"Faço as brisas no verão, sopro as folhas no outono." - Tinker Bell
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Part 1Verão
.Eu sou apaixonada pela estrada. Adorava sair da cidade e dirigir meu velho carro por pistas sinuosas e cercadas por árvores. Era como se as árvores dançassem ao som do vento enquanto eu passava. Sentia e via, através do retrovisor, o vendo fazendo meus cabelos ruivos dançarem.
Liguei uma playlist ao sistema de som do carro, com músicas que iam desde Shania Twain até música ranchera. Eram as que normalmente, para mim, mais combinavam e me conectavam perfeitamente com a paisagem ao redor. Mas, dessa vez, passei algumas horas com a sensação de vazio. A liberdade que a música e a estrada me proporcionavam se transformaram em sufocamento, talvez o caminho transbordava com as minhas memórias de infância.
Faz anos que eu não volto a esse lugar, desde que minha mãe se separou do meu pai. Poucas vezes ele me trouxe aqui. Mas ainda assim tenho boas memórias de infância, de brincar e correr no meio das árvores, e brincar no lago. Agora, sobre a relação com meu pai... eu não tenho muitas memórias boas para contar. O pós-separação não foi fácil, parecia que eu também estava me separando dele. Acabou se tornando um homem amargurado que se fechava no meio das plantas. As poucas vezes que voltei àquele local, ele sumia no meio da mata e me deixava sozinha. Com a adolescência, passei a odiar e não querer voltar mais, porque lá o sinal de Internet é horrível. Eu via meu pai uma vez por ano quando ele ia até a cidade no meu aniversário... Isso é, quando aparecia.
À medida que eu avançava pela estrada e me aproximava do meu destino final, mais meu coração apertava. Por mais que minha relação com meu pai tivesse sido um fracasso, eu ainda o amava. E saber que voltaria àquela casa e ele não estaria lá me consumia.
Acabei pegando um caminho mais longo, pois ao tentar desviar de um animal na pista acabei perdendo a entrada para a fazenda. De qualquer forma eu agradeci por demorar a chegar. Saí da estrada e adentrei por uma estreita estradinha de terra. O cheiro do ar puro da mata com terra me causava uma nostalgia sem tamanho. Parei na porteira e avistei o caseiro Peter vindo em minha direção; ele abriu o portão e me deu passagem para o carro entrar.
Dulce: Boa tarde, senhor Peter.
Peter: Boa tarde, dona Dulce. - Eu desci do carro e ele entregou as chaves da casa em minhas mãos. - Quer que eu leve as malas da senhora?
Dulce: Não precisa. Só estou com essa mochila. Não vou ficar muito tempo.
Peter: A senhora quer tomar café? Minha mulher preparou tamales e bolo fresquinhos para receber a menin... Digo, a senhora. - Ele ficou envergonhado e coçou a cabeça. Era um senhor simples que eu chamava de tio quando criança.
Dulce: Não precisa me chamar de senhora. Pra mim você é da família... E é claro que eu aceito o café, quero rever a dona Hilda, saber como ela está.
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Uma Fada Em Minha Vida
Fantasy"A primavera não surge do nada!" - Tinker Bell Anahí era a mais bela fada entre todas as fadas da colônia que ali habitavam. E recebeu a importante missão de impedir que Dulce, a nova herdeira das terras onde sua espécie se escondia, as vendesse.