Extra IX: Sinceridade

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Penúltimo cap.
Será q as coisas melhoram?

Espero q gostem e boa leitura 💕💕🌙

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Pov Sarah

E foi isso. Custei tanto para ter esse encontro e ela não me deixou falar. Que merda. Ela gostava de mim, não disse que me amava, mas já é alguma coisa. Ainda corri para fora do camarim pra' tentar falar com ela, mas o projeto de The Flash não estava mais lá, ainda procurei ela, mas não tive sucesso e só me restou mandar um áudio com absolutamente tudo que eu estava sentindo, não ia perder a oportunidade e só não liguei porque ela não atendeu.

— Juliette, mil desculpas pelo que eu falei na farofa, nada daquilo era verdade, eu só tava com raiva por você ter dito que dá hétero naquela merda de podcast. Eu tava magoada e acabei de magoando, deixa eu me desculpar, vai lá pra casa e a gente conversa de verdade, as duas falam, as duas escutam. Eu não quero ficar sem você. — e enviei. Sim, eu enviei aquele negócio, até escutei depois pra' ter certeza do que tinha dito, mas quem disse que ela escutou? Ela nem viu a mensagem.

Passei aquela noite em claro esperando ela responder, mas a resposta nunca chateou, nada nunca mudou, os tracinhos de recebido estavam lá, mas nunca ficaram azuis. Se em algum momento ela escutou, não respondeu.

Depois de alguns dias mandei mensagem mais uma vez, mesmo sabendo que ela não estava mais na cidade, mas eu ainda queria ela e, mais uma vez, fui ignorada. Não precisava de mais, eu já tinha entendido, ela não queria mais falar comigo.

Como em tantos outros momentos, Thaís ficou do meu lado. Foram alguns meses me vendo sofrer por aquela mulher, ainda mais depois que eu descobri quais músicas eram pra' mim. Romance, dor, desejo e eu queria o que? Chorar. Que merda, Juliette.

E, como se não bastasse, parece que só depois do show começou a aparecer pra' mim as fotos do novo casal favorito da internet. Ele me lembrava Lucas, alto, malhado, loiro, um príncipe encantado, mas esse ano era encantado por ela, como meu ex' nunca foi por mim. Todas as fotos dos dois machucavam, mas sempre me apeguei na ideia de que era apenas um amigo ou alguém que ela ficava raramente, não imaginei que um mês antes do aniversário dela ela fosse assumir um namoro.

Eu não tava' acreditando naquilo. Oito meses, desde maio... Quer dizer que na última vez que nos encontramos eles já estavam juntos... Eu não queria aceitar aquilo.

Não sei quantas mensagens mandei, nem quantas vezes liguei pra' ela, até que no final da tarde ela atendeu.

— Juliette?

Oi, Sarah. Tudo bem? — não parecia a mesma pessoa que havia falado comigo mes e atrás, ela tava' animada, parecia feliz, talvez ele fizesse bem pra' ela.

— Sinceramente, não tô não. — acho que já chega de mentiras, né? — E você?

Eu tô ótima, as coisas tão bem animadas aqui.

— Que bom. — respirei fundo — Tá namorando?

Tô, né... Ainda nem sei como isso foi acontecer, mas ele é legal.

— Tá feliz? — estava segurando as lágrimas, não era fácil perguntar aquilo.

Onde você que chegar com isso, Sarah? — e a rispidez dela só me deixava ainda mais triste.

Porra, isso era pra' ter se resolvido faz tempo. Agora era pra' ser a gente fazendo festa, postando story de casal, sendo feliz, eu e ela, não esse crosfiterio dos infernos, que até o fandon DELA dizia que só queria dinheiro, eu não vi isso com todas as palavras, já vi algo parecido, então tá' valendo.

— Eu só quero saber de você. Eu... Sinto sua falta. — ali já estava enxugando as lágrimas, não tinha como controlar.

Sarah...

— Não sei se viu minhas mensagens, acho que não, então vou repetir: Desculpa pelo que falir ano passado. Eu tava magoada e acabei te magoando também, mas isso nunca foi a minha intenção. Acho que você sentiu medo no dia do podcast e eu devia ter te entendido, porque sei bem como é aquilo e sabia também que não tínhamos nada firme na época, por mais que essa fosse e ainda seja uma das minhas maiores vontades. — respirei fundo, não era hora de dar pra' trás — Ju, eu te amo. Por favor, volta pra mim. — já não disfarçava o choro, estava realmente desesperada.

Os segundos em silêncio me deixaram inquieta, até desencostei o celular do rosto, pensando que ela tinha desligado, mas a ligação continuava e só quando escutei algo batendo foi que notei que não tinha mais barulho, ela devia estar sozinha num quarto ou algo assim.

— Ju?

Eu tô aqui. — foi a vez dela respirar fundo — Só vim pro meu quarto. Hoje estamos falando com sinceridade, não é?

— Com toda ela.

Então eu vou se sincera também. — suspirou — Sabe o que é foda, Sarah? Eu também te amo. A dois anos eu te amo, tentei mostrar isso de todas as formas possíveis, tentei falar, ir atrás, me acertar contigo, tudo porque eu sabia muito bem o que tava acontecendo comigo, mesmo não me assumindo pra todo mundo, eu sabia que o que sentia. Aquela noite do ginga foi mágica, não posso mentir, assim como todas as outras que tivemos juntas, porque tinha amor envolvido ali, não era so sexo, nunca foi só sexo, mas o que aconteceu depois daquilo? Voltamos a ser estranhas. Nos afastamos por um motivo que até agora eu não sei qual foi, já que você disse que não ia me explicar.

— Ju... — ela me amava também?

Eu gosto dele, Sarah. — aquilo me quebrou — Você só tá assim porque sente que não tem chance, acredite, eu sei bem como é isso. — suspirou alto e escutei ela fungando, devia estar chorando também — E agora eu sei que tenho que seguir a minha vida e te deixar onde já devia ter deixado a muito tempo, no passado, porque é bem claro que não vamos dar certo.

— A gente da certo, só precisamos conversar mais, deixar as coisas clara. Podemos tentar. Eu vou pro Rio agora, se você quiser, largo tudo aqui, só fica comigo.

A única coisa que você vai largar é de mim. Tivemos tempo o suficiente pra dar certo, desde 2021, desde o final do ano passado e você só fala agora porque eu tô namorando.

— Não fala isso, eu mandei mensagem pra você. — já tinha uns minutos que estavam andando de um lado para o outro, não conseguia ficar sentada de jeito nenhum.

A vida não é uma comédia romântica, Sarah. Você não pode simplesmente me ligar, dizer que me ama e pensar que tudo vai ficar as mil maravilhas. — finalmente sua voz vacilou um pouco, o que fez meu peito doer, ela realmente estava chorando — Por que você não ligou antes? Que merda.

— Porque eu tinha medo. — isso sim era verdade. Ela atendeu agora, mesmo demorando muito, eu devia ter insistido mais, mas eu tinha medo.

Medo do que?

— Do que poderiam pensar da gente, o que poderiam fazer com a gente. — mesmo que tivesse me assumido, as pessoas não eram menos maldosas e éramos figuras públicas. Depois do ginda eu estava mas nuvens, pensei que nada poderia me atingir, mas ela estava com os pés no chão e lembrava bem do nosso combinado lá no início: sigilo.

E não tem mais medo?

— Tenho, mais do que nunca. — ainda mais sabendo que ela agora estava com alguém e era uma pessoa eu todos gostavam — Mas eu tenho mais medo de perder a mulher da minha vida. — não ia deixar o príncipe encantado ganhar.

Não se preocupe com isso. — tive alguns segundos de esperança antes dela falar novamente e encerrar a ligação logo em seguida, me fazendo cair de joelhos no chão, com o rosto coberto de lágrimas — Você já perdeu.

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Até mais 💕💕🌙

Espumas ao vento - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora