Sougo, seu...

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— Saltitando pelas ruas, eu vou tão sozinha, fazer algumas provas pra me livrar de três bostinhas! — eu cantarolava feliz, mesmo sendo apenas seis da manhã. Normalmente nessa hora ainda estou dormindo. Acordo sempre às seis e meia, tomo um banho rápido e me visto mais rapidamente ainda, para dar tempo de tomar café e escovar os dentes para chegar ao colégio às 7:30. Por sorte, o colégio não fica longe de casa, e o papai geralmente nos leva no carro dele. — Estou indo cedo para escola, indo bem cedinho, pra me livrar de um sádico, um maconheiro e um papudinho.

Por que eu cantarolava saltitando? Por que eu estava radiando felicidade?

Porque em breve, se eu passar em todas as provas, eu estarei, FINALMENTE, livre de três pragas!

Quem são elas?

Bom, vamos começar primeiro com Gintoki, que normalmente eu chamo de Gin — ele é um bebum que está quase pré-diabético e tem um crush na garota do tempo. Esse pé de cana, que logo precisará de um fígado novo para não ir de arrasta pra cima, levou seu tablet para o colégio, cheio de pornôs lésbico e ficou vendo ao meu lado, na hora do intervalo, enquanto eu estava estudando para a prova que se aproximava.

Mandei esse Rick dois colocar a merda de um fone, por causa dos barulhos constrangedores, mas essa praga disse que não tinha o levado e nem fez questão de ao menos baixar o volume. Tive que tomar dele, para desligar e poder me concentrar nos meus estudos, e adivinhem o que aconteceu?

Acertaram!

O professor de português chegou bem na hora, para pegar um livro que esqueceu na gaveta do birô, se deparando com os gemidos de acasalamento que estava rolando no tablet.

Como esperado, ele tomou de mim, verificou que estava cheio de pornôs e meu deu uma suspensão, LOGO EM ÉPOCA DE PROVAS. E, para o meu azar, não tinha ninguém na sala para confirmar o que eu dizia, já que quando o sinal bate os alunos saem correndo para o pátio ou para qualquer outro lugar do colégio.

Eu expliquei que era do bebum, que não fazia sentindo de eu ver pornô lésbico, já que eu gosto de homem, e o que ele fez? Soltou "Aham... Acredito..." com um tom debochado.

Tentei explicá-lo mais uma vez o que aconteceu, e ele me cortou bem grosso, dizendo que era para eu deixar de encher o saco, pois todo mundo sabe do que eu realmente gosto.

Todo mundo sabe que eu "sou" lésbica, menos eu! Vê se pode?!

Para piorar a minha situação, eu fico muito nervosa quando ficam me cortando, principalmente quando falam comigo aos gritos. E como esperado, por eu não ter chance de argumentação, mostrei o terceiro dedo e gritei bem alto "Vai se foder, seu filho da puta", ficando então um mês de suspensão.

E, claro, eu me viguei do Gin por tudo que aconteceu. Acharam mesmo que eu iria deixar isso barato?

Peguei todas as cachaças dele que estavam guardadas embaixo da cama, coloquei no carro de mão e fui à casa do vizinho, onde estava rolando um churrasco, e gritei bem alto "Trouxe cachaça pra todo mundo!". Foi uma gritaria grande no lugar, por ser vários litros, até me chamaram para comer também. Eu que não sou besta nem nada, me juntei, comendo vários espertinhos na custa daquele bebum safado.

Foi lindo ver a cara dele ao saber que não sobrou nem um pingo de cachaça para ele tomar. Mas por causa disso, ele deu um tapa tão grande na cabeça, que ela quase virou uma tigela. Sendo que eu o bati de volta, já que ninguém bate em mim e sai de boas — a não ser a mamãe que nos bateu no final, e aquele homem que infelizmente é meu pai biológico e muitas vezes me deixa com o cu na mão.

Já não bastava essa suspensão, um mês depois de eu ter voltado para a escola, eu fui suspensa de novo — dessa vez, por causa da segunda praga: o maconheiro viciado por maionese, Hijikata, que normalmente chamo de Hiji.

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