O Império da Aurora

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" We're just kids. We aren't supposed to be heros."

Orys Baratheon partia em seu navio sozinho, enquanto os dois filhos permaneciam em Pedra do Dragão. Seu primogênito, Steffon, permaneceu para um período de treinamento com a Rainha, mas retornaria em breve. Quanto a Imogen, fora delegada como corte permanente de Pedra do Dragão sob a jurisdição da Rainha Visenya e como dama de companhia de Lady Astraea.

A mãe ficaria furiosa, Imogen pensou. Seria aquilo suficiente para fazê-la ir a corte com maior frequência? Perguntou-se o que ela acharia de Astraea. Na infância, sua mãe costumava traçar seus pequenos olhos escuros. Seu pai tinha aquele mesmo formato de olhos, mesmo que sua compleição larga em nada se assemelhasse com o que sua mãe contava sobre. Ela dizia que a Rainha Rhaenys tinha aquele mesmo biótipo esguio, delicado, os olhos levemente inclinados e as feições encantadoras. Sua mãe não tinha delicadeza alguma em si, mas, por mais que o cabelo e olhos escuros de Imogen contassem outra história, ela parecia com aquela genética oculta do pai.

Assim como Astraea. Exceto que os olhos dela eram lilases, os cabelos completamente brancos e ela parecia vinda de outro mundo. Sua mãe gostaria da garota? Compreenderia a escolha que Imogen fizera?

Sentiu-se grata que ninguém se interpôs em seu caminho conforme ia para a ala onde estava designada. Astraea dormia em um dos dormitórios mais profundos de Pedra do Dragão e o local era quente, muito mais quente do que Imogen estava acostumada, mas supunha que poderia se acostumar. Haviam janelas, então poderia abrir. Quando entrou no quarto de Astraea, a brisa gélida atingiu seu rosto e ela estremeceu. As janelas do comodo gigantesco estavam abertos. O comodo era em uma das torres baixas em formato de dragão, o único comodo, e aquele quarto tinham enormes janelas que davam para apenas pedras mortais e o mar furioso sob Pedra do Dragão.

Os corredores até ali eram próximos do inferior da montanha, então era quente, mas quando alguma janela era aberta o ar gélido e o cheiro de maresia dominava qualquer ambiente.

Astraea estava sentada no meio da cama, seus dedos deslizando pelo maior tomo que Imogen já vira. Os olhos lilases encontraram o dela e a menina gesticulou que se aproximasse.

— Eu trouxe da minha casa comigo quando vim para Pedra do Dragão. É um livro sobre a Valíria antiga. — Astraea contou suavemente e Imogen subiu na cama para observar. Não conseguia ler uma única letra, pois estava tudo em alto valiriano. É claro, era este o motivo de Astraea ser tão boa no idioma quando jamais tivera um meister. Era provável que ela tivesse sido alfabetizada em valiriano e não no idioma comum. — Ninguém sabe da existência dele.

— Os meister matariam para colocar as mãos em algo assim. — Murmurou olhando, intrigada, para os símbolos e gravuras. Havia uma grande pedra negra e um homem encapuçado a observando. — O que está falando aqui?

— É sobre a queda da Imperatriz de Ametista. A lenda ainda é conhecida em Yi Ti, mas aqui... Temos mais detalhes. — Ela deslizou os dedos pela pagina, mas havia um tipo diferente de energia quando o olhar dela encontrou com Imogen novamente. — Todos sabem que seu pai é irmão bastardo do Rei. Ninguém menciona por temor, mas nas veias dele, assim como nas suas, corre sangue Targaryen. Sangue de montadores de dragões da antiga Valíria.

— Contudo, eu continuo sendo uma Baratheon. — A frase tinha um gosto agridoce, pois Imogen amava seu pai, mas continuava sendo filha de sua mãe. Abrir mão da herança Durrandon era doloroso, ser negada a herança Targaryen era outro golpe em seu orgulho. Amava seu pai e não se envergonhava de seu nome, pois ele carregava a história do relacionamento de seus pais, da misericórdia e gentileza que Orys demonstrou para sua mãe quando ela foi traída e despida de seu orgulho. 

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