Capítulo 41

101 3 0
                                    

Seis anos depois

   Quando Cal disse que queria passar o Natal na casa dos pais em Aspen esse ano, não imaginei que teríamos que lidar com montanhas de neve. A última vez que fomos para um lugar com tanta neve, as gêmeas ficaram resfriadas por uma semana, então dessa vez eu vim preparada.
— Olimpia,querida. Onde esta?
— No quarto, Clare. Estou procurando o cachecol das meninas. Elas querem brincar na neve e depois temos que lidar com febre e tosse.
   Clare aparece na porta do quarto de hóspedes. Seu sorriso gentil é tão familiar e reconfortante que me sinto mais calma se de olhar para ela. Com o passar dos anos ela se tornou não só a minha sogra, mas uma grande amiga.
— Você é uma excelente mãe, tenho certeza que elas ficarão bem. Venha, Cal está implicando com Maya. Ela quer colocar a estrela no alto da árvore mas ele a escondeu.
   A risada que escapa pelos meus lábios é real e leve, porque isso é bem cara de Cal. Ele e as meninas me deixam de cabelo em pé as vezes.
   No aniversário das gêmeas nos viajamos para Paris, comemorar o aniversário delas e abrir a nova franquia do Olimpo. Durante a viagem, ele pegou as gêmeas e foram brincar de esconde esconde pelo hotel, mas Helena se escondeu tão bem que tive que monopolizar toda a segurança para ir atrás dela.
   Nesses seis anos, abri mais seis hotéis espelhados pelo mundo. Há um na Itália, França, Brasil,Japão, Coreia do Sul e Inglaterra, hoje sou uma das cem mulheres mais ricas do mundo de acordo com a Forbes. Mas o que me deixou feliz e orgulhosa do meu trabalho, foi ter ganhado o primeiro de empreendedora do ano a três anos. Fora uma realização que não sabia que desejava.
   Pego os cachecóis dentro da bolsa menor e sigo com Clare para a sala.
— Cal me contou que estou planejando fazer um cruzeiro no verão.
— Queria ir para um país tropical então ainda não sabemos. Um cruzeiro é muito longo para se passar com crianças.
— Isso é verdade. Vamos combinar de ir os quatro, seis se sei pai e Anna quiserem ir também.
   Meu pai e Anna se casaram a dois anos, e agora vivem de lua de mel pelo mundo. Fora longo a trajetória de meu pai para reencontrar o amor depois de minha mãe, mas agora fico feliz por ele ter Anna.
   As meninas adoram o avô, porque ele faz tudo que elas querem e isso significa dar a elas todos os doces e brinquedos que elas querem .
   Na sala de estar, Maya corre atrás do pai enquanto Cal corre com as estrelas nas mãos. As gêmeas não gostam de se vestir parecido, enquanto Maya está usando calça e blusa com estampa de girassóis enquanto Helena está de vestido e meia calça.
— Mamãe, olha esse enfeite, é um elfo. — Helena estende o pequeno elgo para mim.
— Ele é lindo filha, quer colocar na árvore?
   A pequena vai até a árvore de pinheiro, e deixa o enfeite em um dos galhos verdes.
— Mamãe, o papai não quer me deixar colocar a estrela na árvore! — Grita Maya enquanto corre atrás do pai.
   Cal se joga no sofá as gargalhadas e Maya pula sobre ele, escalando o pai até conseguir alcançar a estrela. Vitoriosa, Maya pula no sofá erguendo a estrela para o alto.
— Consegui! Consegui ! Consegui! — Ela comemora.
— Maya, desce do sofá da sua avó. Cal, deixa de implicar com as duas filhas.
   Cal olha para mim com a promessa de que fará ao contrário.
— O que posso fazer? É divertido.
   Ajudamos as meninas a terminar a decoração da árvore, e como Maya queria, Cal a levantou até conseguir colocar a estrela no topo dela. As meninas pularam e rodopiaram quando ligamos os piscas piscas. Elas adoram tudo que brilha.
— Vamos brincas lá fora, vamos brincar lá fora!
    Helena segura a minha mão, me puxando em direção a porta. Não está mais nevando, mas tem tanta neve aí nosso redor que meus pés afundam e é difícil caminhar. As gêmeas correm, tropeçando na neve e caindo no chão fogo. Elas agitam os flocos brancos, espalhando para todos os lados.
   Cal segura a minha cintura, me dando base para conseguir andar sobre a neve.
— Morar na Califórnia tem seus contras.
— Está falando de congelar? Meus dedos estão dormentes.
— Se solta, Larson. Vamos nos divertir, o que acha?
— Acho que você danificou as minhas pernas noite passar e alias, é a terceira cama que compramos em seis anos.
— O que podemos fazer se elas não aguentam a pressão?
   Cal se inclina em minha direção e eu estico o pescoço, mas antes que nossos lábios se encontrem neve atinge meu rosto. As gêmeas começam a rir, achando graça de terem acertado os pais.
— Vocês querem guerra? Então é guerra que vão ter!
   Uni neve em minha mão e formei uma bola rapidamente. Lancei em Helena e a acertou na barriga. Cal já estava fazendo outro para certar Maya. As meninas corriam desesperandas pelo jardim nevado, se esquivando das bolas e se armando contra nós.
   Entre risadas e bolas de neve, senti a última peça do quebra cabeça encaixando. Tudo em nossas vidas está perfeito e eu não tenho do que queixar. A vida é boa e linda, e haverá dor, mas o sol sempre retorna após a tempestade.

{•••}

Cal

   O fogo crepita a madeira, aquecendo o cômodo. Olímpia está deixando em meus braços, com suas costas contra meu peito enquanto desfrutamos uma boa taça de vinho tinto.
   Tudo começou muito incerto entre nós. Ela se infiltrou na minha empresa para me causar danos, fui eu quem comprei a empresa de seu pai e a transformei em um laboratório de robótica. Ela tinha motivos para me odeiar, não era certo, mas era compreensível dado a mentira que Thomas lhe contou. Em minha vida e mente, Sarah era um problema que voltava constantemente para me assombrar. Estava algemado ao passado e a um relacionamento falido.
   Não era o momento certo para nós, mas era o momento perfeito para se apaixonar. Olímpia me mostrou o caminho de volta, me fez perceber o que eu realmente queria e ela precisava se curar da perda e do rancor.
   Agora, vejo que tudo aquilo fora válido, porque o caminhão da vida é tortuosos para que você aprenda com seus erros e eu aprendi, errei uma vez e não pretendo voltar a cometer o mesmo erro.
— No que está pensando? — Ela pergunta, com a voz macia como seda e muito provável que afetada com o vinho.
— Que eu sou muito sortudo por ter você como minha esposa.
  Ela rir baixinho, cedendo ao meu charme.
  Olimpia endireita as costas, para poder colocar dia taça na mesa de centro e então de virar. Ela deposita uma mão contra o meu peito, onde abaixo de sua palma meu coração bate. Seus olhos castanhos fitam os meus, doces e gentis.
   Olímpia é inegavelmente linda, tanto por dentro quanto por fora. Não poderia pedir mais, porque não há alguém superior a sua beleza.
— Estava pensando, acha que seus pais se importariam da gente sumir por duas horinhas?
— As gêmeas estão dormindo. O que a sua mente maliciosa está pensando?
— Que o banco de trás do nosso carro tem espaço o suficiente para nós. — Ela ergue as sobrancelhas, balançando conforte sua sugestão.
— Vamos rápido, antes que acordemos eles.
   Como dois adolescentes apaixonados, corremos nas pontas dos pés até a garagem, onde entramos no banco de trás do carro aos beijos. Retirei sua camisa, enquanto ela trabalha em minhas calça. Uma vez nus contra o banco, me alinhei entre suas pernas e a arrematei com o quadril, me impulsionando para dentro de novo e de novo, até o mundo explodir ao nosso redor, até ser apenas ela e eu.
   Suados e pelados no banco de trás, cheirando a sexo e almíscar, Olímpia desliza os dedos pelo meu peito, me provocando arrepios ocasionais.
— Se nove não tivesse me perdoado por ter agido de má fé, não estaríamos aqui hoje. — Ela diz baixinho. — Não acredito que me peduou por aquilo.
— Você estava com raiva, tinha motivos para se sentir vingativa. Seu pai mentiu, não é culpa sua. E também, eu já estava perdidamente apaixonado então, não acho que faria alguma diferença.
   Olímpia rir baixinho e então seus lábios tocam a pele do meu peito.
— Você também me perduou por ter sumido durante aqueles meses. Aquelas mensagens... Eu nem acredito que depois de tanto tempo Arthur ainda teve a cara de pau mandar aqueles e-mails.
— Ainda bem que ele foi preso por fraude e stalkear aquela modelo, somente assim para ele parar de nós importunar.
— Tudo sempre fora ele, como se o mundo girasse ao seu redor.
— Ele não conseguia ver você se dando bem.
— Não. Nunca foi uma amizade, não de verdade.
   Porque depois do casamento, Arthur voltou a mandar e-mails para Olímpia anonimamente, mas meu detetive o rastreou e tínhamos provas o suficiente para processa-lo. Pelo que eu soube, Sarah se casou com um magnatas da produção têxtil e agora é mae de um menino, o herdeiro de toda aquela fortuna.
   A vida é injusta as vezes, mas eu acredito, como a minha sogra acreditava e Elina vive replicando, que tudo nessa vida acontece por um motivo. Um dia ainda vão descobrir a golpista que Sarah é, mas não me importo, fui eu quem sai ganhando no final.
— Obrigada, Larson, por me dar a família que sempre quis.
   Olimpia sorrir para mim.
— Somos eu e você, para sempre, lembra?
— Sim. — Eu nunca vou esquecer. — Para sempre.

Fim.
  

Me Perdoa Onde histórias criam vida. Descubra agora