'It was never meant to be like this...'

Capítulo 43

Lúcio estava em casa. Draco também, pela primeira vez. Ele passou seu tempo, desde a noite em que fugiu de Hogwarts, na Casa Riddle com Voldemort. Hoje ele havia retornado à mansão, pois agora era seguro fazê-lo.

Parecia que a influência de Voldemort dentro do ministério tinha sido suficiente para livrar Snape e Draco de qualquer tipo de envolvimento na morte de Albus Dumbledore. Isto foi agora considerado um acidente trágico, e qualquer conversa sobre assassinato veio simplesmente do “menino que mente”. A fuga de Azkaban foi abafada. Houve uma mudança no ar, Draco podia sentir isso. A maré política estava virando a favor da ideologia de Voldemort. Eles discutiram isso juntos. Voldemort esperava conseguir um homem adequado dentro do ministério sob seu controle, que pudesse se tornar Ministro da Magia assim que o regime atual caísse. Draco sugeriu que Dolores Umbridge também poderia ser bem aproveitada, tendo testemunhado sua metodologia durante o tempo em que esteve em Hogwarts. A partir de suas observações no canto da sala nas reuniões dos Comensais da Morte, ele também sugeriu que os gêmeos Carrow ocupassem cargos em Hogwarts para apoiar Snape. Snape, eles discutiram, deveria idealmente ser o diretor.

Foi um sucesso em muitos aspectos, o ato de escravidão de Draco. Além de dar-lhes a oportunidade de desfrutar do aspecto sexual, colocou Draco quase na posição de um espião entre os próprios Comensais da Morte. Ele podia assistir atentamente durante as reuniões e depois responder a Voldemort e era incrível as coisas que alguns deles diziam em seu ouvido quando Voldemort não estava lá! Ele ouviu muitos segredos pessoais dessa maneira e anotou mentalmente todos eles.

Draco estava nervoso ao retornar para a mansão. Ele não via a mãe há algum tempo e sabia que ela ficaria preocupada com ele. Ele também estava muito ciente de que havia dito a ela no passado que Voldemort não era cruel com ele e que isso era o oposto do que ela veria agora. Ele gostaria que houvesse alguma maneira de contar a ela, mas realmente não confiava em seu pai para não revelar o jogo. Seu orgulho significaria que se ele soubesse do verdadeiro relacionamento de Draco com o Lorde das Trevas, ele provavelmente iria querer se gabar da influência de seu filho. Era um risco muito grande. Eles apenas teriam que sofrer com a preocupação por um tempo.

Ele voltou pela chave do porto para seu próprio quarto e isso lhe deu a chance de vestir roupas mais elegantes antes de ver seus pais. Ele deveria sentar-se com eles nesta reunião, para dar a sensação de que o tratamento que recebiam estava sendo direcionado a eles como uma unidade familiar. Enfatizaria que a escravização de Draco foi uma punição por todas as suas falhas. Esperançosamente, isso motivaria outros Comensais da Morte com famílias a ter um bom desempenho para evitar o mesmo destino.

Draco desceu as escadas na ponta dos pés e foi para a sala de jantar. Era ali que aconteceria a reunião e ele suspeitava que seus pais já estariam lá, certificando-se de que tudo estava como deveria estar. Ele estava correto.

Draco sentiu um frio na barriga quando estendeu a mão para a maçaneta da porta. Ele não via seu pai há mais de um ano. Ele teria mudado, sua aparência, seu comportamento?

Nunca foi uma relação fácil com o pai, embora sempre o tenha amado. Lucius não era uma pessoa naturalmente calorosa ou atenciosa. O afeto não era fácil para ele, ele era severo, vaidoso e orgulhoso e sempre tinha temperamentos violentos quando estava descontente. Ele batia regularmente no filho se seu comportamento não fosse satisfatório e lhe faltava o dom de ser capaz de demonstrar gentileza após esses episódios de disciplina. O relacionamento de Draco com Lucius sem dúvida influenciou seus desejos e expectativas em seu relacionamento com outros homens. Aceitou, quase precisou, um elemento violento para saber que era amado. Mas ansiava por uma gentileza e um nível sincero de cuidado que faltavam em seu relacionamento com o pai. Sempre foi amor o que ele procurou em Lucius. Ele havia levado surras, gritado, repreendido, admoestado e envergonhado, na esperança de que, se suportasse, o amor demonstrativo que ele desejava o seguiria. Isso nunca aconteceu. Durante toda a infância de Draco, esse desgosto doeu mais do que qualquer surra que ele já havia levado.