Chapter 5

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A segunda-feira chegou cedo demais para Harry, que passou o domingo trancado em seu quarto mesmo sob os protestos de Sirius, alegando que não se sentia muito bem e que precisava colocar o sono em dia depois do plantão. O jovem médico, contudo, não havia conseguido pregar o olho, pois as imagens de seu último encontro com Tom se recusavam a abandonar sua mente. E Harry odiava a si mesmo ao sentir as bochechas corarem e um arrepio de excitação percorrer sua espinha ao pensar nas mãos fortes e habilidosas de Tom, no halito quente contra sua nuca, nos beijos ardentes e repletos de desejo, nas estocadas fortes que o levaram a loucura, fazendo-o esquecer, por um instante, de que aquele homem imponente e sedutor que o reclamava para si com tanta paixão era um perigoso assassino.

Tom havia levado sua virgindade.

E, por um instante, conseguira levar também seu autocontrole e sua sanidade. Fazendo-o mergulhar nas deliciosas sensações que cada toque lhe proporcionara.

Contudo, após incontáveis horas debaixo do chuveiro escaldante, Harry havia decidido de uma vez por todas colocar um fim sobre esta loucura. Tom o violara. E ponto final. Ele não havia desfrutado dos toques precisos, das intensas carícias, dos beijos repletos de luxúria, não havia gemido em total abandono... Não, nada disso. Decidido a esquecer de seu perigoso paciente, portanto, Harry se encontrava agora no aconchegante restaurante italiano perto do campus a espera de Cedric.

Ele havia chegado quinze minutos mais cedo e agora esperava pelo capitão do time de Rúgbi no bar do restaurante bebericando um delicioso chá gelado de limão. O elegante restaurante possuía paredes num tom rouge, quente e aconchegante, combinando graciosamente com as tolhas de mesa na cor creme e os arranjos de flores amarelas e brancas dispostos em cada mesa. Era um ambiente tranquilo, mesmo no horário de almoço, e a culinária italiana oferecia a todo lugar um delicioso aroma. Sem dúvida alguma, o Piccolo Mondo fora uma excelente escolha de Cedric para um segundo encontro.

- Deseja mais alguma coisa, senhor? - perguntou o garçom, educadamente.

- Não, obrigado, estou esperando uma pessoa.

- Por favor, fique a vontade.

- Obrigado - voltando a saborear seu chá, Harry pensava numa desculpa para que Remus o retirasse da ala Slytherin e colocasse na ala Hufflepuff talvez. De repente, porém, o celular começou a vibrar em seu bolso:

"Hermione". Informou o identificador de chamadas.

Com um suspiro resignado então, Harry atendeu, imaginando que sua querida, porém indiscreta amiga queria detalhes de seu encontro com Cedric:

- Ele ainda não chegou, ligue mais tarde.

- Você precisa ir para casa, Harry - a voz de sua amiga soava aflita - Saia de onde quer que você esteja e vá para casa, não fale com ninguém, apenas vá para casa e tranque as portas.

- O que está acontecendo, Hermione?

- Ele escapou, Harry. Tom Riddle escapou.

O jovem médico arregalou os olhos, quase saltando do banco em que estava sentado, um arrepio de medo e expectativa percorrendo seu corpo.

- C-Como?

- Ele matou um enfermeiro, com a seringa de seu próprio tranquilizante, e usou suas roupas para fugir do hospital... Ele... Ele usou o sangue do enfermeiro, Harry, para dizer que irá encontrá-lo. Ele está atrás de você.

- Estou indo para casa - murmurou assustado, desligando o telefone em seguida.

Após digitar uma rápida mensagem para Cedric, desculpando-se por não poder comparecer ao encontro, Harry colocou o dinheiro de sua bebida no balcão e correu para o carro. Suas mãos trêmulas quase não conseguiram colocar a chave na ignição, mas quando o fizeram, Harry acelerou em direção ao Largo Grimmauld sem olhar para trás.

Charme da Insanidade Onde histórias criam vida. Descubra agora