➵ 41: The curse of the pigs

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Calina Sartori
Dias atuais...

— Porra eu preciso de uma bebida. — A impaciência secava a minha garganta enquanto eu pescava o celular e mandava uma mensagem para Chris.

Calina

O show vai começar

distribua.

— Nós podemos parar e adiar... — Trevor me encarou com o sorriso travesso nos lábios e tive que me segurar para não fazer uma careta.

— Nem fodendo, eu estou ansiosa por esse espetáculo. — Balancei minha cabeça, puxando o ar com força.

— Quando terminar, eu mando encher uma piscina com litros de Armand de Brignac se até lá a vingança não tiver matado a sua sede. — gargalhei enquanto sua mão pousava carinhosamente sobre a minha coxa.

A moto e os outros carros corriam alinhados conosco, abaixo do limite de velocidade, na via movimentada. Passamos ao lado da linha do trem, o som do veículo férreo, me fazendo lembrar de como essa brincadeira começou, como os dias pareceram meses. Mesmo separados por tanto tempo, era como se tivéssemos todos esses anos de intimidade, sem nunca ter perdido nenhum momento longe dos olhos um do outro.

Suspirei, relaxando contra o assento, sentindo o peso evaporar de meus ombros. Eu estava tensa, todo o meu corpo rígido nos últimos dias e agora parece que enfim eu posso relaxar. Mesmo que não tenha acabado ainda.

Paramos na entrada para carros, Trevor abriu a janela e por trás da máscara negra, com raios que trespassava o material, de um lado ao outro, reconheci as madeixas loiras da mulher que sorriu para nós antes de entregar um par de máscaras.

— O que você está aprontando Bunny? — ele analisava o objeto semelhante às que usamos a pouco tempo.

— Eu? O que te faz pensar que isso é obra minha, meu doce, amoroso e querido esposo?

Os hostess imitavam o ato da loira enquanto recebiam os convites. Trevor balançou a cabeça e riu ao cobrir o rosto, antes que saíssemos do carro para deixar que o manobrista fizesse seu trabalho.

O restante da Tríade Pesadelo se uniu a nós, assim como minha prima e seus dois cachorrinhos. Eu poderia facilmente sorrir ao vê-los dessa forma, parece realmente que estou vendo uma cópia nossa, mesmo que tenha um a menos.

— Que merda é essa? Festa a fantasia? — Draven falou encarando com desgosto o disfarce que era uma imitação barata da de Bugsy, enquanto Noah, vestia a cópia de Aiken, sorridente.

— Nossa Bunny está aprontando. — Aiken cantarolou ao jogar a máscara de plástico mole e cobrir o rosto com uma nova versão da sua.

— Por que eu estou ouvindo isso tantas vezes hoje? — fiz um biquinho fingindo estar emburrada.

— Será que é por que você...

As palavras de Hunter se perderam quando adentramos em meio a multidão de pessoas sem rosto às portas do teatro. O cavalheiro na entrada, nos direcionou às escadas que levavam aos camarotes.

Sentamos os sete em duas fileiras próximas o suficiente para que nenhuma conversa fosse secreta e esperamos para que iniciasse.

Desde a minha última apresentação, eu havia abdicado dos espetáculos de balé... Ao menos na prática. E mesmo que quisesse jamais conseguiria voltar a um palco, não depois de anos sem treinamento algum. E com esse tempo parece que eu simplesmente não consigo mais me encaixar naquele lugar. Conhecendo a minha família da forma que eu conhecia, sabia que não conseguiria entrar em outra companhia, mesmo que fosse para varrer o teatro quando as luzes se apagassem.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZOnde histórias criam vida. Descubra agora