Voldemort normalmente não sonhava, mas sonhou naquela noite. Pesadelos em sua maioria, sonhos vívidos, quase acordados, dos quais ele se livrou, nunca se permitindo cair em um sono profundo. Draco, ao lado dele, dormia com relativa facilidade.
Voldemort acordou de um pesadelo surreal, perturbado por movimentos ao seu lado na cama. Ele levou segundos para se orientar e lembrar o que havia acontecido e o significado de Draco ter se mexido dessa maneira.
'Acalme-o novamente para dormir...' Foi o que Snape disse. Voldemort queria muito fazer isso sozinho, para não ter que chamar Severus para acalmar Draco. Ele mesmo queria tranquilizá-lo, porque se pudesse, talvez houvesse uma chance de as coisas ficarem bem novamente. Uma chance de que talvez Draco o perdoasse e talvez, apenas talvez, com o tempo, ele dissesse essas palavras novamente...
Voldemort pronunciou palavras suaves para Draco com sua voz sinistra e sibilante, mas por alguma razão elas não tiveram o efeito desejado e Draco se contorceu e se debateu e de repente sentou-se ereto fazendo Voldemort pular.
'Tenho que consertar o armário!' Draco exclamou, agarrando as cobertas da cama ansiosamente. Não estava claro com quem ele estava falando. 'Tenho que trabalhar nisso agora ou será tarde demais!'
Voldemort percebeu com horror que Draco estava prestes a tentar se levantar, e que este devia ser o delírio sobre o qual Snape havia alertado. Rápido como um raio, ele segurou Draco, gentilmente, mas com firmeza. Ele sentou-se atrás dele, encostado na cabeceira da cama. Ele poderia segurar Draco com os braços e pernas, Draco poderia se apoiar nele. Draco conseguia se contorcer e se mover, mas não caía ou escapava. E Draco não ficaria assustado porque não conseguia ver quem o segurava.
Draco tentou se libertar, mas estava muito fraco.
'Eu tenho que ir e consertar isso!' Ele implorou.
'Não, amor. Está consertado. Você não precisa consertar isso agora, você só precisa descansar. Voldemort assegurou-lhe.
'Está consertado?' Draco repetiu.
'Sim, amor. Não se preocupe, volte a dormir. Voldemort sussurrou. Seria ótimo se Draco dormisse assim, em seus braços.
'Se estiver resolvido, devo ir até ele!' Draco chorou. 'Preciso ir antes que seja tarde demais!' Ele se contorceu, tentando fugir.
Voldemort franziu a testa.
'Tarde demais?' Ele repetiu. 'Antes do que é tarde demais?'
'Ele vai me matar!' Draco soluçou. 'Ele vai me matar porque não sou inteligente o suficiente para consertar isso!'
'Quem vai te matar, Draco?' Voldemort perguntou, tentando parecer o mais calmo possível.
'O Lorde das Trevas vai me matar.' Draco sussurrou. 'Quando ele está entediado de mim.'
Voldemort congelou. O que estava dando em Draco para dizer essas coisas?
'Eu tenho que matar Dumbledore...' Draco engasgou, balançando um pouco nos braços de Voldemort.
'Por que você tem que fazer isso?' Voldemort perguntou. Ele não gostava que Draco estivesse delirando porque era assustador, mas ele sentiu que poderia ser capaz de obter informações dessa forma que Draco talvez não tivesse contado a ele conscientemente.
'Eu tenho que matar Dumbledore para que o Lorde das Trevas saiba que sou devotado a ele.' Draco disse suavemente. 'Se eu não provar meu valor, ele me matará. Ele não precisa de mim. Draco começou a chorar.
Voldemort balançou-o para frente e para trás e o acariciou. De onde Draco tirou essas ideias? Ele era simplesmente um fantasista mórbido ou havia mais do que isso?
'Ele precisa de você, Draco.' Voldemort disse com grande sinceridade.
Demorou alguns momentos até que o choro de Draco diminuísse o suficiente para ele falar.
'Ele tem outros.' Draco sussurrou. 'Tenho que provar que sou especial para que ele não me mate.'
Voldemort ficou chocado. Por que Draco pensou isso?
'Não há outros.' Voldemort disse, sem saber se Draco estava absorvendo alguma coisa dessa conversa, mas ele estava respondendo ao que estava sendo dito, então valia a pena tentar tranquilizá-lo.
'Há outros!' Draco exclamou. 'E o último, que foi dado aos dementadores...'
Voldemort estava perdido agora.
'O que?' Ele perguntou.
'O último garoto, ele foi entregue aos dementadores no final, quando o Lorde das Trevas se cansou dele.' Draco soluçou.
'Quem te disse isso?' Voldemort disse um pouco bruscamente, decidindo que era improvável que Draco tivesse inventado totalmente essa história, mesmo em estado de delírio.
'O Homem Rato.' Draco respondeu nervoso.
Voldemort estava tão feliz por estar sentado atrás de Draco que Draco não pôde ver a expressão de raiva violenta que nublou seu rosto. Rabicho. Rabicho atormentou Draco com a ideia de que ele seria usado e morto. Ele até inventou uma história para assustá-lo. Rabicho iria se arrepender disso. Oh, pelos deuses, ele iria se arrepender disso! Mas Draco era a preocupação no momento, Rabicho teria que esperar...
'Ele está mentindo.' Voldemort disse, tão calmamente quanto pôde.
'Ele me disse para matar Dumbledore.' Draco soluçou, e finalmente uma confissão completa dos acontecimentos saiu de seus lábios. 'Não sei se consigo. Ele diz que se eu não fizer isso, o Lorde das Trevas pensará que sou inútil e me matará. Ele diz que eu tenho que fazer isso e me conta sobre os outros que o Lorde das Trevas vê. Não sei se consigo, simplesmente não sei... Mas quero agradar ao Lorde das Trevas! Porque, porque eu o amo! Eu o amo tanto! Preciso consertar o armário para poder ficar com ele, preciso!'
Draco soluçou freneticamente e Voldemort, sentindo-se enfurecido, horrorizado, mortificado e furioso ao mesmo tempo, decidiu que era hora de tentar acalmar Draco.
Draco choramingava sem parar que tinha que ficar com Voldemort, tinha que ir até ele. Voldemort percebeu que isso era algo que ele poderia fazer por Draco.
Ele saiu de trás dele e, mantendo-o firme, sentou-se na frente dele e olhou em seus olhos.
'Você está comigo, amor! Eu estou aqui. Está tudo bem!' Ele sussurrou.
Draco parou de soluçar e olhou para ele, como se estivesse verificando se aquilo era mesmo verdade. Ofegante de alívio e alegria quando percebeu que sim.
'Meu Senhor!' Ele chorou. 'Oh meu Deus!' Ele se jogou nos braços de Voldemort. 'Leve-me!' Ele ofegou necessitadamente. 'Leve-me, foda-me, por favor, sou seu!' Ele enterrou o rosto no ombro de Voldemort e agarrou-o o mais forte que pôde com a pouca força que tinha.
Voldemort gentilmente o deitou e passou os braços em volta dele, puxando os cobertores sobre eles.
— Não é hora para isso agora, amor. É hora de dormir.' Ele respondeu.
Draco abriu a boca para protestar, mas Voldemort o deteve.
'Precisamos dormir agora, Draco, amor. Podemos fazer outras coisas mais tarde, mas agora precisamos dormir. Mas vou continuar com você, se isso vai fazer você se sentir melhor? Voldemort deleitou-se ao pensar que Draco poderia se sentir melhor com sua presença depois de tudo o que aconteceu, mesmo que fosse apenas porque ele estava delirando!
Draco se virou para encará-lo e se aninhou debaixo de seu braço, com a cabeça apoiada em seu ombro. Sua respiração ainda um pouco instável depois de chorar.
Voldemort sussurrou suavemente para ele.
'Shhhhhhh.... Está tudo bem.'
Ele repetiu as palavras uma e outra vez como um mantra até que ambos adormeceram.
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'It was never meant to be like this...'
FanfictionTRADUÇÃO ESSA HISTÓRIA NÃO É DE MINHA AUTORIA! Um Draco Malfoy emocionalmente complexo é coagido a um relacionamento para o qual não tem certeza se está pronto e que tem certeza de que não deveria querer. Dividido entre a luxúria e o medo, Draco pr...