➵ 25. Masks and Manipulations

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Calina Sartori
Dias atuais...

Elevei minha cabeça, encarando meu próprio reflexo no espelho do banheiro sentindo a pequena camada de suor surgir. Minhas mãos por algum motivo soavam descontroladamente mesmo que eu já tivesse descartado uns 6 papéis tentando fazê-las ficaram secas. Meu estômago doía, não conseguia entender se era por fome ou se eu realmente estava tão nervosa com aquela informação.

Eu nunca pensei que eles eram santos, jamais passou isso pela minha mente. Corridas ilegais, lutas clandestinas, uma espécie de câmara embaixo de um prédio. Porra, obviamente eles eram muito mais do que apenas perturbados. E se Eros disse a verdade... O que Trevor e Aiken deveriam ter feito? Seria pior do que cometer um assassinato?

— Você não parece bem. — Meus olhos se arregalaram levemente com o susto vendo uma mulher parada em frente a uma das cabines do banheiro. — Essas festas são irritantes, não é? Tenho vontade de simplesmente colocar fogo em tudo e todos. Isso é o tédio?

Elevei as sobrancelhas tentando entender tudo que ela estava murmurando. Os olhos negros vagavam pelo ambiente, lotados de indiferença. O corpo magro e pálido em excesso, mas quando falamos sobre os padrões asiáticos, ela se encaixa facilmente. E com certeza já sabia sobre isso pelo vestido que usava.

Seu corpo coberto apenas por um vestido de cetim perolado, com as costas desabando em nudez. O pescoço e as mãos lotadas de bijuterias sutis, mas perceptíveis pelo brilho dos diamantes. E o cabelo negro longo com poucas ondas que era um contraste perfeito com sua pele.

— Pode me ajudar com isso? — Ela ergueu um colar de pequenas pedrarias.

— Claro... — Minha voz saiu praticamente em um sussurro tentando afastar a maldita ânsia.

Ela se aproximou, um sorriso quase imperceptível nos lábios levemente carnudos com um batom cereja. Rapidamente se virou de costas para mim, puxando o cabelo para cima me permitindo colocar o cordão em seu pescoço. E virou-se após se observar no espelho.

— Você parece assustada... — Murmurou mais uma vez também me analisando. — Interessante...

— O que? — Pisquei algumas vezes tentando conter minha língua para perguntar quem era aquela maluca.

— Desculpa, as vezes eu sou um tanto... Hum... — Sua mão foi até o seu queixo esfregando levemente como se ela estivesse pensando, logo após estalando a língua no céu da boca como se tivesse se lembrado. — Curiosa. Isso. Às vezes eu sou curiosa. Sinto muito se lhe incomodei, senhorita Sartori.

—Você me conhece? — Arquei as sobrancelhas vendo-a sorrir virando-se em direção a porta e caminhando em seus saltos.

— Claro, quem não conhece Calina Sartori? — Estreitei os olhos pensando na possibilidade de talvez ela e Aiken se conhecerem. Talvez até mesmo foi um pouco de preconceito da minha parte por pensar que se eles são asiáticos devem se conhecer. — Ah, meu nome é Ha... — Ela parou de falar no mesmo instante balançando a cabeça. — Nari. Muito obrigada por sua ajuda.

Ela balançou a mão levemente em uma despedida saindo do banheiro me deixando quase com um ponto de interrogação na testa, mas resolvi ignorar completamente já que ela era apenas uma estranha qualquer que poderia estar começando a ficar bêbada. E realmente não é uma dificuldade grande saber quem sou eu, afinal os Sartori são bem conhecidos por todo o país graças ao meu avô que tinha conexões extraordinárias com boa parte das famílias elites de negócios. E se ela está nessa festa, significa que também tem uma família poderosa.

Me olhei no reflexo do espelho pela última vez puxando o ar com força e resolvi sair de dentro do banheiro. Caminhei em passos firmes passando pela porta e procurando com o olhar eles, até ver Aiken levantando o braço e acenando. Rapidamente fui até ele que conversava com um pequeno grupo de pessoas. Agora vendo-o no meio da multidão, Aiken parece ser o tipo sociável. Sempre conversando e sorrindo com qualquer ser humano. Toquei seu braço tirando a taça de champanhe de sua mão e virando-a em meus lábios.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZOnde histórias criam vida. Descubra agora