🥀 - 0.3

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Dahyun estava parada em frente à porta, com Jennie do lado.

Jennie Kim, nossa professora de matemática e inglês.

Jennie Kim, a professora substituta — ou gatinha, que é como costumam se referir a ela.

— Oi, Dahyun — Sana cumprimentou, ainda estranhando a presença da mais velha em sua sala de estar.

— O que que ela tá fazendo aqui? — Rosé falou em seguida. — Não deveria tá, sei á, corrigindo redações?

— Ela é professora de matemática — corrigi, me aproximando do ouvido de Rosé.

— Ela é minha irmã. Chamei ela pra ela se divertir um pouco.

— Mas ela é nossa professora.

— Aqui não — Dahyun apontou, olhando para a irmã, que tinha um sorriso tímido no rosto.

Elas deixaram as mochilas em cima de uma das poltronas perto da parede e se juntaram a nós para jogar Halli Galli, cujo jogo estávamos preparando até Sana ir atender a porta e dar de cara com Dahyun e Jennie.

O silêncio era quase ensurdecedor, diferente de como estava quando era só eu, Chaeyoung e Sana.

— Por que não estão de pijama? — Sana foi a primeira a falar algo desde que as recém-chegadas se fizeram presentes na rodinha. Ambas deram de ombros e se levantaram juntas para se trocar. Sana as guiou até o lavabo e depois voltou.

— Você sabia? — perguntei quando a morena se sentou novamente.

— Que elas eram irmãs ou…

— Que ela viria — interrompi, e ela fez que não. Rosé soltou uma risada baixinha.

— Agora, a gente vai ter que usar honorífico — a loira bufou.

— Não é pra tanto — disse. E a loira pigarreou quando as irmãs voltaram usando seus pijamas coloridos e fofos, fazendo jus à decoração da sala.

Dahyun usava um pijama amarelo com uma estampa de um felino fofo na blusa de manga curta e calça branca com patinhas de gato também amarelas. E Jennie usava um pijama rosa de cetim, com short e blusa de botão.

Elas não se pareciam em nada. Em comum, apenas o corpo bem delineado e o cabelo do mesmo tamanho. Sequer eram da mesma cor. Os olhos pretos e a pele clara como se fossem duas bonecas feitas de porcelana. Tirando isso, mais nada.

Silêncio de novo.

— Olha, se quiserem que eu vá embora…

— Não. — Sana foi a única a falar que não, Rosé ficou calada, e eu apenas dei de ombros, em silêncio. Dahyun nos mandou relaxar, dizendo que não precisaríamos usar nenhum tipo de linguagem formal.

— Sabem jogar? — perguntei, e todas assentiram.

A partida foi divertida, apesar de continuarmos com um pé pra trás em relação à professora que sorria, agora gentilmente, para nós quando bufávamos ou reclamávamos do jogo. E quando paramos para poder comer a pizza que Sana havia pedido por delivery, começamos a ter conversas um tanto íntimas demais.

— Por que você veio pra cá? — Aproveitei o momento de revelações para saber, e Roseanne me olhou sem saber o que — ou talvez como — dizer.

— Minha mãe é coreana — começou, em um tom mais baixo —, e meu pai… ele era neozelandês. Mas quando ele faleceu, eu e minha mãe viemos morar aqui. — A roda ficou em silêncio. — Tá vendo? É por isso que nunca contei pra ninguém. Por causa desse silêncio que fica.

my teacher - jenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora