Depois de terminar de chorar, fomos lavar a louça que sobrou dos lanchinhos. Planejamos certinho como contaríamos aos nossos pais e já tínhamos o plano perfeito.
Eu liguei para minha mãe que é muito boa em surpresas e perguntei se o Fagner podia ir em casa de noite pois eu e o Henrique tínhamos uma novidade. Mas pedi para ela apenas dizer para meu pai que teríamos visitas. Ela concordou e pediu para que eu fizesse a janta e até perguntou se o Henrique queria chegar antes.
O Henrique ligou para sua mãe. Contou a ela a mesma história, de que queríamos conversar sobre uma novidade importante, pediu também para que ela não dissesse nada para meu sogrinho, apenas que eles iriam sair. Ela aceitou. Só não deixou que o Henrique ficasse na minha casa. Ela disse que para um plano perfeito, isso seria um rastro. Não entendemos o que exatamente ela gostaria de dizer, mas aceitamos. Combinamos o que iriamos falar. Depois de tudo planejado, fomos fazer a janta. O Henrique picou os legumes e verduras enquanto eu separava todos os ingredientes, iríamos fazer arroz com cenoura, feijao preto com calabresa e frango assado com legumes. Ele faria o suco de maracujá também. O suco que ele faz é simplesmente maravilhoso, docinho e sempre bem geladinho e me deixa calminha.
Depois que ele terminou o suco, ele foi embora. Duas horas depois meus pais chegaram e era hora de pôr tudo em prática.
Fui até meu quarto, coloquei minha melhor roupa, passei meu melhor perfume e me maquiei todinha. Só não passei batom, pra que eu passaria? O Henrique iria tirar mesmo. 😁😁
Desci e fiquei sentada no sofá.
Ao ouvir o som da porta se abrindo, soube que tinha que encarar a todos, será que isso vale apena? A resposta é sim, tudo isso em nome do amor.
Os pais de Henrique sentaram no mesmo sofá que os meus pais. Meu pai e Fagner estavam um ao lado do outro. Eu e Henrique estávamos nervosos, ele mais do que eu. Ele estava pálido e muito gelado, suas mãos estavam trêmulas e ele parecia que iria desmaiar.
- Podemos adiar meu amor. - Sussurrei cuidadosamente em seu ouvido para que ninguém ouvisse- Ou se quiser eu falo sozinha.
-Não quero adiar. Não posso adiar o que sinto. E não posso deixar você falar sozinha, seria covardia. - Sussurou de volta para mim - Vamos acabar logo com isso. - Gritou Henrique para todo mundo
- Bom, eu e Henrique temos uma novidade.
- Deixa eu adivinhar... Você tá grávida. - Falou Fagner
- Ta louco meu mano? Minha filha grávida do seu filho. Nunca hahahaha! Eles devem tá namorando. No máximo. - Disse meu pai.
Jesus, eu estou agora tão pálida quanto Henrique. Meu pai já sabia. Será que deixamos na cara?
- Cássio eu posso explicar. - Com uma voz tremula e medonha disse Henrique
- Meu cara, já sabíamos disso a anos. Boa vida há vocês. Aliás seu pai me deve 5 reais. Eu avisei você que eles ficariam juntos hahahaha.
- Agora um beijinho entre os pombinhos né gente!- Pediu meu sogrinho
Henrique estava respirando de forma acelerada. Puxei ele para perto de mim, sua respiração era quente. Dava para fritas batatas apenas com o calor de sua respiração . Quando ele se deu conta da nossa proximidade, tratou de encostar seus lábios nos meus. Sua língua entrava na minha boca enquanto roçava meus lábios. Todo aquele calor que estava presente em sua respiração, parecia ter passado por todo o meu corpo. Minha alma estava quente, porém arrepiada. Naquele instante, tudo sumiu, parecia só existir eu e ele no mundo. Nossos problemas, nossas divergências e diferenças, nossos erros e acertos, tudo sumiu.
- Ei, vamo parar? Parece que vão se engolir aí. - Interrompeu minha mãe
- Qual foi amor, parece que nunca fizemos pior.- Disse meu pai.
- Credo, me poupe detalhes. Não quero imaginar. - Brincou Fagner.
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