Playing With My Boss || Delena

Perdendo o controle

Nova York
Sábado, 08:23 PM

Elena

— O que você pensa que estava fazendo? — Damon profere irritado, assim que atravessa as pressas pelo batente da grande porta do escritório em sua mansão, sendo seguido por mim, logo atrás dele a contragosto.

Meu chefe havia praticamente me arrancado do momento descontraído que eu estava tendo com meu colega de trabalho agora pouco. Eu acabara de conseguir fazer com que o loiro me perdoasse pelo pequeno inconveniente que Damon havia me colocado com toda aquela história de acompanhante e no minuto seguinte, lá estava ele novamente, me incluindo em outra situação desconcertante em relação a meu amigo. Era inacreditável o tanto de vezes que esse homem havia conseguido tirar minha paciência desde que comecei a trabalhar como sua secretária.

Conto até três mentalmente, tentando acalmar meus nervos antes de fechar a porta atrás de mim com suavidade. Sinto o clique da fechadura e me permito um instante de alívio ao bloquear qualquer possibilidade de que ouvidos curiosos escutem nossa desnecessária discussão. Mesmo sabendo que estamos completamente isolados no andar de cima, não posso evitar o desejo de criar uma barreira sutil entre nossas vozes exaltadas e o mundo exterior.

— Eu não estava fazendo nada! — Exclamo convicta ao me virar em sua direção, sem entender ao certo o motivo de sua fúria eminente.

Observo um sorriso definitivamente sem humor se esticar em seus lábios e uma expressão amarga de antipatia tomar conta de seu semblante, atingindo com força cada fibra de meu corpo, como lâminas cortando minha pele. Engulo em seco, nervosa, tentando não me abalar por seu olhar frio e desdenhoso.

— Estava apenas conversando com um colega de trabalho. Só isso. — Pronuncio tardiamente, tentando parecer mais confiante do que realmente me sinto diante dessa circunstância desconfortável.

Damon solta uma risada sarcástica, fazendo com que seus olhos se estreitem em descrença, como se acreditasse que estou mentindo. Sua postura, altiva e dominante, impõe uma presença opressora, me deixando ainda mais ansiosa diante da injusta acusação que estou enfrentando. Cada gesto e expressão emanam uma aura de desdém, tornando claro que a discussão que se aproxima não será fácil de vencer.

— Você sempre tem uma desculpa na ponta da língua, não é mesmo? — Ele acusa, com um timbre de escárnio transbordante em sua fala. — Não importa o quão óbvio seja a situação, sempre tenta se fazer de inocente. — O cinismo evidente na entonação faz meu estômago embrulhar. Minhas mãos começam a suar enquanto busco encontrar uma maneira de me defender. Eu sei que não estava fazendo nada de errado, mas a forma como Damon me encara, como se fosse capaz de ler meus pensamentos mais profundos, me deixa extremamente insegura.

Ao tentar abrir a boca para explicar novamente, as palavras morrem em minha garganta quando ele me interrompe com um tom de voz ainda mais ameaçador, deixando claro que não está disposto a ouvir meus argumentos.

— Eu já cansei das suas desculpas, senhorita Gilbert.  — A expressão de raiva se faz presente enquanto ele passa a mão por seus cabelos escuros, puxando alguns fios curtos em exuberância. Suas pupilas borbulham em enfurecimento, o rosto vermelho de indignação. — Saiba que Stefan será demitido por conta de suas gracinhas. — Ele profere de forma ríspida, sem ao menos me deixar contestar. Sua solução desproporcionalmente exagerada faz minha mandíbula se contrair, surpresa e irritada diante de suas palavras.

— Isso não é justo! O que Stefan tem a ver com tudo isso? — Questiono, sentindo a frustração se acumular dentro de mim. Damon me encara com um olhar desafiador, suas sobrancelhas franzidas em suspeita. A tensão é palpável enquanto aguardo uma resposta.