➵ 23. Unveiling the Masks

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Calina Sartori
Dias atuais...

Escutei o celular de alguém tocar, tão distante que mal me permitia abrir os olhos, mas conforme o toque continuava soando meus olhos se abriram um tanto quanto irritados. Levantei a cabeça vendo agora todas as luzes festivas apagadas, apenas uma luz amarelada saindo do bar. Meu corpo estava coberto apenas por um blazer que eu tratei de vestir rapidamente. Hunter e Aiken estavam jogados no outro sofá, apagados em um sono profundo.

E como se uma luz acendesse em minha cabeça rapidamente meus olhos vagaram procurando por Bugsy, ou Trevor agora. Instantemente meus lábios se curvaram em um sorriso quando vi sua silhueta se levantando da parte de dentro do bar. Me levantei do sofá me apressando até tocar no balcão, onde ele se mantinha de costa pra mim. A curiosidade queimando dentro do meu ser.

Na noite passada não consegui visualizar seu rosto, estava tão imersiva que nem sequer conseguia ouvir os sons ao nosso redor. Então agora é como se eu pudesse enfim descobrir a verdade. Estiquei meu corpo sobre o balcão tocando seu braço e puxando-o pra mim, mas a quebra de expectativa foi enorme quando vi apenas a sua máscara. Fechei os olhos e deixei meu corpo quase despencar em frustração tirando um riso nasalado dele.

— Já está acordada? — Me levantei sentando na cadeira mais uma vez deslizando meu olhar por ele.

— Pensei que havia tirado a máscara entre nós. — Murmurei passando as mãos em meu cabelo tentando controlar toda a bagunça que estava.

— Ah... — Ele tocou a própria máscara logo em seguida gargalhando. — É apenas costume. Se sentiu frustrada, Bunny?

— Hum... Um pou... — As palavras foram simplesmente desaparecendo de meus lábios conforme ele abaixava a máscara.

Engoli em seco pela primeira vez tendo um vislumbre de seu rosto completo, como se faltasse apenas aquela parte para se encaixar. Os traços faciais bem marcados, o maxilar definido, um dos olhos cinzas e o outro completamente branco e a cicatriz que eu havia visto antes agora se completando. Descendo do alto da testa, cruzando seu olho branco e descendo até seu maxilar. Mas não uma cicatriz qualquer. Estreitei os olhos na medida em que ele se curvou trazendo seu rosto próximo ao meu e em um instinto toquei sua marca percebendo que não era um corte, mas uma queimadura.

— Agora é a hora que a princesinha sai correndo? — Ele perguntou me fazendo perceber que eu havia prendido a respiração.

— Ainda bem que não sou uma princesinha. — Seus lábios se curvaram em um sorriso como se estivesse satisfeito com minha resposta.

Ainda era um pouco estranho ver sua expressão fácil, saber exatamente como ele se sente em apenas analisa-lo. Depois de anos apenas tentando decifra-lo com sua expressão corporal. Parece que agora ele está menos rígido, parece estar tranquilo, mas talvez um pouco apreensivo em realmente tirar a máscara.

Ele estava longe de ser feio. Nem mesmo uma maldita cicatriz de queimadura seria capaz de transformá-lo em um monstro. Mas também era um pouco assustador, como seu olhar estava cravado em minha pele, quase puxando-me para um abismo mais uma vez.

Mais uma vez engoli em seco, mas coloquei um sorriso nos lábios para que ele não estranhasse. Tirei minha mão de seu rosto e o analisei a uma pequena distância. Tudo nele era proporcional, a forma como seu corpo se encaixava perfeitamente com seu rosto e como suas tatuagens dava um sombrio, mas agora com a cicatriz e o olho era a combinação perfeita.

— Você não enxerga? — Fiz a primeira pergunta que me veio a cabeça, tentando quebrar aquela tensão que parecia se alastrar lentamente.

— Não completamente, consigo ver apenas alguns flash's de luzes. — Sua resposta foi gentil por mais que seu corpo se tornou um pouco rígido.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZOnde histórias criam vida. Descubra agora