"Você conhece aquele lugar entre dormir e acordar, o lugar onde você ainda pode lembrar de sonhar? É onde eu sempre te amarei. É onde eu estarei esperando." J. M. Barrie. - Peter Pan
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.Outono
Eu tentava abrir meus olhos e uma forte luz em meu rosto me invadia em agonia. Tentava mantê-los abertos, mas me sentia sem forças pra lutar e acabava por adormecer de novo.
Até que em mais uma tentativa, minha vista embaçada deu indícios de decifrar a presença de uma mulher loira toda de branco. Será que eu havia morrido e estava no céu?
Conforme minha vista ajustava o foco pude perceber que era uma médica, e a mesma começou a fazer uma série de perguntas enquanto me examinava.
Médica: Você sabe onde está? - nesse momento percebi que eu não conseguia falar. -
Médica: Aperta minha mão uma vez para sim e duas vezes para não. - Apertei que não.
Médica: Você está no hospital central. Você lembra o que aconteceu pra estar aqui? - apertei que não.
Médica: Você sofreu um acidente de carro. Sabe seu nome? - ela foi me dizendo alguns nomes até falar "Dulce" e eu confirmar apertando sua mão.
Médica: É um nome lindo, igual a dona. - sorriu pra mim - doce, mas forte. Lutou bravamente como uma guerreira... só que agora temos outras batalhas pra vencer. Vou precisar fazer uma série de exames em você e vai ficar tudo bem. - ela fez um carinho leve em minhas mãos tentando me passar conforto. Só que nesse momento eu lembrei. Onde está Any? Queria perguntar, mas não conseguia falar, não conseguia me mexer direito. Tive uma crise e acabaram me sedando.
...
Quando minha mãe foi me visitar e pronunciou, chorando, a seguinte frase:
Mãe: Você sabe que eu não sou muito religiosa. Mas eu rezei todos os dias, desses três meses, para virgem de Guadalupe te trazer de volta pra mim -
Eu tive outra crise constatando que havia dormido por três meses.
...
Tudo foi lento como uma criança aprendendo a viver outra vez. Nos dias seguintes já conseguia com muito esforço pronunciar algumas palavras. Os médicos me perguntavam se eu sentia dor, mas eu estava era me corroendo por dentro pra perguntar da Any. E, ao mesmo tempo, com medo de saber a resposta... Será que ela morreu? Mas algo me aliviava, aquela história de fadas foi um sonho, já não tinha certeza nem se ela estava comigo no carro... Rezo para que não. Tentei falar o nome da Any pra minha mãe algumas vezes, minha mãe até entendia, mas dizia não saber quem era Anne. Achava que era alguma médica.
Quando o Christopher foi me visitar eu já conseguia segurar uma caneta e escrever. Era a minha chance de saber o que de fato tinha acontecido.
Christopher: Bom dia, Bela Adormecida. - Ele se aproximou e deu um beijo na minha testa. E por mais que tivesse chegado com seu jeito brincalhão de sempre, pude ver seus olhos marejados - Finalmente acordou e vou acabar com essa mordomia, que tô cheio de trabalho pra você por em dia.- Apontei pro caderno na mesinha ao lado, e com sua ajuda consegui escrever.
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Uma Fada Em Minha Vida
Fantasy"A primavera não surge do nada!" - Tinker Bell Anahí era a mais bela fada entre todas as fadas da colônia que ali habitavam. E recebeu a importante missão de impedir que Dulce, a nova herdeira das terras onde sua espécie se escondia, as vendesse.