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—dois dias de descanso e volte amanhã para refazer o seu curativo— bala perdida em confronto, basicamente eu passei o meu primeiro dia de serviço recebendo soldados com o mesmo problema e de vez em quando recebia algumas cantadas ruim.

Levo o paciente até a porta e me despeço dele.

—Próximo!— grito na porta da enfermeira e volto ao meu lugar, descartando as luvas que eu havia usado no último paciente e colocando um novo par.

Soap entra na sala com um corte no rosto e eu o direciono para se sentar na maca de ferro.

—briga?

—não exatamente...— ele olhava pra baixo como se estivesse envergonhado.

—certo...— começo a examinar seu rosto —o corte não foi profundo, tem algum outro?— ele levanta a camisa me mostrando dois cortes na lateral.

Começo a limpar os dois cortes na barriga e faço um curativo em cada um e um no rosto.

—obrigada...— ele estava estranho, mais estranho do que era o cotidiano dele.

—Soap aconteceu alguma coisa?

—não.

—aconteceu sim, desenbucha vai— ele solta o ar que só agora percebo que ele estava prendendo.

—eu me envolvi com uma pessoa errada, apenas isso.

—ta falando do soldado que cê tava no canto ontem?— ele me olha surpreso —eu fui tentar falar com você para me apresentar o resto do QG e o tal do Ghost me mostrou você no canto com um homem.

—Ghost?

—irrelevante, anda, termina de contar.

—é ele mesmo, já fazia um bom tempo que ele estava vindo com algumas ideias pra cima de mim, dizendo que tava interessado em mim e algumas outras coisas— ele falava cabisbaixo mas sem cara de choro —acabou que rolou algo essa noite e....

—você se arrepende? É isso?

—não, eu não me arrependo, esse é o problema.

Assim que eu abro a boca para responder Soap, a porta da enfermeira se abre revelando Ghost e mais outro homem que imediatamente nós olham.

—essa é a enfermaria e aquela outra é a sua colega de trabalho— ele aponta pra sala e depois pra mim e logo baixa o braço.

—tá ótimo então, quando eu começo— o homem se vira para Ghost e o mesmo olhava para mim e para Soap.

—conversamos mais tarde, eu passo no seu dormitório, pode ir— Falo em um sussurro para Soap e ele acena e se despede de mim e dos outros dois que estavam na sala.

—Assim que o turno da senhorita Loren acabar, no caso daqui a...— ele olha para o relógio em uma das paredes da enfermaria — a dois minutos, na verdade.

O homem parece surpreso e olha para mim.

—eu te ajudo— ele sorri e eu sorrio de volta.

Instruo ele a onde tem os equipamentos e o jaleco dele enquanto me arrumava para sair.

—certo, o resto eu sei fazer, obrigada. A propósito meu nome é Cristian— ele sorri pegando o jaleco e eu pego meu celular no armário e coloco o jaleco dentro do armário.

—de nada, Cristian— saio da enfermaria com Ghost.

—o que estava fazendo com Soap dentro da sala?— ele estava com os braços cruzados olhando reto, postura inabalável.

—aquilo é uma enfermaria, não é? Ele precisava de curativos então eu os fiz— eu estava com a cabeça reta mas pela visão periférica dava pra ver que ele me olhava.

Another Life - GhostOnde histórias criam vida. Descubra agora