Playing With My Boss || Delena

Regras

Nova York
Quarta-feira, 08:13 AM

Elena

O azul vibrante do céu emoldura a paisagem, estendendo-se pelo horizonte ao criar um contraste marcante com as nuvens brancas que flutuam preguiçosamente acima de mim. Os três suaves toques na madeira entalhada ecoam pelo silêncio da manhã límpida. O som ressoa em meus ouvidos, trazendo a certeza de que adentrar naquele lugar seria um ponto sem retorno. Contenho a respiração por um breve momento, tentando acalmar os batimentos acelerados do meu coração inquieto. Cada segundo parece uma eternidade enquanto aguardo, com a ansiedade crescendo como uma tempestade no meu interior, a porta da mansão de Damon se abrir.

Respiro fundo: uma, duas, três vezes.

A simples ideia de me encontrar com meu chefe em sua casa faz meu interior borbulhar em desconforto, como se algo no meu estômago estivesse se deteriorando gradualmente. Não sou capaz de compreender completamente por que pareço tão estúpida ou nervosa perto dele, sua mera presença parece desencadear um turbilhão de pensamentos e emoções dentro de mim, deixando-me completamente desorientada e insegura.

Os suspiros de alívio desapareceram quando os últimos três dias se transformaram em uma tortura incessante. Eu mal conseguia encontrar um momento de paz, já que Damon parecia estar sempre presente, preenchendo até mesmo os meus sonhos mais indecentes com sua presença provocativa.

Eu me sentia como uma adolescente patética ao perceber que até mesmo as músicas da minha cantora favorita haviam se tornado sobre ele. Era como se todas as letras e melodias estivessem conectadas a nossa relação estranha, o que me fazia sentir ainda mais vulnerável. Sua influência era avassaladora, deixando uma sensação de desespero que eu não conseguia ignorar. Minha própria mente estava conspirando contra mim, me impedindo de escapar desse tormento infindável.

Eu precisava correr para longe o mais rápido possível.

— Você poderia ter entrado. — Como o despertar de um relógio, a voz grave do meu chefe ecoa pelo ambiente, cortando o ar como um relâmpago, forçando-me a voltar à realidade. As minhas esperanças de escapar para um lugar seguro são definitivamente destruídas pela implacável chamada da responsabilidade que me espera assim que a porta é aberta. — Eu estava no banho. Desculpe a demora. — Ele volta a falar, me fazendo percorrer o olhar por toda extensão de seu corpo. Seu cabelo ainda estava úmido e algumas gotas d'água escorriam pelos ombros largos, deixando claro que ele mal teve tempo para se secar. Suas roupas, geralmente impecáveis, agora pareciam mais descontraídas, denotando a informalidade atípica.

A camisa preta de mangas curtas recai perfeitamente sobre seu torso erguido, deixando seus músculos bem definidos à mostra. Os braços fortes parecem esculpidos, e eu não consigo evitar o impacto visual que eles causam. Minha respiração se torna um pouco mais rápida enquanto forço minhas íris curiosas a desviarem sua atenção da visão inesperada. Engulo em seco, buscando evitar que minha imaginação trabalhe em pensar como seria passar as mãos ali.

Pelo amor de Deus, Elena. Se comporte!

— Eu deveria estar no trabalho a essa hora. — Tento disfarçar a sensação de nervosismo, pronunciando confiantemente as palavras que saltam da minha boca de forma quase automática. Meus olhos são imediatamente atraídos pelo sorriso ladeado que o homem de íris azuis me lança. As orbes claras me observam por longos segundos, como se tivessem o poder de penetrar minha alma.

— Tenho certeza que o seu chefe não irá se importar. — Ele ironiza, enquanto se afasta lentamente da porta, um sorriso travesso estampado em seu rosto. Seus olhos brilham com diversão assim que o mesmo exerce um gesto convidativo, induzindo-me a entrar na casa. A expressão maliciosa não passa despercebida, o que me faz revirar os olhos com um suspiro resignado. Eu sabia que não tinha outra opção senão obedecê-lo.