O Julgamento

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Me faltam palavras para me despedir dessa história. Simples me salvou de tantas formas, até de cometer suicídio, que eu serei eternamente grata por ela recuperar minha fé em mim mesma e na minha capacidade de me superar. 

Vocês, também salvaram á mim com toda a enxurrada de carinho nos comentários, nas mensagens no off, nos presentes, nas amizades e colos oferecidos. A energia que envolveu Simples e Complicado jamais será esquecida por mim. Carrego no coração não somente Kelmiro e Dimaury, mas cada leitora e leitor que me leu. 

Não me despeço de vocês, porque sei que estaremos por aí, nos esbarrando em outras histórias, mas hoje, Complicado acaba. 

A música do nosso capítulo é 

Cálice - Chico Buarque e Milton Nascimento (Que saudade de um piquete da UNE) 

Está disponível em nossa playlist Simples no Spotify 

Vamos sustentar... Nosso fim?

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Aquele era um grande dia para Ramiro. Era o último dia da sua prisão mental, o dia de enfrentar seu maior demônio pessoal, Antônio La Selva. Foi na noite anterior que voltaram do Rio, na calada da noite para não serem vistos e nem perseguidos por algum desmando do ex patrão, assim como Rodrigo havia orientado

Na surdina, voltaram para o bar, e dormiram em meio á ansiedade do que a sentença da justiça podia refletir sobre suas cabeças. Ramiro sabia que muito já tinha feito, e apesar do medo que sentia e da punição que poderia receber, tinha coragem. Agora, só esse sentimento banhava seu coração, cheio de amor por Kelvin e pelas crianças que deixou no Rio aos cuidados de Amaury e Diego até que Rodrigo os ajudasse a adotá-las

- Dorme, Rams. Cê tá cansado, amanhã isso vai acabar e a gente vai buscar nossos filhos, tá? - Kelvin agarrava a cintura do moreno, sonolento pela madrugada

- Vamo memo Kevinho, nossos filho, nossos pequetito - Será que o loiro estaria disposto a aceitar a proposta que rondava sua cabeça?

Tinha direito de pedir á Kelvin mais sacrifícios por si?

Início do Flashback

Estavam no Aeroporto do Galeão, esperando o horário para fazer check in

Amaury e Diego seguravam as duas crianças ainda tímidas diante do acolhimento que recebiam, e o coração de Ramiro se partia em ter que deixar elas ali

- Eu volto buscar ocês, tá? Ai vô cuidá d'ocês, do meu Kevinho, e vamo sê uma família - Abraçou as crianças, como podia se sentir tão pai delas com tão pouquinho tempo com elas em sua vida? - Ocês dois também são minha família

- Ai Ramiro! - Diego o abraçou já derrubando lágrimas, não conseguia ser forte com despedidas assim, principalmente com gente tão importante pra si como os Kelmiro - Te amo como um irmão sabia? Cuida do Kel e volta logo!

Voltaria sim. Mas queria voltar pra ficar.

- Tamém amo ocê pequetito do Maury, meu irmãozinho - Apertou a bochecha do ruivo, o fazendo rir

- E eu, não sou teu irmão não? - Amaury se aproximou, abraçando o outro moreno

- Ocê foi minha salvação! - Se entregou ao abraço apertado, sabendo que Amaury era a personificação da sua redenção na terra, o maior padroeiro da sua transformação

- Ramiro, eu sei que amanhã vai ser difícil - Olhou o ex peão nos olhos - Mas eu tô muito orgulhoso de você, sei que vai encarar tudo de cabeça erguida!

- Brigado Maury, ocê cuida das minhas criança, inté! - Mais abraços, mais beijos

- Kelvin, obrigado por ter salvado minha vida. Se não fosse teu colo e teus conselhos pra abrir meus olhos... - As palavras engasgaram para Diego, que ainda mantinha olhos molhados

- Quem salvou minha vida foi você! - Kelvin também derretia em lágrimas, emocionado

- Faria tudo de novo! - Um ultimo abraço no melhor amigo que poderia ter tido

A verdade, é que todos ali fariam qualquer coisa para salvar uns aos outros.

Família tinha endereço agora. No Rio de Janeiro.


Fim do Flashback

Complicado - Dimaury/KelmiroOnde histórias criam vida. Descubra agora