PARTE I.

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A muito tempo atrás, os seres humanos e as criaturas mágicas da natureza, resolveram criar um tratado de paz.

Para que não houvesse mais a extinção de suas criaturas e dos contos de fadas, príncipes e princesas ao nascerem eram levados de seus pais para um castelo distante, onde aguardavam a maioridade até que seu lindo cavalheiro montado em um cavalo branco lhes fossem buscar, afim de terem seu tão e lindo esperado "final feliz".

A garantia desse sucesso era dado por um forte e poderoso dragão, no qual se sacrificava para que a história desse continuidade. E, para que os príncipes e princesas não ficassem sozinhos, lhes eram dados para fazer companhia algumas criaturas que se dispuseram a criar os humanos, para que não perdessem sua natureza e conseguissem sobreviver assim que fossem "salvos".

Com Choi Beomgyu não havia sido diferente.

Príncipe nascido no extremo norte de Alasca, vindo de terras geladas e frias, Beomgyu fora levado de seus pais por uma bruxa para Tão Tão Distante, onde viveria no castelo até seus dezoito anos e seria salvo por seu príncipe encantado, no qual passaria o resto de sua vida feliz, até que desse filhos para que a continuidade da história ocorresse.

Numa pequena cesta de palha, um lençol fino, um caderno com orientações e anotações que seus pais fizeram, e um pequeno pingente ao redor de seu pulso com seu nome gravado, Beomgyu deixou sua família uma semana depois de seu nascimento.

Agora, veja bem... A criação de muitos príncipes e princesas tinha um roteiro à seguir, no qual eles seriam criados por uma "madrasta" que lhe destratava, tendo como seu único suporte emocional o caderno de anotações de seus verdadeiros pais e as criaturas mutantes que resolviam fazer companhia. Quando crescessem, seguiriam seus passos naturais para fora do castelo sem vida e cor, vivendo uma vida cheia de alegria desconhecida assim que fossem salvos.

No entanto, ao abrir os olhos brilhantes e castanhos pela primeira vez e encarar a jovem bruxa que o levava para dar início ao seu destino, as coisas se tornaram um pouco diferentes para Beomgyu. Pois, a mulher que deveria o tratar com avareza, sentiu o coração encher de alegria quando o bebê sorriu para ela, sem nenhum dente dentro da boca.

O castelo em que Beomgyu cresceu fora completamente diferente do que a história esperava. Ao saírem do extremo gelado, o local onde morava era repleto de sol, grama verde e variadas flores. As paredes do castelo continham pedras coloridas, assim como o quarto do Choi possuía as cores mais vibrantes que pudesse imaginar.

Joohyun, a jovem bruxa que fora destinada para apenas levar o príncipe embora, nunca realmente havia lhe deixado. Ela vivia no castelo, cuidava de Beomgyu como se fosse seu próprio filho, era amável e carinhosa, diferente de tudo que estava escrito no caderno que recebeu. No entanto, sempre lembrava a Beomgyu quais eram seus papéis na vida desde a infância, reforçando que um dia um príncipe encantado viria buscá-lo e que, independente de suas escolhas, ele tinha um caminho para trilhar.

Junto à ela, fazendo companhia para o menor, Taehyun, um metamorfo de gato, era seu melhor amigo enviado pelo rei e rainha. Era seu dever cuidar de Beomgyu e lhe ensinar os costumes humanos, mas que não foi muito preciso já que Joohyun estava por perto, então se contentou em apenas ser um dos amigos do Choi.

Também tinha a companhia de Hueningkai, o único filho de Joohyun, que havia descoberto a gravidez quando levou Beomgyu para longe de seu lar. Eles cresceram como melhores amigos, para não dizer irmãos, já que a bruxa vivia relembrando de que Beomgyu não era seu filho; por mais que não agissem daquele jeito, já que se consideravam irmãos do mesmo jeito.

Soobin também fazia parte de sua companhia, um metamorfo de águia, responsável por sempre trazer notícias do reino para onde Beomgyu morava mas, em seu interior, nunca contando para os seus soberanos o que ocorria na vida do pequeno príncipe, afinal, Beomgyu parecia ser extremamente feliz no local onde vivia, e seu sorriso brilhante era motivo o suficiente para que Soobin não abrisse o bico, pois já havia sido responsável pelas notícias de outros príncipes e princesas destinados e não havia gostado da tristeza que lhes refletia o olhar durante os dezoito anos de vida até serem "resgatados".

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