James percorria os corredores de Hogwarts, a inquietação estampada em seu rosto. O dia transcorreu com uma tensão constante, marcada pela ausência de Ava. A impaciência crescia como uma sombra, obscurecendo a certeza que normalmente guiava o jovem bruxo.
Os Marotos, percebendo a agonia de James, tentavam amenizar o clima tenso. Sirius, com seu jeito irreverente, propôs:
— Talvez ela só precise de um tempo para ela mesma, James. Às vezes, todos nós precisamos.
No entanto, a resposta de James foi um olhar fixo na entrada do Salão Comunal da Corvinal, como se pudesse fazer Ava aparecer com a força do desejo.
— Não é normal. Ela nunca ficou tanto tempo sem dar notícias. Algo está errado.
Remus, mais cauteloso, tentou consolar o amigo:
— Pode ser que ela só precise de um momento sozinha. A vida de Ava é complicada, James, ela enfrenta desafios que nós nem podemos imaginar.
Mesmo com as palavras de conforto, James não conseguia conter a preocupação que o corroía por dentro. Ele imaginava os piores cenários, cada um mais assustador do que o anterior.
Ao entardecer, quando as sombras começaram a se estender pelos corredores de Hogwarts, uma figura familiar surgiu na entrada. Era Ava, mas sua expressão carregava uma seriedade incomum.
James correu em sua direção, a angústia refletida em seus olhos.
— Onde você esteve, Ava? Ficamos preocupados.
Ela hesitou por um momento, como se buscasse as palavras certas.
— Eu precisei resolver algumas coisas. Questões pessoais.
O olhar de Ava era enigmático, revelando que havia mais por trás de suas palavras. James, apesar de aliviado por vê-la, não pôde deixar de sentir que algo tinha mudado.
— Ava, se algo estiver te incomodando, pode contar conosco. Somos seus amigos.
Ela assentiu, um sorriso fraco brincando nos lábios.
— Obrigada, James. Eu realmente preciso de vocês ao meu lado.
Enquanto os outros Marotos trocavam olhares, percebiam que havia algo que escapava a compreensão deles. O mistério que envolvia Ava parecia se aprofundar, lançando uma sombra sobre o que antes era claro e definido.
Nos dias que se seguiram, uma tensão palpável pairava sobre a amizade dos Marotos. Ava, mesmo ao lado de James e dos outros, parecia distante, como se carregasse consigo um fardo invisível. Seus olhares, muitas vezes perdidos no vazio, denunciavam um turbilhão de pensamentos.
James, dedicado como sempre, tentava animar Ava com suas brincadeiras e piadas, mas ela respondia com sorrisos forçados. A preocupação crescia no peito de James, enquanto ele observava Ava se afastar cada vez mais.
Uma tarde, no Salão Comunal da Corvinal, Ava estava absorta em seus pensamentos quando James se aproximou, decidido a entender o que a incomodava.
— Ava, precisamos conversar. Eu sinto que algo está errado entre nós.
Ela suspirou, como se estivesse esperando por esse momento.
— James, a vida nem sempre é como queremos que seja. Às vezes, precisamos lidar com escolhas difíceis.
— Escolhas? — repetiu James, confuso. — O que você quer dizer?
Ava hesitou por um instante, mas finalmente começou a desabafar sobre a complexidade de sua situação. O casamento arranjado, as expectativas de seu pai, as ameaças veladas de Lord Voldemort. James ouvia atentamente, a compreensão se formando em seus olhos.
— Eu sei que você sempre esteve ao meu lado, James, e eu valorizo isso mais do que posso expressar. Mas há coisas que nem mesmo os amigos mais próximos podem entender completamente.
Ele segurou as mãos dela, transmitindo apoio silencioso.
— Ava, você não está sozinha nisso. Nós podemos enfrentar o que quer que seja juntos.
Ava sorriu, a gratidão refletida em seu olhar.
— Eu sei, James. Mas há caminhos que só eu posso percorrer.
Enquanto o peso da conversa pairava sobre eles, um som distante ecoou no Salão Comunal. Eram os murmúrios dos estudantes, anunciando a chegada de uma coruja com uma mensagem.
James pegou a carta e, ao abri-la, seu rosto assumiu uma expressão séria.
— O que é isso? — perguntou Ava, notando a mudança em seu semblante.
— Uma carta de meu pai, mas algo está estranho. Diz que é urgente.
Ava sentiu um calafrio percorrer sua espinha, como se o destino estivesse traçando um novo rumo para todos eles. O que começou como uma noite comum em Hogwarts agora se transformava em uma trama de mistério e incerteza.
Noite após noite, o Salão Comunal da Corvinal testemunhava Ava imersa em seus estudos. Os pergaminhos se acumulavam ao seu redor, refletindo a intensidade de sua dedicação. Os dias tornaram-se semanas, e as semanas, meses. Aos poucos, a presença de Ava nos momentos de descontração com os Marotos se tornou rara.
James, Sirius, Remus e Peter notavam a mudança, mas respeitavam o espaço que ela parecia necessitar. Uma barreira invisível se erguia entre Ava e o resto do mundo, enquanto ela aprofundava sua busca por respostas.
Em uma noite fria e estrelada, James encontrou Ava nos jardins de Hogwarts, um lugar que outrora compartilhavam para conversas e risadas.
— Ava, temos nos preocupado com você. O que está acontecendo?
Ela olhou para James com olhos que refletiam uma mistura de determinação e tristeza.
— James, eu preciso fazer isso sozinha. Preciso encontrar a verdade sobre meu pai, sobre o que ele está envolvido.
Ele compreendeu a firmeza em suas palavras, mas a preocupação persistia.
— Não vou pedir para você desistir, mas saiba que estamos aqui para apoiar você, seja lá o que encontrar.
Os dias se transformaram em semanas, e a rotina de Ava se mantinha: estudos incessantes, conversas com os retratos sábios de Hogwarts e raras aparições na companhia dos Marotos.
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𝐒𝐓𝐘𝐋𝐄- James Potter
Fanfic𝗢𝗡𝗗𝗘 James precisava de conselhos femininos para conquistar Lily. 𝗢𝘂 𝗢𝗡𝗗𝗘 Ava Gagnon ajuda seu melhor amigo a conquistar uma garota.