Capítulo 7

1.1K 104 3
                                    

PEDRO

Acordo pensando e querendo estar dentro de um maldito pesadelo mas uma mão me segurando e praticamente socando o meu rosto me faz ver que estou na mais completa realidade. Abro meus olhos e empurro a pessoa.

_ Cadê o Matheus? Ele desceu o morro? Ele está vivo? Me digam que alguém viu ele.

_ Está esperando algum morador do morro?

Alguém dentre as pessoas que estão ali me pergunta e eu mesmo tonto e tremendo me levanto pra responde lo.

_ Não, ele não mora. Mas ele subiu o morro pra falar com o Juninho. Vocês conhecem ele?

_ Juninho conheço, ele estava no baile.

Outro alguém responde.

_ Matheus estava junto, ele é um loiro de olhos verdes, tem mais ou menos um e oitenta de altura, estava com roupa preta e tênis branco.

Eles respondem que não o viram.

_ Vocês sairam no meio do tiroteio?

_ Não é um tiroteio, a policia subiu o morro e foram atrás do dono do morro, ele não havia chegado no baile ainda, só que na correria muita gente foi pisoteada, vi algumas pessoas entrarem em casas e na associação, seu amigo pode estar nesse meio, tem bastante gente descendo o morro ainda.

Olho pra entrada do morro e vejo pessoas chegando, algumas mancando mas realmente nenhuma baleada. Onde você está meu amor? Fico ali na frente o esperando junto com aquelas pessoas que dizem esperar amigos e parentes que estavam no baile também.

MATHEUS

Corro morro abaixo me desviando das pessoas que assim como eu correm desesperadas. Eu cai e fui pisoteado, tenho certeza que estou machucado mas corro pela minha sobrevivência, só consigo pensar em minha família, em meu pai chorando me pedindo pra me manter afastado do Junior.

Quando viro um rapidamente caio violentamente batendo o joelho, mesmo com muita dor me levanto e alguém me pega pego braço e me puxa com ele, não sei se pro bem ou pro mal mas me deixo ser levado por ele correndo e mancando ao seu lado. Ele entra numa rua e me arrasta pra uma casa pequena abre a porta se abaia junto comigo atrás de um sofá onde ja tem uma senhora, eu até me deito pois mal me aguento ficar sentado de tanto que meu coração soca meu peito.

Choro agradecido no chão daquela casa simples, algo me diz fortemente que aquelas pessoas não irão me fazer mal nenhum. Ficamos os tres quietos até os tiros cessarem. Eu que ja estava chorando quebro o silencio.

_ Obrigado, você salvou a minha vida. Nem me conhecia e me troue a sua casa.

_ Você caiu e eu caí por cima de você, percebi de cara que não era daqui e estava bem assustado, acho que te assustei mais ainda te arrastando comigo mas não tinha tempo pra apresentações.

Ele me pega pela mão e me levanta com ele, assim como a senhora que deve ter uns cinquenta anos. Eu o abraço.

_ Obrigado mais uma vez, nunca irei te esquecer. Seu nome é?

Eu o solto e abraço a senhora também.

_ Eu sou o Arthur e essa é minha mãe Ana. 

_ Eu me chamo Matheus, Arthur você salvou a minha vida, jamais conseguiria chegar la embaixo, eu ja tinha caido várias vezes me machuquei bastante e também nem sei direito o caminho, acho que só estava seguindo o fluxo.

_ Você tinha vindo pro baile? É bem perigoso quando tem baile não gosto que o Arthur vá mais ele foi com o meu sobrinho, eu estava com o coração na mão esperando por ele. Cade o Leadro filho?

A mãe dele pergunta.

_ Não sei mãe, nos perdemos um do outro. Vou ligar pra ele.

Ele se afasta pra fazer a ligação e eu fico com a senhora.

_ Eu não vim pro baile, nem sabia que tinha. Vim falar com um amigo meu quer dizer, agora não o considero mais meu amigo, ele fez uma coisa que me deixou bem assustado hoje.

_ Esse amigo mora aqui?

_ Ele diz que não mas está sempre aqui, o nome dele é Júnior.

_ Se for quem eu conheço você faz bem em se afastar, o dono do morro ja mandou cavar até a cova dele, dizem que ele andou abusando de um garoto, e isso o dono não perdoa.

Eu me arrepio inteiro. Júnior teria coragem de fazer isso comigo? 

Arthur volta nesse momento. 

_ O primo está bem mãe, ele se malocou na associação, está vindo pra cá de moto, aí você ja desce o morro com ele Matheus, ele te leva.

_ Não quero incomodar, posso encontrar o caminho.

_ Não vai incomodar, de moto é rapidinho.

_ Vocês moram aqui mesmo? Não digo que irei subir o morro pra vir aqui mas não quero perder o contato com vocês.

_ Eu faço direito na UFRRJ, estou no último período

_ Que coincidência, eu sou advogado. Tenho um escritório aqui no Rio. 

Tento ligar meu celular mas não liga, deve ter descarregado, então dou a ele um cartão do meu escritório e peço pra ele me ligar. O primo dele chega e me da uma carona de moto até a entrada do morro. Chegando la agradeço o rapaz que volta morro acima e mancando passo por algumas viaturas, os policiais abordam algumas pessoas mas não me param.

_ MATHEUUSS.

Alguém grita meu nome e olho na direção do grito encontrando Pedro vindo correndo em minha direção, isso me da uma alegria tão grande que não sei explicar, sorrio e abro os braços pra ele, mesmo sendo tão inesperado eu preciso muito desse abraço agora.

O MELHOR AMIGO DO MEU IRMÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora