'It was never meant to be like this...'

Capítulo 30

A primavera chegou, e com ela algum progresso no armário que levantou o ânimo de Draco mais do que qualquer quantidade de ar fresco e sol poderia ter feito. Os objetos passavam com segurança pelo armário e voltavam ilesos, o que deixou Draco feliz, até que ele tentou mandar o pássaro e ele estava morto quando voltou. Isso fez seu sangue gelar. Na verdade, isso o fez chorar, ou talvez ele só quisesse chorar de qualquer maneira.

Ele sentia falta de Voldemort, sentia tanta falta dele que seu coração doía. Ele não só sentia falta do sexo, da adrenalina e do perigo, mas também sentia falta dos momentos de tranquilidade que aconteciam entre eles. Os momentos preciosos em que ambos pensaram; 'Nunca foi feito para ser assim...' mas nenhum dos dois queria que fosse diferente. Claro, Voldemort dava tapas em Draco, xingava-o e fodia-o como uma prostituta, mas quando pensava que Draco estava dormindo, ele acariciava seu cabelo e rosto, beijava-o suavemente e abraçava-o com ternura. Cada vez mais ele fazia essas coisas quando Draco também estava acordado. Draco, que antes se sentia mais desconfortável com carinho e companheirismo do que com sexo violento, agora retribuía gestos gentis com toques gentis, beijos e sorrisos. Era o seu pequeno segredo.

Mas esses momentos foram poucos e distantes entre si. Os feriados não eram frequentes o suficiente e Voldemort não pedia a Narcissa para trazer Draco para casa com muita frequência. Ele estava muito ocupado. Draco se preocupava com o que ou com quem ele estava ocupado.

No dia em que Draco percebeu que tinha feito isso, ele finalmente consertou o armário, seu coração deu um pulo. Ele queria correr e contar para alguém, estava tão animado, mas é claro que não havia ninguém para quem pudesse contar. Saindo da sala necessária, ele correu para o grande salão. Ele precisava de um café para acalmar os nervos. Na verdade, ele precisava de algo mais forte, mas café era o melhor que conseguiria, já que seu próprio estoque de álcool estava esgotado.

Sua mente estava acelerada. Ele poderia sair de Hogwarts. Ele poderia usar a rede de combustão para chegar à mansão da Borgin & Burkes, a conexão era segura e secreta para que ele não fosse rastreado. Então sua chave de portal lhe diria se ele poderia ir até Voldemort. Ou poderia mandar uma mensagem para Voldemort informando que estava em casa e disponível... Ele usaria sua camisa de seda branca, e calças justas, com um colete de veludo preto, desabotoado, casual e sexy... talvez com um lenço.. .? Ele despenteava um pouco o cabelo também e usava seu perfume favorito...

Ele irrompeu no grande salão com uma sensação de urgência, precisando se acalmar e recompor seus pensamentos. Suas emoções estavam à flor da pele, tanto euforia quanto pânico, e se ele fosse para casa e Voldemort estivesse 'ocupado'? Ocupado com outra pessoa? Draco precisava sentar e focar sua mente.

Infelizmente, quando ele irrompeu no corredor, com os olhos arregalados e frenéticos, ele chamou a atenção de um certo aluno da Grifinória, que olhou para ele e pareceu observar seus sentimentos de exigência do outro lado da sala.

Esta era a última coisa que Draco precisava agora. Potter, que o perseguia como uma sombra ultimamente, agora parecia que iria avançar em direção a Draco para algum tipo de confronto. Há mais ou menos um ano, Draco procurou um confronto com Potter, mas as coisas eram diferentes agora. Havia coisas mais importantes em que pensar do que Potter!

Poderia ter sido considerado estranho, mas Draco se virou e foi embora o mais rápido que pôde, sem correr. Harry interpretou isso como uma confirmação de culpa, culpa pelo que ele não sabia. Possivelmente culpa por tentar levar aquele colar para a escola. Ele o perseguiu para fora do grande salão. Isso já foi longe o suficiente. Todas as emoções de Harry em torno de Draco brotaram dentro dele. Isso definitivamente já tinha ido longe o suficiente, era hora de resolver isso de uma vez por todas!

Draco correu para o único lugar em que geralmente podia confiar para conseguir um pouco de paz. O banheiro geralmente ficava deserto, exceto aquela garota fantasma, e ela tinha sido muito legal com ele em algumas ocasiões quando ele estava estressado e emocionado. Esperançosamente, ela entenderia se ele precisasse de algum espaço hoje. A sala parecia vazia e ele correu até a pia e jogou um pouco de água no rosto.