Capítulo 12

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CECÍLIA

— Jão? Nossa, que coincidência, nem tinha te visto aí — eu falei fingindo naturalidade — Bom, eu já vou indo porque vi que você está acompanhado e não quero atrapalhar esse seu encontro — falei com um tom meio raivoso por acidente

A loira virou e se mostrou ser ninguém menos que Malu, da equipe.

— Eu? Deus me livre namorar esse aqui — ela riu

Eu quis me enfiar num buraco. Cavar bem fundo até chegar na China e nunca mais sair de lá.

E João riu. Ele pura e simplesmente riu.

— Vou deixar vocês sozinhos rapidinho porque preciso muito de uma bebida — Malu falou claramente querendo fugir daquele clima estranho

— E aí? Tá gostando daqui? — Jão perguntou para quebrar o silêncio que tinha se instaurado desde que ela saiu

— Tô. Pelo menos me ajuda a me distrair

— Ficou com ciúmes da Malu? — ele tentou me provocar e fazer graça, mas eu só respondi com uma risada forçada e distante — Olha, Cici, eu não sei se você me odeia depois das coisas que aconteceram nos últimos 2 dias. Você teria razão em me odiar. Tipo, parece que eu pedi desculpas pelo nosso beijo e não tenho ideia do que falei naquela ligação de madrugada — ele parou de falar esperando uma resposta, mas eu me mantive quieta — Eu só queria que você soubesse que eu realmente gosto de você e que me importo. Não sei o que tá acontecendo nesse momento entre a gente, mas eu sei que não quero perder isso. Nós dois. Nossa parceria.

— Tava fora de questão perder isso, Vitor — eu tentei sorrir — também me importo com você

— Você prefere esquecer tudo isso?

— Não. O que aconteceu, aconteceu. Agora a gente segue em frente a partir do que temos — eu suspirei — Isso não quer dizer que a gente tem que ficar junto

— Mas também não quer dizer o contrário — ele murmurou para si, sem o objetivo de fazer com que eu ouvisse — Quer beber algo?

— Por favor!

Fomos para o bar e eu enchi a cara. Não vi ele bebendo nada, porém.
Alguns minutos depois já estávamos na pista de dança.

Fazia tempo que eu não me divertia assim.

Eu dançava de forma super desengonçada e ele me acompanhava. No final de cada música sempre caíamos na risada.

Eu não sei qual música tocava quando paramos de dançar e ficamos nos encarando por longos segundos.

Ele se aproximou e, de novo, eu não hesitei.
A balada estava cheia e, pela falta de espaço, nossos corpos já estavam colados há tempos.
Ele não precisou de muito esforço para se aproximar o suficiente para ficar a milímetros de distância de mim.
Eu não sei se ele não estava com coragem para me beijar de vez, então, com um impulso de confiança que deve ter vindo de alguma das doses de álcool, eu fiz esse trabalho por ele.
Era como se a música e todos a nossa volta tivesse parado.

Ficamos naquele beijo por um bom tempo, até o ar esvair de nosso pulmões.

Depois daquilo dançamos mais um pouco e nos beijamos mais algumas vezes até Malu voltar para perto de nós depois de se esforçar muito para passar por entre as pessoas da pista

— Jão, eu to indo embora de carona com um amigo que eu achei aqui, viu? Não se preocupa comigo — ela falou assim que nos alcançou

— Ok, me manda mensagem quando chegar — João respondeu pouco antes de ela se afastar novamente de nós

— Meu Deus, que horas são?

Ele pegou o celular no bolso e me mostrou a tela inicial. Eram 3:40

— Eu tenho que ir, já fiquei até demais. Duvido achar um Uber nesse horário

— Você tá de Uber? Deixa que eu te levo, sua maluca

— Olha que eu não sou de recusar carona assim fácil — eu sorri

Ele me puxou pela mão até a saída da balada e fomos para o estacionamento.

Ele pagou a conta e eu o passei meu endereço.

Quando chegamos na porta do meu prédio, eu fui dar tchau com um abraço e, assim que me afastei, o olhei nos olhos.
Me aproximei e nos beijamos mais uma vez. Dessa vez foi profundo e cheio de desejo.
Eu tava quase arrancando a camisa dele naquele carro quando me lembrei que estávamos no meio da rua

— Põe seu carro na garagem

Ele ficou meio confuso, mas eu já tinha aberto a janela para pedir para que o porteiro liberasse sua entrada.
Assim que ele estacionou o carro em minha garagem, voltou a me beijar, mas eu o interrompi

— Vamos lá pra cima

Não esperei ele concordar, abri a porta e fui chamar o elevador.

Naquele noite ele dormiu na minha casa.

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nota:
amorecos, desculpa, eu real não sei escrever hot KKKKKKK
espero que vocês gostem do capítulo ainda assim 🫶🏻

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