Nunca, nunca mesmo, coloque sua música favorita como despertador. A não que você queira passar a odiá-la com todas as suas forças. No começo pode parecer legal, te fazer sorrir ao ouvir o instrumental do qual tanto gosta. Mas depois de exatos 3 dias você, não vai conseguir ouvi-la normalmente.
Confiem em mim. Não coloquem.
Bufei ao ouvir o alarme ressoar em meus ouvidos. Era sempre tão alto que me fazia querer jogar o telefone pela janela. Esfreguei o rosto com as mãos, estressadamente, antes de me levantar para tomar banho.
Todo dia a mesma coisa de sempre.
Vi Rosé sentada no sofá quando terminei de descer as escadas. A loira sorriu para mim em cumprimento e depois enfiou um pedaço de pão doce na boca.
O meu pão doce.
- Cospe - disse em um tom ameaçador. - Cospe ou eu corto seu cabelo. - Peguei uma faca em cima do balcão e corri para o sofá, onde essa estava sentada tranquilamente antes de eu pular em cima dela.
- Bom dia, filha. - A voz doce da minha mãe ecoou pela sala. - Os seus estão na mesa. - E ela só diz depois de eu prender Chaeyoung, subindo em seu colo, e ameaçá-la. Olhei para o móvel de madeira, e lá estavam os meus pãezinhos doces, acompanhados de um copo de suco.
- Você bagunçou meu cabelo! - Larguei o cabelo dela e abaixei a mão que segurava o talher afiado, abrindo um sorriso gentil para ela e deixando um beijo em sua bochecha antes de correr até a mesa. - Bom dia pra você também - disse, bufando.
- A Sana vem? - Me virei para olhar para a neozelandesa. Sempre me perguntei por que ela veio para a Coreia, cuja pergunta ela nunca, de fato, me respondeu. E nos conhecemos desde o ensino fundamental.
- Vem.
- Pelo menos, hoje você vai chegar cedo. - Ela repetiu o que eu disse, forçando a voz e depois mostrando a língua. Rosé era uma idiota.
- Cadê sua mãe? - perguntou, deixando o prato e o copo na pia.
- Vai tá de plantão hoje. Provavelmente tá descansando.
- Festa na casa da Sana, então? - Mas cortei o clima e fiz o sorriso de Chaeyoung desaparecer quando, em uma palavra rápida, neguei a sugestão.
- Não curto festas, você sabe disso. - Coloquei a louça na pia e subi as escadas, tendo Roseanne me seguindo andar acima, pronta pra tentar fazer minha cabeça.
- Nem festa do pijama? - Parei. Talvez não fosse uma má ideia.
- Vou pensar. - Fechei a porta do banheiro em um solavanco, deixando a loira para fora do cômodo e suspirando.
Minha última festa tinha sido péssima. Como alguém poderia se divertir com aquele caos clássico de festas adolescentes, corpos suados e totalmente alterados enquanto uma música alta que fazia seu coração tremer com a batida tocava? Era horrível.
Mas as festas do pijama na casa de Minatozaki Sana eram as melhores.
- Ela chegou! - gritou do andar de baixo, alto o suficiente para eu escutar. Desci às pressas - estávamos atrasadas - e saí de casa junto de Rosé, adentrando o carro da japonesa e recebendo um "bom dia" gentil vindo do pai dela.
- Acordou tarde, não foi? - Ela assentiu, simplista.
07h34.
E quando chegamos à escola, já passava das 07h40. Jennie Kim nos encarou, surpresa. Era a primeira vez que eu chegava atrasada naquela semana, por isso me encarou com as sobrancelhas arqueadas.
A aula começou pouco depois de nos sentarmos nas carteiras e pegarmos nossos materiais.
- Você vai tá na festa, né? - Sana me perguntou, sentando ao meu lado no banquinho que tinha vista para o jardim.
- A festa do pijama - corrigi. - Vou.
- Lembra da Dahyun? - Como não lembrar? A melhor amiga de Sana que supostamente se envolveu com Jihyo e deixou Sana morrendo de ciúmes. Mas era apenas um rumor besta que as pessoas inventaram para dar problema.
Kim Dahyun era uma das melhores alunas do colégio. E eu estava sempre atrás dela, dividindo o mesmo brilho, mas na verdade estando na sombra do ego inflável dela.
Mas, acredite em mim, Dahyun é uma pessoa legal.
- Ela vai - falou quando eu fiz que sim com a cabeça. - Dahyun tá sempre tão ocupada estudando. Precisa se divertir. - Sorriu. E, antes de percebermos, a hora do intervalo já tinha passado e precisávamos estar de volta na sala.
A aula, diferente do dia anterior, foi chata. Literatura sempre foi entediante, e Rosé sempre me perguntou como eu achava isso e tirava boas notas na matéria.
Já estava em casa quando Roseanne me lembrou de arrumar minhas coisas para ir à festa - do pijama. Fiz conforme o lembrete da neozelandesa e separei tudo o que eu precisava.
Jogos. Precisávamos de jogos. Então me certifiquei de levar Halli Galli e um outro jogo esquisito que comprei em uma viagem para o exterior quando ainda era pequena. E sempre achei ele divertido, apesar da bagunça que faz.
- Já tô indo! - gritei, alto para sobressaltar o som da campainha que tocava loucamente. Sana era impaciente demais. - Tenha mais paciência.
Entramos no carro e fomos para a casa de Sana, cuja sala de estar se encontrava decorada com colchonetes, almofadas e lençóis coloridos no chão e petiscos e snacks em cima de uma mesinha. Típico Minatozaki Sana.
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my teacher - jenlisa
FanfictionFinalizada. Jennie Kim, professora substituta depois do falecimento do antigo professor, não era apenas uma professora bem educada e gentil. E Lalisa achava errado enxergá-la de um jeito tão pervertido quanto aquele. Contém cenas +18 e lin...