O Louco

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!!!!!! ALERTA DE GATILHO: relacionamento abusivo; sequestro; morte. !!!!!!!

Que bela sexta em plena segunda de carnaval! 

Eu tô tão mexida com o final de Complicado, que eu me sinto angustiada apesar de muito feliz pelo final dela. Emocionante, o máximo que puder. 

Se em Simples, Ramiro me levou ao extremo das minhas emoções, em Complicado quem me empurrou pro quarto escuro dos meus traumas foi Diego. Tô finalizando a história mexida, dolorida, mas em parte, curada. 

Curada pelos personagens (Amaury fecha a boca pelo amor de Deus), curada pelo carinho das leitoras (e as suas safadezas, ocês deixa de ser safada!), e espero que seja recíproco. Que suas feridas abertas também passem a se fechar. 

Lembrem-se,  essa história se encheu de bandeiras vermelhas por um motivo: saiam dos relacionamentos abusivos, denunciem, busquem ajuda! 

Me perdoem por todas as vezes que as fiz chorar. Chorei também. 

Me perdoe, Diego da minha cabeça, por te trazer junto para a jaula dos meus demônios. 

A música do nosso capítulo é: 

Domingo no Parque - Gilberto Gil 

O significado político e cultural em cima dessa música é muito profundo, intrínseco e sensível. Pau no cu de José e João, que as Julianas fiquem vivas no final! 

Está disponível em nossa playlist Simples no Spotify 

Vamos sustentar um funeral? 

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- Eu vou te tirar daqui Kel, aguenta! - Diego tremia vendo o amigo quase inconsciente, ainda pelo impacto dos socos que levara de Vitor

"O rei da brincadeira
Ê, José! [...]"

Com uma arma apontando para si, o loiro alto esperava atento ao ruivo soltar o loiro para o libertar, aceitando a troca de "refém"

Sentia se afogar com as lágrimas escorrendo grossas na medida que o choro mudo se embolava na garganta

"O rei da confusão

Ê, João! [...]"

Se arrependia tanto por não ter finalizado aquilo no primeiro sinal de bandeira vermelha no namoro. Primeiro começaram com pequenos comentários ríspidos, grosseiros, ciumentos de um homem que após o magoar com tais palavras as substituía por amor

Isso só deixava o ruivo mais confuso, mais dependente como um marionete, já que nunca sabia o que pensar ou esperar de Vitor.

"Um trabalhava na feira

Ê, José! [...]"

Em seguida foram os puxões, arranhões, beliscões que deixavam pequenas marcas em sua pele, e quando isso começou, também foi afastado da família e amigos

O discurso era que ninguém prestava, que todos queriam separar o casal. A verdade é que ninguém poderia olhar aquela pele branca com tons roxos e esverdeados, que ficaram mais evidentes quando se tornaram tapas, socos e chutes

"Outro na construção

Ê, João! [...]"

Pior ainda era a violência sexual. Se obrigar a estar compartilhando da mesma cama com quem lhe machucava de todas as maneiras e depois gemia seu nome enquanto se satisfazia

Demorou demais para perceber o jogo de Vitor, seu narcisismo oculto, e agora isso se tornava num crime. Pôs não só a si em risco, como o amigo mais incrível que tivera em toda a vida

"A semana passada

No fim da semana

João resolveu não brigar [...]"

E se algo acontecesse com Kelvin, jamais se perdoaria

- Kel, não fecha os olhos, jaja você tá fora daqui! - Desatou a corda de uma mão, indo para a outra que estava ainda presa na cabeceira da cama

Complicado - Dimaury/KelmiroOnde histórias criam vida. Descubra agora