Wait for me to come home.

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Boa leitura <3

So, you can keep me

Inside the pocket of your ripped jeans

Holding me close until our eyes meet

And you won't ever be alone

Wait for me to come home;


Sirius pov

Eu gosto de escrever às vezes.

Não tenho rotina, nem pretexto ou cronograma.

Só gosto de derramar meus sentimentos no papel, como a bela tempestade que sou, quando me sinto carregado demais.

Já havia rascunhado todo tipo de coisa possível; pastas e cadernos recheados com contos, prosas, composições e roteiros, todos descendentes dos meus dramas.

Mas eu gosto mesmo é de poemas.

Desde pequeno, já havia trilhado muitos deles, sobre todo tipo de cena.

Fui uma criança quieta, mas revoltosa na mesma proporção. Era contido, refreado pelos padrões de comportamento impostos por aqueles que deveriam estar ali pra me ouvir quando eu precisasse.

Então fiz da arte, a minha morada. Se estava triste, desenhava e escrevia, se estava feliz, pintava e dançava.

Preenchia o peito com aqueles sentimentos bagunçados e inteligíveis, mas que se tornavam uma melodia calma e harmônica enquanto eu me expressava de alguma forma; tinta rabiscando as linhas do papel.

Quando atingi o ensino médio, no entanto, meus prantos ganharam uma cor diferente.

Tudo era sobre ele, ou sobre a falta dele, ou a presença dele, ou o que ele fazia. Ele.

Remus Lupin.

Nada me preparou pra enxurrada de emoções confusas e sufocadas que me atingiram quando os olhos quase dourados dele me cravaram, dóceis.

Não demorou mais do que uma semana pra firmarmos um trio pra lá de travesso, durante aqueles últimos anos de colégio.

Meu coração batia por James, é verdade, mas Remus...Remus era inexplicavelmente diferente de tudo o que eu já havia sentido fazer meu peito pulsar.

E durante os dois primeiros anos, eu me preservei apenas às papeladas que escrevia pensando nele. Em como a risada dele era graciosa, ou na forma como os cabelos ondulados ficavam cor de ouro na luz do sol da tarde.

Era Remus, sempre foi Remus.

Às vezes, compunha sobre James também, e sobre Lily, e até sobre Regulus.

Mas em maioria, eram todos sobre ele. Sobre Remus.

Depois de dois anos daquilo, eu me cansei. Não era mais suficiente apenas escrever sobre ele, torna-lo poesia, Deus, mitologia, eterno, sentimento, fenômeno, nas folhas de papel.

Havia uma tempestade repleta de coisas pra falar trovejando em meu peito, e no início do último ano, eu me permiti chover.

Não brando, nem breve. Era dilúvio. Intenso.

Eu me lembro até hoje, é claro. Sentado no chão do quarto, encarando todo aquele trabalho. Haviam desenhos, quadros, literaturas, cartas e tudo o que mais fosse possível sobre ele jogados sob a minha cama. Num impulso, eu joguei o que coube dentro da minha mochila e pedalei até a casa dele.

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