Seis de Espadas

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Antes de mais nada, quero desejar um Feliz Ano Novo pra vocês, leitoras! 

Saibam que o caminho só se abre quando a gente caminha nele. Isso significa que vocês não podem desistir nunca de trilhar, mesmo sob um caminho de pedra, os rumos em busca dos seus sonhos. 

2023 foi incrível e curativo pra mim. Me tornei mãe, fiz amizades incríveis, me descobri escrevendo, me matriculei no Teatro e isso e talvez mais ainda eu devo á grande parte de vocês 

Não consegui escrever uma história de ano novo. Eu queria, mas não estou emocionalmente bem. Tô de coração partido, paixão é tão gostosa quanto dolorida. 

MAS como já tinha pronto esse capítulo, trouxe de presente pra vocês. Ele não é tão dolorido e podemos até visualizar uma melhora em alguém que está rendido 

A música do capítulo é

Me Evita Mais - Henry Freitas 

Esta disponível na Playlist de Simples no Spotify 

Vamos sustentar a saudade?

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 Haviam se passado duas semanas desde que o mundo de dois homens tinha mudado completamente. Diego estava vivendo um conto de fadas que sempre o fazia sair do chão quando se deixava levar pelas ilusões doces como uma queda livre para a morte, se embrenhando cada vez mais na inconsciência que aprisionava a maior clareza que sempre assolou sua mente quando tinha olhos suficientes para enxergar o que fazia: vivia uma mentira.

Já Amaury, se arrastava dia e noite ainda sem compreender toda aquela mudança do vinho pro vinagre do ruivo que o havia acorrentado aos seus demônios e agora o tinha aprisionado nas suas confusões, arrastando aquele coração tão puro e entregue pro meio das suas tramas mal resolvidas. A maior realidade daquele momento era o sofrimento estampado na cara do moreno, enquanto entrava com seu carro pela portaria do Projac e manobrava para estacionar.

Suspirava agoniado, hoje começaria de fato as gravações e teria logo uma junto de Diego, estreando seu personagem "Kelvin". Retirou a chave da ignição, rezando apegado á medalhinha que ganhara de Ramiro, mesmo com a fé abalada, implorando á santinha que realizara a promessa do ex peão, e que agora recebia também seus pedidos perdidos, que lhe desse uma jornada de trabalho que não sacrificasse seu ofício sagrado, e que se fosse possível, lhe devolvesse o amor, ou pelo menos o fizesse esquecer

O que lhe doía mais nem era a falta que Diego abria no seu coração, que em poucos dias havia se acostumado com seu amor não declarado, mas tão intensamente sentido. Lhe doía era a sensação de estar sendo traído, não afetivamente, mas não entendia como alguém pode sofrer tanto numa relação mas voltar para ela na primeira oportunidade. Não achava que o ruivo mentira sobre os abusos que sofreu. Porque então, voltara?

Seu celular vibrou enquanto se encaminhava rumo ao camarim para iniciar a caracterização de Ramiro, o personagem.

"Boa sorte amigo. Ele ainda não me responde. - Kelvin"

Sorriu, mesmo com pesar. Lembrava emocionado do quanto Kelvin havia lhe dado forças para aceitar a sorte de ter sido chamado para aquele papel. Aliás, sorte não. Merecimento! Estufava agora o peito de orgulho em ver sua jornada árdua como ator, estar finalmente lhe dando o brilho que tanto lutou para ter. Mas também lamentava, sentia a dor de Kelvin de longe. O loiro havia se apegado muito ao ruivo, chegavam a parecer gêmeos de tão grudados nos últimos dias em Nova Primavera, e agora havia sido praticamente abandonado por Diego, que não respondia ninguém nas redes sociais, como sempre

Complicado - Dimaury/KelmiroOnde histórias criam vida. Descubra agora