Prólogo

133 21 31
                                    

Nunca pensei que estaria me envolvendo com um jogador de futebol, ainda mais um tão jovem

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Nunca pensei que estaria me envolvendo com um jogador de futebol, ainda mais um tão jovem. Marc Casadó. Quase sete anos mais novo do que eu e, para piorar, joga no Barcelona. Isso por si só já era um alerta vermelho, mas, como eu bem aprendi, nem sempre o coração segue a lógica da razão.

Quando começamos a conversas depois dos treinos, sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Marc tinha um jeito de me desarmar com sua sinceridade e aquela confiança meio despreocupada que só a juventude traz. Eu, por outro lado, me pegava rindo de piadas bobas e me sentindo mais leve, algo que há tempos não acontecia.

Então, um dia, aceitei o convite de sair para jantar. Eu me convenci de que seria apenas uma vez, só uma noite de conversa leve e risadas, sem nada além disso. Mas, como eu deveria ter previsto, a química entre nós foi mais forte do que qualquer lógica ou decisão prévia. Depois de algumas taças de vinho e uma conversa que fluiu como se nos conhecêssemos há muito tempo, acabei indo parar no apartamento dele.

Acordar ao lado de Marc na manhã seguinte foi um choque de realidade. O cobertor estava envolto na cintura dele, expondo seu peito nu enquanto ele respirava tranquilamente. Eu, deitada ali, me permiti por um segundo observar a cena, tentando processar como tinha chegado àquela situação.

O único problema em questão, é que eu infelizmente sou boa apenas em controlar mentes, não o coração...

"Isso não deveria ter acontecido..." pensei, ao mesmo tempo que uma parte de mim sabia que, no fundo, eu queria que tivesse acontecido.

Levantei devagar, tentando não fazer barulho, enquanto minha cabeça lutava para entender o que viria a seguir. Eu tinha uma carreira para cuidar, uma reputação para manter, e ele... Bem, ele era um garoto com um futuro brilhante pela frente. Eu, definitivamente, não podia me dar ao luxo de ser distração ou problema para ele.

Antes que eu pudesse sair do quarto, ouvi a voz dele, ainda rouca de sono:

— Já vai embora, Dra. Helena?

Virei-me devagar, sem saber ao certo como responder. Marc abriu um sorriso preguiçoso, aquele tipo de sorriso que fazia qualquer problema parecer pequeno.

— Isso não pode se repetir, Marc... — Murmurei, minha voz mais suave do que eu esperava.

Ele deu uma risadinha, levantando-se da cama com a mesma despreocupação que sempre teve.

— Eu sei, mas você disse isso antes de virmos pra cá também, lembra?

Respirei fundo, passando a mão pelos cabelos, que agora estavam uma bagunça. Ele tinha razão. Eu havia dito aquilo antes e, mesmo assim, estava ali, repetindo o erro. Ou, quem sabe, nem fosse um erro, mas algo que ambos queríamos evitar de encarar como real.

— Isso é diferente, Marc... — Tentei argumentar, embora nem eu acreditasse na minha própria justificativa.

Ele se aproximou devagar, ainda sorrindo daquele jeito encantador, com os olhos curiosos, rodeando a minha cintura.

— Diferente como? — Perguntou, com a calma de quem tinha tempo de sobra.

Eu, por outro lado, sentia a pressão do dia começando, a lista de compromissos na minha cabeça e o peso da situação nos ombros.

— Você é mais jovem que eu... — Comecei, sentindo a obviedade da frase. — E nós dois trabalhamos no mesmo ambiente. Isso é complicado, entende? — Continuei, cruzando os braços, tentando manter uma postura firme.

Marc riu de novo, dessa vez um pouco mais alto, como se o meu argumento fosse uma piada.

— Eu já ouvi essa conversa antes. Você tem idade para ser minha tia, certo? — Provocou, lembrando da primeira vez que brinquei sobre nossa diferença de idade.

Revirei os olhos, não conseguindo conter o sorriso que surgiu em meu rosto.

— Exatamente, tenho idade pra ser sua tia.

— Sorte a minha que você não é... — Ele respondeu, dando um passo à frente, seus olhos me encarando de um jeito que fazia meu coração acelerar de novo.

Eu estava prestes a ceder, como sempre. Mas, desta vez, respirei fundo e coloquei uma mão no peito dele, parando-o antes que chegasse mais perto.

— Marc, isso não é um jogo. Eu tenho minha carreira, minha reputação... — Minha voz saiu mais firme dessa vez, embora uma parte de mim ainda quisesse esquecer tudo isso.

Ele segurou minha mão, suavemente, seus dedos traçando círculos na palma da minha mão.

— Eu sei. E eu também tenho minha carreira, Helena. Não estou pedindo nada de você além de honestidade. Não quero que você se preocupe com o que as pessoas vão pensar. Se algo acontecer, a gente lida com isso juntos.

Por um momento, o silêncio pairou entre nós, pesado. Eu queria acreditar nele, queria que fosse simples assim. Mas, no fundo, sabia que o mundo ao nosso redor nunca permitiria que fosse tão fácil.

Suspirei, incapaz de segurar um sorriso. "Eu estou perdida", pensei.

E de fato, estava!

psicoamor || marc casadó & helenaOnde histórias criam vida. Descubra agora