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2 horas depois.

Passava o pente pelo meu cabelo com cuidado enquanto minha mente insistia em pensar sobre Simon. Afinal, eu gostava dele ou não?

Eu não iria negar se me perguntassem se eu sentia algo por ele, mas não saberia explicar de forma alguma esse sentimento. "será se é amor? Não, isso é praticamente impossível. Eu nem mesmo sei como é o rosto dele".

Me sentia atraída por ele de todas as formas; tanto fisicamente quanto emocionalmente.

"não é possível que só eu tenha sentido esse clima entre nós, mesmo antes daquele dia em que nos pegamos, eu já me sentia estranha perto dele".

E ainda tem isso, a gente ficou, e não dá pra negar que não foi bom. Mas o que isso significava? O que eu significo pra ele?

Nada? "um rosto bonito e um corpo gostoso, apenas isso".

Saio do meu transe quando escuto batidas forte á porta do banheiro.

—Loren, se você não abrir essa porta eu vou ser obrigado a arromba-la— a voz grave de Ghost me assusta e eu apresso o passo para abrir a porta rapidamente.

—pra que tudo isso, eu nem demorei muito— levanto o olhar até encontrar o dele e sorrio.

"não custa a tentativa".

—era a decima segunda vez que eu te chamava e batia na porta, mas você não respondia.

—ah...desculpa?— sorrio amarelo e o escuto bufar.

Ele anda e para perto da minha cama, colocando uma sacola encima da mesinha cabeceira e eu me aproximo com curiosidade.

Mas antes que eu pudesse chegar perto o suficiente para examinar o conteudo da sacola, Simon se virou, me fazendo bater contra seu peitoral. Olho para cima, encontrando seus olhos azuis penetrantes me encarando com indiferença.

—coma— sua voz saiu mais autoritária do que eu acho que deveria e eu entendi que se tratava do conteudo da sacola. Ele começou a olhar pros lados, como se estivesse analisando algo, logo em seguida parou o olhar em mim —você estava fumando?

"merda"

—não— dou um passo para trás. Palavra escapa com tanta velocidade da minha boca que eu mesma me questiono se eu a pronunciei.

—mentirosa— ele vem caminhando em minha direção enquanto eu recuo instintivamente, até bater as minhas costas na parede —sabe o quanto essa merda faz mal?

—você não pareceu pensar nisso enquanto fumava no patio.

Ele me olhou com descrença.

—eu sou um adulto.

—e eu não?

—você é praticamente uma adolescente ainda— ele revira os olhos e eu sorrio com sarcasmo.

—a adolescente com quem você quase fodeu— cuspo as palavras.

Ele se afasta instantaneamente, fechando as mãos em punhos. Ele me olha uma ultima vez antes de sair do quarto e bater a porta fortemente.

Raiva. Raiva e culpa foi a unica coisa que seus olhos me mostraram.

Olho para a sacola que ele deixou na mesa cabeceira e ando rapidamente até ela.

"Sem pimenta, adicional de dois pirulitos"

Só havia um.

5 dias depois.

O quartel se encontrava parcialmente vazio, entretanto sua movimentação estava anormal, com pessoas correndo de um lado para o outro.

Soube que a equipe 141 e alguns outros soldados haviam saido em missão, mas isso pouco me importava.

Another Life - GhostOnde histórias criam vida. Descubra agora