do meu chefe, que tinha dito que eu era seu melhor funcionário, e na frente da diretora, que tinha dito que, em pouco tempo, eu tinha me tornado um dos melhores alunos daquela escola. Sentiria saudades, mas já era tarde demais para voltar atrás, eu tinha tomando a minha decisão final.

Estava fazendo check-in no aeroporto e meu voo chegaria em torno de uma hora e meia, atrasado. Comecei a olhar as lojas de conveniência cheias de coisas que eu via Yoon usando em algum momento, mas que nunca poderia a dar de presente mesmo se comprasse.

Me vi chorando em alguns momentos, e outras as lágrimas escorriam quando a voz robotizada do telão revelava que o próximo avião para a Tailândia chegaria em breve. E as notificações do meu celular só aumentavam sua quantidade com áudios e mensagens da minha mãe preocupada e me parabenizando pela "ótima escolha."

Quando entrei no avião, sentei-me e fui servido com as melhores comidas que poderiam imaginar. Um banquete estava me esperando, juntos de funcionários que estavam ao meu dispor o tempo todo, mas não importava. Apenas me conectei ao meu fone de ouvido e escutei música até pegar no sono, após tentar comer alguns morangos.

Já estava me torturando o suficiente por ter que fazer aquilo, mas ficar seria pior. As duas escolhas seriam dolorosas, mas eu tinha que escolher a menos pior possível, tanto para mim, tanto para ela.
Até que fui trocar a música, estava tudo bem. O pior erro foi ter olhado a barra de notificações, com mensagens de um número desconhecido.

 O pior erro foi ter olhado a barra de notificações, com mensagens de um número desconhecido

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Que droga, agora eu tinha alguém na minha cola e ameaçando a Yoon junto. Enquanto ela estivesse no hospital, estaria tudo bem, mas e depois? Teria que manter contanto direto com Eun-ji. Todos os dias, além de tomar medidas de segurança. Não saberia muito bem como, mas não deixaria esse maluco encostar nela outra vez.

Não respondi as mensagens e bloqueei o número, apenas indo falar com o detetive sobre o ocorrido. Adverti o advogado e o caso foi levado a polícia.
Não importava, esse inferno iria sim ter fim, e ela ficaria a salvo, pois eu a devia isso. Era o meu dever.

Tudo isso me lembrou ao pedido de desculpas de Kyung-mi. Será que era real? Pois eu ainda sentia dedo dela nessa história, algo estava me avisando para tomar cuidado com essa menina.

Continuei toda a viagem e depois de algumas horas, cheguei no aeroporto, com a minha mãe esperando ansiosamente por mim. (Ou pela moeda de troca dela) tudo voltaria ao normal agora, e ela teria o dinheiro de volta em suas mãos. Sabia muito bem o motivo de seu sorriso, e não era por me amar tanto quanto transpareceu.

Fomos de carro até em casa, e como sempre, meu pai não estava lá.

- Outra viagem de negócios?- questionei a Chaisee.

- Sim, essa é muito importante. Mas não fique assim, deixe suas coisas no seu quarto e desça para comer alguma coisa. Pegue sua agenda com a secretária e amanhã você já volta ao trabalho, não podemos perder tempo.- ela explicou, indo sair de casa outra vez.

- Mas é claro.- ironizei e voltei para meu quarto, subindo as escadas e tendo um dejavu de quando fui subir as escadas de Yoon, ou quando cai das minhas.

Malditas escadas.

Liguei para Eun-ji, para saber como estava ela. Me deitei na cama e digitei o número.

- Alô? Eun-ji? Alguma novidade?- questionei.

- Ela ainda não acordou, parece que a dose foi muito forte. Não sei por quanto tempo podemos esperar até que os pais dela percebam.- disse ela.

- Está tudo sob controle, desde que ela fique bem, vai ficar tudo bem. Só não esqueça da carta, e até lá, não conte absolutamente nada a ela.- adveti a mesma.

- Claro, vai ficar tudo bem. Talvez ela receba alta nos próximos dias, vou ir buacar ela... Você já chegou a Tailândia?- ela quis saber.

- Sim, eu estou em casa. Vou te incluir sobre as notividades do caso, eu abri um registro na polícia. Vou dar meu depoimento online, e demorou para conseguir essa condição. Mas vai ficar tudo bem, temos provas, cheque as filmagens da casa dela e passe para o meu celular, eu vou dar ao detetive.- falei, concluindo a chamada.

Estava pensando sobre isso, e sobre como resolveria sem que os meus pais suspeitassem da situação. Mas sabia que aquela situação iria acabar em breve, não era algo impossível. Todas as provas iriam levar a mesma pessoa, ele seria preso sem sombra de dúvidas, e aquele inferno acabaria.

Fui olhar minha agenda com as sessões de fotos do dia seguinte, seria um comercial de uma marca de shampoo de uma das franquias da minha família. Era apenas trabalho, como sempre. Ainda não acreditava que estava de volta naquela situação, mas eu teria que encarar.

Passei o dia no quarto assistindo a documentários de casos criminais, que haviam se tornado minha nova obsessão em pouco tempo. Aquele caso era a minha nova prioridade, pois eu só me sentiria totalmente desvinculado de tudo que aconteceu depois que isso fosse completamente resolvido.

Queria minha mente tranquila sobre Yoon, mas sabia que mesmo após isso, não seria possível. Ela foi a primeira garota pela qual eu havera me apaixonado, e nunca havia me sentido assim por ninguém antes. Demorei para enxergar a profundidade disso, e só me dei conta dela quando já era tarde demais.

Talvez o plano de seguir minha vida como era antes não desse assim tão certo com ela na mente, mas teria que tentar fazer com que eu conseguisse. Teria que ser forte durante esse tempo, tentando superar o que aconteceu, mas sempre seria meu ponto fraco.

Ao menos, ninguém na Tailândia poderia imaginar nada do que eu passei em outro país, e logo eu iria participar da colaboração de um ano no Colorado.
De certa forma, tudo permaneceria bem até o momento em que eu me convencesse disso. Precisava acreditar no melhor.

Mas no fundo, eu sabia. Sabia que aquela situação iria tirar de mim tudo que pudesse, que eu iria me destruir tentando resolver por conta própria. Mas era não só por mim, e sim por nós dois, eu e a Yoon. Ela na Coreia, e eu na Tailândia. Da forma que sempre deveria ter sido.

De certa forma, um dos meus piores pensamentos era a reação dela depois de descobrir que eu não moro mais lá, e talvez ela nunca vá entender o motivo pelo o qual eu tive que deixar a vida que construí lá, mesmo que a minha vida aqui não seja a melhor possível.

Se pudesse, pegaria toda a dor dela, para que pudesse viver em paz.
__________________________________☆

Dancing In The Storm.Onde histórias criam vida. Descubra agora