Capítulo 26

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Olímpia

   Preparei o café da manhã e tomei um banho antes de Cal se levantar. Com os cabelos pretos rebeldes e despenteados, sem camisa e apenas de cueca, ele surgiu na cozinha do meu apartamento com a expressão de quem está irritado.
— Fiz waffles, se senta, o café já está na garrafa.
   Abro a máquina de Waffles e retiro a massa dourada e crocante, cheia de quadriculados, a colocando em um prato reservado.
   Cal me abraça por trás, envolvendo os braços na minha cintura e alinhando seus rosto com a curva do meus pescoço. Ele me dá um beijo, antes de morder suavemente essa parte tão erógena do meu corpo.
   Me arrepiei inteira, e meus seios endureceram dentro da camisa.
— Estava pensando, lembra da última vez que nos vimos antes de terminarmos? 
— Como eu poderia esquecer?
   Aquela manhã ficou gravada em minha memória.

{•••}

Cal Narrando
A oito meses atrás...

"Quando voltei para o hotel, o sol já estava brilhando forte no céu, encontrei Olimpia fazendo suas malas. Ela não olhou para mim quando entrei no quarto, mas eu ouvi o seus suspiro cheio de pesar.
   Peguei todos os meus pertences e os arrumei na mala, também em silêncio, também imerso em meus pensamentos. Até que palavras que eu não imaginava ouvir, foram ditas:
— Eu me demito. — Ela se vira para mim. Suas mãos vão para trás, se enfiando nos bolsos trazeiros  — Ia esperar chegar até amanhã para dizer isso mas eu não sei que consigo voltar para a C&C então... — Olímpia engole em seco. — Minha mãe morreu, meu pai e eu...bem, é complicado, e tem a Sarah...
— A Sarah não é...
— ... Cal, me deixa terminar, por favor. — Ela umidece os lábios e seus olhos desziam dos meus. — Nenhum de nós dois está preparado para um relacionamento agora e estarmos fingindo que está tudo bem só piora tudo. Eu me apaixonei por você, Cal, e se eu ficar só vou me machucar ainda mais. Não posso fazer isso, desculpe, mas não dá. Tenho que me encontrar, não sei, ter um sonho para conquistar, tenho que me curar e você também. Eu sinto muito, mas acabou por aqui.
   A dor é indescritível, porque eu sei que ela está certa mais tem uma parte minha que está gritando e implorando para que eu a impeça. Olímpia foi a melhor coisa que aconteceu comigo em muito tempo e eu queria poder mostrar o mundo a ela.
   Com um nó em minha garganta e indo contra ao que meu coração diz, eu falo a ela:
— Eu entendo, Olímpia. A última coisa que quero é machucar você. Você merece ser feliz, genuinamente feliz e eu...eu não estou na minha melhor forma. Acho que somos certos, bons juntos, mas é o momento errado.
— Eu também sinto isso. — Ela abre um sorriso fino, mas as lágrimas transbordam em seus olhos. Me aproximo dela, porque quero abraça -la, quero envolve-la em meus braços uma última vez. O cheiro de Olímpia vai ficar gravado em minha mente, lavanda e orquídea. — Um dia, talvez, possamos dar certo.
— Com toda a certeza. Nunca esquecerei você, Olímpia Larson.
— Nem eu a você, Cal Cameron. "

{•••}

Olímpia

— Eu não gosto dessa lembrança.
— Muito menos eu. Não demorou muito para eu me arrepender amargamente de ter deixado você ir. Naquela hora era certo, eu sei , estava machucado, mas queria voltar no tempo e dizer: "Vou me curar e voltar aqui, não vou deixar que você se vá, Olímpia Larson, você é inteiramente minha.".
   Si tô vontade de sorrir e não me contenho.
— Mas você me deixou ir, e agora está aqui.
— Porque era o certo a se fazer, não queria machucar você, assim como vir aqui, tentar reconquistar você, também é a escolha certa.
— Me reconquistar?
   Hum, sou tão fácil assim, ou nossos lance inacabado me faz ficar igual manteiga derretido por ele?
   Também me arrependi de não ter lutado um pouco mais, de ter enfrentado Sarah e ter deixado que ele se cure.
   Como minha mãe sempre dizia: tudo na vida acontece como tem que acontecer, se não deu certo no momento era porque não era para ser, e a vida pode te dar uma nova chance no futuro.
   Por mim, vou aceitar essas nova oportunidade com os braços abertos. 
   Desligo a máquina de waffles e giro em meu próprio eixo, a fim de ficar cara a cara com ele. Passo meus braços ao redor de seu pescoço e nas pontas dos pés alcanço os seus lábios. 
— Vamos fazer dar certo dessa vez, vamos dar o melhor de nós dois, o que acha?
— Acho incrível.
   Ele sela nossos lábios onde sua língua desliza sobre a minha, me estimulando a algo mais. Ele está me seduzindo, e quando ele mordisca meus lábios no final do beijo, tenho certeza disso.
— Estou com fome, Cal. Comida primeiro, sexo depois.
— Vou ter que concordar com você, mas depois você não me escapa.
   Ele solta uma piscadela quando se afasta de mim com o prato de waffles em mãos, em direção a mesa. Cal é... faminto, por assim dizer, terei que aumentar os exercícios de cardio na academia para dar conta do seu ritmo.

{•••}

— Não acredito nisso! Que coisa incrível, filho! Eu sabia que vocês se entenderiam. — Comemora minha mãe, em seu tom polido cotidiano.
— Olimpia parece ser uma menina incrível. — Comenta meu pai, simples e direto.
— Ela é sim.
— Nós temos que marcar um jantar para recebê-la na família. O pai dela está convidado também, se manter os modos e não ameaçar você. — O tom dela é indiferença e irritação. Sempre vi minha mãe como uma leoa, se machucarem a família dela, ela é capaz de mover montanhas para destruir o mal feitor. 
— Mãe, por favor.
— Ela está certa, filho. Não foi certo o que ele fez. Nem mesmo deixou claro o motivo por trás de sua rejeição.
— Ele certamente o deve ter. Mas não quero me preocupar com isso agora, eu só quero retormar de onde Olimpia e eu paramos.
   Quero levá-la a Aspen para esquiar, quero que visitar Londres com ela. Vamos ir a França no final do ano, e quero enfeitar uma árvore de natal com ela, depois fazeremos amor enquanto o fogo crepita na lareira.
— Adoro isso, esse seu sorriso. Fazia tanto tempo que eu não o via genuinamente feliz. — Minha mãe comenta, imersa em amor materno.
— Me sinto feliz mãe, como a muito tempo eu não me sentia. Eu...seu senti falta dela.
— Então, ouça seu próprio coração e não a perca.
   Eu não vou, se tem algo que planejo é estar ao lado de Olímpia Larson, pois o sol é mais quente ao lado dela, as cores são mais vivas e as estrelas se multiplicam no céu noturno.
   Paixão, amor, excitação, sonho.
   É tudo isso, junto e misturado em meu peito. Eu já tomei a minha decisão e não pretendo voltar atrás.

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