Capítulo 21

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CECÍLIA

Dirigi igual uma louca. Passei em sinais amarelos correndo. Ultrapassei o limite de velocidade em duas vias e devo ter tomado pontos na carteira suficientes para nunca mais poder dirigir na vida, mas consegui chegar no bar em que o pessoal estava em seis minutos contados.

Entrei ali e procurei pela mesa em que estava a equipe. Quando avistei, fiquei procurando João com os olhos por uns 20 segundos, quando eu finalmente desisti e resolvi me aproximar para perguntar por ele.

– Cecí! – gritou Fran assim que viu minha aproximação – Não acredito que você chegou! Que ótimo

– Oi! – falei sem graça e um pouco esbaforida de tanta ansiedade e correria – Cadê o Jão?

– Ele literalmente acabou de ir... Tava todo estranho. Quando a terceira faixa começou ficou pior. Aí ele disse que não tava passando bem e que precisava resolver algo. Coisa assim – Pedro disse

Merda.

– Obrigada, gente – falei saindo do lugar, dessa vez decepcionada

– Ué, já vai? – alguém perguntou, mas eu não me preocupei em responder

Eu voltei para meu carro e fui para seu prédio.

Com a frequência de minhas visitas, o porteiro já me reconhecia e liberou minha entrada na garagem. Estacionei meu carro na vaga secundária, mas não via o carro de Jão em lugar nenhum.

Subi para seu apartamento e toquei a campainha. Uma. Duas. Três vezes.

– João, sou eu, a Cecília. Preciso falar com você. Se você estiver aí, por favor, abre a porta – nenhuma resposta

Dez minutos depois eu desisti. Se ele estivesse ali ele não queria me ver.

Peguei o carro e fui rumo à minha casa tentar me consolar com minhas amigas – que eu nem sabia se ainda estariam lá.

Quando fui entrar na garagem percebi um homem ali na portaria. Ele parecia discutir com o porteiro.

Parei o carro na rua mesmo e fui tentar ajudar na situação.

Ao me aproximar, notei que conhecia aquele homem

– Moço, eu venho aqui toda semana, você já deve até ter me visto

– Eu não lembro do senhor. E a dona Cecília não tá em casa. Ela saiu tem uns 20 minutos, um pouquinho antes de o senhor chegar

– Tudo bem, então, vou esperar ela chegar aqui mesmo – ele virou de costas para o portão e sentou no chão com a cabeça baixa

– Não vai mais precisar esperar nada — eu falei ao me aproximar

– Cecília! – ele pulou ao ouvir minha voz

Eu o abracei com toda a minha força

– Eu fui te procurar no bar e depois no seu apartamento

– Assim que eu saí de lá eu vim pra cá. Fiquei parado um tempo no carro só encarando o prédio até tomar coragem de sair. To há uns 10 minutos implorando pra entrar

Eu ri

– Me desculpa, João. Hoje de manhã eu cometi o pior erro da minha vida – ele fez menção de fazer algo, mas eu voltei a falar – Eu te amo com cada partezinha do meu ser. Eu seria a maior burra desse mundo se deixasse você ir; se deixasse essa felicidade de lado por causa do passado. Também quero ter um quadro seu do lado da minha cama – uma lágrima escorreu de meu olho — Milhares de quadros seus. Nossos. Por toda a minha casa

– Eu te amo muito – ele disse enxugando meu rosto

Em seguida, ele me puxou para um beijo longo

– Namora comigo? – ele disse baixinho assim que nos separamos

– Quê?

– Namora comigo, Cecília!

– Eu até queria me fazer de difícil pelo menos uma vezinha e demorar pra responder, mas acho que minha cara e meu discurso de instantes atrás já mostram exatamente a minha resposta, mas caso não tenha ficado claro: SIM — eu gritei a última palavra — Milhares de vezes

Ele me abraçou com força e me rodopiou.

Eu olhei em volta querendo achar alguém para me beliscar ou falar se aquilo realmente era de verdade, mas estava tudo deserto.

– Talvez seja melhor a gente sair da rua, né? Tá meio tarde – eu disse meio rindo

Ele assentiu e nós entramos no condomínio

– Boa noite, seu José! – eu disse cumprimentando o porteiro, que estava ao mesmo tempo chocado, emocionado e envergonhado

– Boa noite, dona Cecília! Mulher de sorte você. Que cena linda! Parabéns ao casal

– Obrigado! – disse Jão contente – Tenha uma boa noite!

Entramos no elevador e subimos para meu andar.

A porta estava destrancada, do jeito que eu a deixei.

Eu estava prestes a abri-la quando Jão me puxou para si, selando um beijo.

De costas para a porta, a abri com tudo, mal podia esperar para entrar no apartamento com o homem da minha vida.

– Oi, gente! – Malu disse, me fazendo virar com tudo, assustada. Depois de toda essa noite, eu tinha esquecido completamente que tinha deixado elas no apartamento – Parece que a noite acabou bem, então...

– Ah, oi! – eu falei meio envergonhada

– Oi, gente! – falou Jão atrás de mim rindo

– Bom, já que tá tudo certo, acho que essa é nossa deixa pra ir. Vamos lá, Mari?

As duas pegaram suas coisas, passaram por nós dois acenando e eu tenho quase certeza de que ouvi Marina sussurrando "tô muito feliz por você". Eu também estava feliz por mim. Estava explodindo de felicidade

No fim, não deu tão errado assim.

———
nota:
meus xuxuzinhos 🥺🫶🏻

gente não to mais conseguindo ouvir/assistir nada do Jao sem ter vontade imensa de chorar. nao sei se é saudade do show, muita vontade de conhecê-lo ou outra coisa. vcs tbm ficaram assim??

mudei a capa da fanfic, vcs gostaram dessa??

Rádio | JÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora