Capítulo 31.

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Kara ficou parada ao ouvir o pedido, um som inquietante subindo por sua cabeça, entanto em guerra com o silêncio que recaira em sua alma. Ela ofegou, uma respiração alta lhe saindo pela garganta, quando sentiu lágrimas brotanto. Nunca havia sido uma mulher de frieza, nunca havia ignorado seus sentimentos, nunca havia amado alguém como amou Rhysand, e agora, tudo voltava como uma torrente.

Quando notou, estava sentada em algum banco, e os braços de Rhysand a cobriam como um manto, sem dizer nada, apenas a abraçando, enquanto ela chorava por algo que havia perdido e agora recuperado.

- Eu... Eu sempre vivi em um lugar perigoso, Rhys - disse, revelando uma parte de si. - Meu pai não era uma boa pessoa, jamais foi, ele me assustava, assustava minha mãe e meu irmão. - Tomando a mão do Grão-Senhor na sua, ela levou para perto da barriga, onde era possível sentir a protuberância de uma cicatriz, pelo menos, essa era a mais antiga. - Ele fez isso comigo, e eu jurei há muito tempo que jamais viria a ver isso de novo, e... e quando você me expulsou, eu senti medo.

Levantando o rosto, Kara fungou baixo, os cílios encharcados por lágrimas enquanto os lábios tremiam e ela o olhava com todo sentimento que possuía.

- Mas como posso odiar você? - perguntou, sendo uma pergunta mais para si mesma do que para ele. - Como posso odiar a segurança que você me transmite quando me toca, olha em meus eles e respira... Como... Como... Rhys, eu amo você.

Ele sorriu, gargalhando baixo enquanto arrumava os cabelos de Kara, os fios molhados que se grudavam ao rosto da menor. Em um segundo, ele se calou, quando a mulher empurrou os lábios contra os dele, encaixando-se no corpo do meio illirya, suspirando pesadamente ao pedir - implorar - passagem com a língua. Curvando as costas, Rhysand desceu as mãos grandes pela base da costela, os dedos famintos se apertando por cima do vestido, querendo, mesmo que em público, a devorar por completo. Mas foi Kara que foi mais além, descendo para o pescoço dele com um toque quente da língua.

- Kara... - murmurou, a respiração sôfrega, apertando a cintura fina. - Estamos... Ainda estamos no jardim do Helion.

- Estamos? - indagou, deitando a testa no peito quente, uma risada exasperada. - Então leve-me para casa. Para onde estaremos sozinhos, com 10 mil degraus de distância do mundo. Leve-me, Rhys, meu noivo.

O mundo tornava-se pó com facilidade sempre que ele a tocava, Kara sentia como se estivesse nas nuvens, entre a loucura, medo e paixão, sedenta por um amor inesquecível, agora era dela. Ela se agarrou com força ao sentir o vento, ambos atravessando; quando abriu os olhos, vislumbrou o brilho das estrelas. Rhysand a abraçou pelas costas, beijando com suavidade a lateral da cabeça dela, inspirando o cheiro no processo.

- Você nunca deveria ter saído daqui. Talvez... Sempre irei me culpar por isso, por este erro.

Abaixando o rosto, ela virou para ele, piscando; era notável que aquilo havia sido doloroso para ela, mas Kara jamais foi, e nunca seria, alguém que guardava rancor, isso não era ela, ela não era o pai.

- Alguns erros existem para ser perdoados, Rhys - respondeu, traçando desenhos invisíveis. - O erro, o erro foi nosso. Não tiro minha parcela de culpa nisso, mas... Isso só serviu para acrescentar detalhes a nossa história, nossa vida. Jamais seria tão perfeito sem as dificuldades, jamais seria você, nunca seria eu, se não houvesse... Isso.

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