Capítulo 8

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MATHEUS

Pedro corre ao meu encontro e se joga em meus braços me apertando forte.

_ Matheus que aflição, eu nunca senti tanto medo em toda minha vida. Como você está?

Ele me solta de seu abraço e me olha inteiro.

_ Porra, sua roupa está rasgada, você está todo ralado, preciso te levar ao hospital.

_ Eu to bem Pedro, o pior ja passou. O que está fazendo aqui?

Ele me abraça novamente e beija minha testa, na hora eu nem estranho, aquilo me pareceu tão certo e eu realmente preciso desse carinho agora.

_ Eu deveria te esganar por ter vindo aqui Matheus, mas acho que esse susto ja foi suficiente.

_ Eu quero ir embora daqui, por favor vamos agora.

_ Sim vamos. Me da a chave do seu carro, pedi pra um amigo da concessionária vir busca lo.

_ Porque?

_ Seu carro está todo baleado Matheus, a maioria dos carros que estavam na rua estão assim, com certeza foram os cria do morro pra fazer com que os policiais recuassem e não subissem o morro.

_ E agora? Se eu aparecer assim como estou e ainda por cima com meu carro furado de balas em casa, antes de eu conseguir me explicar ja matei meus pais.

_ Depois a gente pensa nisso, primeiro vou te levar ao hospital.

_ Não. Eu só preciso trocar essa roupa e fazer curativos.

_ Vamos pra minha casa então.

Nem contesto, ja que ele quer me ajudar aceito de coração. O amigo de Pedro chega e leva meu carro, Pedro me leva pra casa dele.

PEDRO

Chegando em casa levo Matheus ao banheiro do quarto de hóspedes e falo pra ele tomar um banho, deixo uma roupa em cima da cama pra ele usar. Matheus está quieto e cabisbaixo com certeza pensando no que aconteceu, eu confesso que estou agindo no automatico pois minha vontade e toma lo em meus braços e nunca mais soltar, só de pensar no que poderia ter acontecido hoje fico sem ar.

Enquanto ele toma banho me sento no sofá, ainda estou impactado com o que aconteceu, quase perdi a cabeça e o beijei na boca quando o vi, isso não iria prestar eu levaria um soco certeza. Não consigo por em palavras o que senti quando vi o carro dele baleado pois achei que ele estava no carro e o pior tinha acontecido, ali pude ter a noção do quanto o amo e tenho certeza que se algo tivesse acontecido com ele eu morreria ali mesmo, eu não iria conseguir viver num mundo onde ele não exista.

Quando o vi descendo o morro mancando, por um momento achei que fosse uma miragem e quase me declarei pra ele. O que farei da minha vida agora que tenho uma pequena dimensão do sentimento que carrego no peito? Matheus tem o namorado dele e mesmo que não tivesse acho que nunca me veria como homem. Pra ele eu serei sempre o melhor amigo do irmão mais velho dele. Me sinto um tolo por ter me deixado apaixonar por ele desse jeito, outro dia quando estávamos na praia enquanto eu beijava aquele carinha que ja nem me lembro mais o nome, eu imaginava o Matheus ali comigo, imaginava o gosto do beijo dele, o gosto dele. Quando o Lucas chegou eu quis sumir dali, é tortura ver alguém o tocando como eu queria poder tocar, Matheus estava gostoso demais naquela sunga, aquele óculos escuro estava o deixando ainda mais lindo, eu o amo tanto, depois de hoje será dificil continuar escondendo o que sinto por ele. 

Percebo que ele está demorando muito no banho e vou atrás dele preocupado, dou uma batida na porta do quarto e ele não responde, então resolvo abrir e o vejo sentado de cueca na cama, deve ter ficado assim pra fazer os curativos. Ele está com a cabeça baixa chorando então me aproximo rapidamente.

_ Matheus?

O chamo me agachando na frente dele que me surprende vindo vindo rapidamente pro meu colo e me abraçando pelo pescoço e deitando a cabeça no meu ombro enquanto chora copiosamente. Ele está cheiroso do banho e praticamente nu em meus braços mas não vejo malícia ali, só vejo alguém precisando ser cuidado e acalentado e é o que eu faço. Retribuo o abraço dele passando a mão em suas costas.

_ Calma. Está tudo bem agora.

_ Eu tive tanto medo... pensei que fosse morrer..

Eu estremeço novamente com essa possibilidade e o aperto ainda mais em meus braços embargando minha voz.

_ Não repete isso nunca mais, eu...

Me vem uma coragem de dizer o que sinto por ele mas na mesma rapidez que ela veio ela se foi, e também agora o Matheus está fragilizado demais, mas não resisto e dou selinhos em seu pescoço e percebo ele se arrepiar todo, ele se afasta e me olha nos olhos.

_ Desculpa, eu não deveria...

_ Pedro porque você foi atrás de mim no morro?

_ Eu.. eu tive que ir te buscar Matheus, me deu um aperto no coração que ..

Não termino a minha fala, o que estou fazendo?

_ Pedro me explica o que está acontecendo. Está tudo diferente entre a gente.

_ Não tente entender, agora você não está bem. Só me deixa cuidar de você?

_ Deixo.

Beijo a testa dele o abraçando denovo e o acomodando melhor em meus braços, ele me abraça também e novamente deita a cabeça em meu ombro, ficamos ali em nosso mundinho mas somos interrompidos pelo toque insistente do meu celular que deixei na sala. Ele se desconecta de mim e se levanta me deixando um vazio enorme.

_ Vai atender Pedro, a essa hora pode ser importante.

Eu me levanto do chão e vou a sala, me da um desgosto tão grande ao me deparar com a foto do Lucas na tela do meu celular, a vontade que tenho é de atirar o celular pela janela.

O MELHOR AMIGO DO MEU IRMÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora